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EROSÃO DOS SOLOS E DAS CIVILIZAÇÕES

4 meses atrás
6 min de leitura

A erosão dos solos compromete a produtividade e o sustento humano. Preservar o solo é essencial para a estabilidade de qualquer civilização.

A crise moderna da erosão do solo: estamos acelerando o colapso?

Bruce Wilkinson, geólogo da Universidade de Michigan, utilizou volumes e distribuição de rochas sedimentares para estimar a velocidade da erosão ao longo do tempo geológico. Ele avaliou que, a velocidade média de erosão dos solos nos últimos 500 milhões de anos, foi de cerca de uma polegada (2,54cm) cada 1.000 anos.

Hoje, esse mesmo montante de erosão dos solos ocorre em média em menos de 40 anos. Ou seja, eliminar uma polegada de solo agricultável é 20 vezes mais rápido que a velocidade geológica. Tal aceleração desastrosa da velocidade de erosão torna a erosão dos solos uma crise ecológica global.

Erosão dos solos: causas, impactos e o risco global

Esse mesmo fenômeno, da ação do homem acelerar a dinâmica geomorfológica, acelerando grandes movimentos de massa e corridas de lama, foi abordado em GEOMORFOLOGIA? E A RODOVIA DOS TAMOIOS COM ISSO?, de forma acentuada em encostas, particularmente as faces orográficas, como o caso relatado na Serra do Mar.

Um estudo internacional, em 1991, do qual participou a EMBRAPA Solos, mostrou que 15% das terras do Planeta já foram gravemente degradadas por atividades humanas. Tal degradação é representada principalmente pela perda da camada superficial com 70% dos casos que consiste no maior desafio para a sustentabilidade da agricultura.

Conclui-se, então, que deformação do terreno, perda de nutrientes e salinização completam os casos de degradação. Outros fatores de degradação, porém de segunda ordem, foram atribuídos à compactação, poluição, ação eólica, inundação, acidificação e subsidência do terreno. Para ler o estudo acesse: A-erosao-e-seu-impacto-2002.pdf

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Quais atividades promovem aceleram a erosão do solo?

Toda superfície de solo exposto sofre erosão pela ação da água superficial, chuva e vento. Quanto maior for a superfície exposta, maior será a erosão potencial com remoção de toneladas de solo superficial.

Agricultura: a campeã na perda de solo

  • Agricultura: como civilização agrícola, é a atividade que mais perde solo por erosão pois expõe e revolve o solo para aragem. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, USDA, 1994, estimava que as perdas do solo por erosão eólica e hídrica em 14t por ha.ano. Além da perda de solo e nutrientes, outros prejuízos se associam com o assoreamento consequente que totalizam de US$ 6 a 10 bilhões ao ano naquele país. Event-based soil loss models for construction sites – ScienceDirect   

Estudos semelhantes da perda de solo por erosão foram realizados no Brasil. A Federação das Associações dos Engenheiros Agrônomos do Brasil estimava, em 1990, que o País perdia anualmente, em média, 600 milhões de toneladas de solo agrícola devido à erosão bem como por mau uso do solo. A perda de nutrientes associada a esta perda de solo foi estimada em US$1,5 bilhão e mais recentemente, em US$ 4 bilhões por ano.

Construção civil: erosão intensiva em áreas urbanas

  • Construção Civil: por escavar muitas áreas para implantação de loteamentos, casas e edifícios, mesmo que em áreas reduzidas, somam grandes superfícies totais, raramente protegidas contra a erosão hídrica e eólica. Grandes obras, sejam lineares como vias de transporte, linhas de transmissão e canais, sejam obras hidráulicas como barragens, são gigantescas fontes de emissão de solo. Com valores muito mais intensivos que na atividade agrícola, as estimativas de erosão dos solos nos sítios de construção variam de 40 a 300 toneladas por há.ano.

Além da escavação e terraplanagem nas áreas de implantação direta, expõem áreas ligadas ao empreendimento como a construção dos acessos à obra principal, às áreas de empréstimo e aos bota-foras, todas, áreas temporárias e definitivas, acarretando erosão dos solos e sua perda definitiva e os prejuízos advindos à consequente sedimentação e assoreamento.

Segundo a USEPA (US Environmental Protection Agency), 2012, a velocidade de erosão do solo em áreas de construção acelera para níveis entre 130 e 1.000 vezes maiores aos existentes pré-construção. Harbor, 1999, chegou a registrar 40.000 vezes em obra de controle urbano de águas de enchente, localizada em compartimento geomorfológico dinâmico.

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Mineração: erosão em escala devastadora

  • Mineração: a atividade de mineração altera grandes extensões da superfície, expondo o solo e aumentando a velocidade de erosão em algumas centenas de milhares de vezes mais que a condição pré-mineração. Sendo assim, decorre das ações de remover a camada de solo superficial vegetada, escavar rochas e minerais, lançar em pilhas de bota-fora e de rejeitos. Um estudo realizado em área delimitada para pesquisa da mina Petea (Analysis of Soil Erosion on Mine Area – IOPscience) a classificou quatro riscos de nível de erosão: baixo, médio, elevado e muito elevado, resultando em perdas por erosão dos solos de 116.146,43 ton/ano.

As figuras a seguir ilustram exemplo de mina e o grande potencial de erosão pelo solo exposto em mineração.

Mina de bauxita, município de Oriximiná, distrito de Porto Trombetas, Pará.
Mina de bauxita, município de Oriximiná, distrito de Porto Trombetas, Pará.
Mina de bauxita, deposição de rejeitos município de Oriximiná, distrito de Porto Trombetas, Pará.
Mina de bauxita, área de deposição de rejeitos.
Município de Oriximiná, distrito de Porto Trombetas, Pará.

Como a erosão dos solos conduz ao fim de civilizações?

A velocidade de formação do solo é de centímetros por milênio, enquanto a velocidade de erosão, na prática da agricultura arável, é de centímetros por década a século. Então, seriam necessários de algumas centenas a poucos milhares de anos para erodir de 30 cm a um metro de solo agricultável, que corresponde ao perfil típico de solo in situ em latitudes de clima temperado e tropical.

Essa simples estimativa do intervalo de vida de civilizações adere excepcionalmente bem aos comportamentos históricos das principais civilizações ao redor do Planeta.   

Conservar o solo: a única saída sustentável para o futuro

As únicas formas de superar os ciclos de florescimento e queda das sociedades agroculturais é reduzir continuamente a quantidade de terra necessária para sustentar uma pessoa pelo aumento da produtividade agrícola ou limitar a população e a estrutura agrícola de maneira a equilibrar a formação e erosão do solo.

Sem dúvida, muitos fatores podem contribuir para o fim de uma civilização, mas um território adequado de solo fértil é necessário para sustentar uma. Exaurir o solo e mudar para novo território não será uma opção viável para as próximas gerações.

Serão os esforços modernos de conservação do solo insuficientes ou vêm tarde demais como os das antigas sociedades? Ou aprenderemos como preservar os solos agricultáveis até mais intensivamente?

Leia mais em Livro Erosão: dos solos as civilizações – por David R. Montgomery

E sobre conservação dos solos, pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo: Livro Manejo e conservação do solo e da água – por Ildegardis Bertol

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