As novas tecnologias mudaram e revolucionaram diversos setores. Um deles foi a cartografia. Segundo o Prof. Dr. Paulo Marcio Leal de Menezes, coordenador do GEOCART (Laboratório de Cartografia do Departamento de Geografia da UFRJ), do Dep. de Geografia, a cartografia foi a ciência que mais evoluiu nos últimos 70 anos em relação a inovações tecnológicas, que foram adaptadas e trabalhadas.
Menezes é cartógrafo, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e organizador do livro Roteiro de Cartografia, publicado pela editora Oficina de Textos, também organizado pelo Prof. Manoel do Couto Fernandes, atualmente coordenador do GEOCART (Laboratório de Cartografia do Departamento de Geografia da UFRJ) e pesquisador 2 do CNPq.
“Hoje em dia, temos a cartografia digital e as novas tecnologias que foram implantadas. A ligação com o passado é apenas e exclusivamente através de conceitos”, afirma o especialista.
Formado em Engenharia de Geodésia e Topografia, o professor acompanhou todo o processo de perto. Ele conta que alguns cálculos demoravam horas ou dias para serem feitos e atualmente é totalmente diferente.
A transformação de coordenadas UTM para uma coordenada geográfica demorava entre 40 ou 50 minutos para ser feita. Hoje, com alguns cliques no computador conseguimos a mesma coordenada. É fantástico.
Paulo Menezes (Vice-Chair da Commissão Conjuta ICA/UGI em Toponímia)
Novas tecnologias
Entre as novas tecnologias, Menezes destaca três que facilitam o serviço da cartografia. Os drones, que são muito utilizados nos levantamentos topográficos e têm uma ótima precisão.
O LiDAR, uma tecnologia óptica de deteção remota que permite penetrar em cobertura vegetal e é muito usado no agronegócio. E o sensoriamento remoto, que coleta imagens à distância e conta com uma resolução de 20 centímetros. “Algo impensável até um tempo atrás”.
Especialistas e mercado de trabalho
O mercado de trabalho na área da cartografia conta com diversos segmentos para seguir, como consultorias no campo ambiental, carreira acadêmica, prestação de serviços para prefeituras, governo do estado, secretaria de meio ambiente e IBGE.
Segundo o professor, para atender a essa demanda, a formação desses profissionais exige um vasto conhecimento da área computacional e um amplo domínio de ferramentas computacionais. “Cria-se uma cultura dentro desses programas que aumenta o conhecimento tecnológico dos profissionais”
Saiba mais sobre o livro Roteiro de cartografia
Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias de Geoprocessamento e construção de mapas, a Cartografia é cada vez mais utilizada no cotidiano das pessoas, às vezes inadvertidamente, como importante ferramenta nas mais variadas atividades econômicas. Nesse cenário, a correta produção, apresentação e interpretação de mapas é vital.
Roteiro de cartografia vem suprir uma lacuna na área, apresentando, didaticamente, todas as fases de elaboração de um mapa, desde a aquisição da informação até seu tratamento e representação, amplamente ilustrado e com diversos exemplos didáticos. A obra constrói o conhecimento cartográfico com conceitos clássicos e modernos, sua história e grandes transformações (geométrica, projetiva e cognitiva) até a Cartografia digital.
Aborda seus campos temáticos e os sistemas de coordenadas, referências e projeções, assim como a intrínseca relação da Cartografia com o Geoprocessamento e a arte da representação gráfica de informações em mapas.
Confira a degustação do livro aqui.
Capa do livro “Roteiro de Cartografia”, publicação da Editora Oficina de Textos
Sobre os autores Paulo Marcio Leal de Menezes e Manoel do Couto Fernandes

Paulo Marcio Leal de Menezes possui graduação em Engenharia de Geodésia e Topografia pelo Instituto Militar de Engenharia (1977), graduação em Engenharia pela Academia Militar das Agulhas Negras (1969), mestrado em Sistemas e Computação pelo Instituto Militar de Engenharia (1987) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000).
Atualmente é professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde é o coordenador do GeoCart – Laboratório de Cartografia, do Dep. de Geografia. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Cartografia Básica, Cálculo de Ajustamento e Geodésia, atuando principalmente nas seguintes áreas: cartografia, sensoriamento remoto, geoprocessamento, cartografia digital, cartografia histórica e nomes geográficos (topônimos).
Atuou como Vice Presidente da Associação Cartográfica Internacional (ICA/ACI), no período de 2011-2015 dentro do Comitê Executivo da Associação. Atualmente é o Vice-Chair da Commissão Conjuta ICA/UGI em Toponímia. Pesquisador 2 do CNPq desde março 2022. Promoção à Professor Titular em 30/04/2022.

Manoel do Couto Fernandes é Professor Titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua nas áreas de ensino, pesquisa e extensão da UFRJ. Atualmente é o coordenador do GEOCART (Laboratório de Cartografia do Departamento de Geografia da UFRJ) e pesquisador 2 do CNPq. Tem pós-doutorado na Universidade de Wolverhampton (UK) e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFRJ.
Desenvolve pesquisas na área de Geociências, com ênfase em Cartografia, Geoecologia e GIScience, orientando alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Em suas atividades profissionais e de pesquisa, interage com vários colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos nas áreas de Geoecologia, Cartografia, Cartografia Histórica, GIScience e Geomorfologia.