Geomorfologia: formas de relevo

Neste guia rápido, vamos analisar as diferenças entre cada formação da Terra.

A superfície terrestre não é plana nem uniforme em toda a sua extensão. Ao contrário, caracteriza-se por elevações e depressões de diferentes formas (horizontais ou tabulares, convexas, côncavas, angulares e escarpadas), que constituem seu relevo.

Fruto de uma interação entre litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera, o relevo da superfície terrestre é repleto de planícies, morros, colinas, planaltos etc. Mas qual a diferença entre eles?

Parece simples e objetivo, mas o excesso de confiança na hora de responder costuma colocar muitos estudantes em apuros. Especializada em geomorfologia, a equipe da Oficina de Textos vai te explicar!

Planície

Trata-se de uma superfície muito plana com no máximo 100 metros de altitude. É formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimentados pelas águas do mar, de rios ou de lagos.

Representa uma porção modesta no relevo brasileiro, como no caso das planícies do Rio Amazonas e do Rio Araguaia, da Lagoas dos Patos e Mirim, além das planícies litorâneas.

Planície do Rio Araguaia

Planície do Rio Araguaia (Foto: Eduardo Vessoni)

Planalto

Ao contrário do que o nome sugere, é uma superfície irregular com altitude acima de 300 metros. É o produto da erosão sobre as rochas cristalinas ou sedimentares. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).

Alguns exemplos de planalto, são o Planalto das Guianas, Planalto Central do Brasil, e a Chapada do Araripe, que se encontram totalmente ou em parte no Brasil.

Monte Roraima

Monte Roraima, parte do Planalto das Guianas (Fonte: Paolo Costa Baldi)

Montanha

É uma forma de relevo que se caracteriza pela elevada altitude. Suas elevações geralmente possuem “altura” superior a 300 metros em relação à sua base. As montanhas mais elevadas resultam de desdobramentos, isto é, de forças internas que provocaram enormes dobras nas rochas.

Alguns modelos de montanhas são o Monte Everest, na Ásia; o Aconcágua na América do Sul, e o Kilimanjaro, na África.

Monte Everest

Monte Everest (Fonte: Joe Hastings)

Serra

É um conjunto de montanhas, normalmente mais compridas do que largas, e designam cadeias de montanhas cuja altitude varia entre 400 a 3.000 metros. Recebe esse nome porque seus terrenos acidentados com fortes desníveis e muitos picos assemelham-se a uma serra.

Alguns exemplos são a Serra da Mantiqueira, a Serra dos Órgãos e a Serra do Mar, todos nacionais.

Serra da Mantiqueira

Serra da Mantiqueira (Fonte: Silvio Serrano)

Colina

Também conhecido como morro ou cerro, é caracterizado por pequena elevação de terreno com decline suave. Suas elevações possuem altura inferior a 300 metros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).

“Mar de morros” ou “Mares de morro” é uma denominação criado pelo geógrafo francês Pierre Deffontaines e popularizado pelo geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, que descreve o relevo das colinas desgastadas e recortadas do Planalto Atlântico.

Um exemplo deste relevo é o Mar de Morros, presente no Brasil. Ressaltamos que “mar de morros” é um termo para se referir ao relevo das colinas dissecadas do Planalto Atlântico.

Mar de Morros

Mar de Morros (Fonte: Letícia Teixeira Palla Braga)

Já falamos sobre planícies, planaltos, montanhas e colinas. Chegou a vez de conversarmos sobre serras, cordilheiras, depressões e vales. Conhece as diferenças?

Confira abaixo outras formas do nosso relevo!

Cordilheira

Assim como a serra, também representa uma cadeia de montanhas, mas sua área é bem mais extensa, justamente por contar com um número maior de montanhas envolvidas. São formadas, principalmente, a partir do choque entre duas placas tectônicas.

Como exemplo, podemos citar a Cordilheira dos Andes, Himalaia, Alpes, Montes Apalaches e Pirineus.

Cordilheira

Cordilheira dos Andes (Foto: Jorge Morales Piderit)

Depressão

Trata-se de uma região mais baixa do que as áreas ao seu redor, e podem ser de dois tipos: depressões absolutas (quando estão abaixo do nível do mar) e depressões relativas (quando estão acima do nível do mar).

Algumas referências são a Lagoa das Sete Cidades em Portugal, e o Mar Cáspio, entre os continentes da Ásia e Europa.

Lagoa das Sete Cidades, depressão localizada em Portugal, na Ilha de São Miguel, nos Açores

Lagoa das Sete Cidades, depressão localizada em Portugal, na Ilha de São Miguel, nos Açores (Fonte: Enrico Pescantini)

Vale

É uma espécie de planalto entre duas montanhas ou colinas. Trata-se, na realidade, de uma depressão alongada da superfície terrestre entre duas vertentes, com forma inclinada e alargada.

Tipicamente é uma área de baixa altitude cercada por áreas mais altas, como montanhas ou colinas.

Alguns exemplos são o Grand Canyon (Arizona), Vale do Paraíba, Vale do Ribeira (São Paulo) e Vale dos Reis (Egito).

Vale do Paraíba

Vale do Paraíba (Fonte: Rogério Golob)

Grand Canyon

Grand Canyon (Fonte: Grand Canyon NPS)

A imagem abaixo demonstra os diferentes tipos de relevo, ilustrando o conteúdo apresentado acima.

As grandes unidades do relevo, adaptado de Penteado (1994)

As grandes unidades do relevo, adaptado de Penteado (1994) (Fonte: Imagem retirada do livro “Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais”, publicação da Editora de Textos. Todos os direitos reservados.)


Parte desta matéria foi retirada do livro “Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais”, publicado pela Editora Oficina de Textos, e também do livro “Noções básicas de cartografia”, do IBGE.

Saiba mais sobre formas de relevo

Tratando o tema de relevos, incluindo os brasileiros, o livro Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais, da geógrafa Teresa Gallotti Florenzano, aborda no 5º capítulo tópicos como a classificação das grandes unidades de relevo, e as formas de relevo de origem tectônica

Confira a degustação da obra aqui.

Capa do livro “Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais”, publicação da Editora Oficina de Textos

Capa do livro “Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais”, publicação da Editora Oficina de Textos