GONDWANA SALTA DA HISTÓRIA GEOLÓGICA PARA A ATUALIDADE
Uma cadeia montanhosa submersa, chamada Elevação do Rio Grande, tem despertado grande interesse geológico e econômico por conter crostas ricas em ferro, manganês e elementos estratégicos como cobalto (fundamental para baterias recarregáveis de veículos elétricos), níquel, molibdênio, nióbio, platina, titânio e telúrio (usado na produção de células solares de alta eficiência).
Por isso, a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) realizou estudos preliminares que mapearam uma área de 9.729 km² com alta reflectância, indicando potencial mineral relevante. A cadeia encontra-se a até 3 mil metros de profundidade, no Atlântico Sul, cerca de 1.500 km a leste da costa brasileira, na altura de Porto Alegre.
ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE FOI SEPARADA DE OUTRA ELEVAÇÃO
A Elevação do Rio Grande pertencia ao supercontinente Gondwana e submergiu após os eventos tectônicos que separaram os continentes da América do Sul e África. Há cerca de 40 milhões de anos, praias, rios e manguezais cobriam essa cadeia, que ficava acima do nível do mar.

Quer entender os processos tectônicos?
📘 Tectônica Global – 3ª ed. | Philip Kearey
📘 Para Entender a Terra – 8ª ed. | John Grotzinger e Thomas H. Jordan
Ambos disponíveis na Livraria Ofitexto


BRASIL ESTUDA O POTENCIAL MINERAL DE LOTES
Em 2014, o Brasil conquistou da Autoridade Internacional do Leito Marinho (ISA) – órgão vinculado à ONU – o direito de estudar o potencial mineral de 150 lotes na Elevação do Rio Grande por 15 anos. O país deve apresentar os resultados à ISA, que regula a exploração de recursos minerais em águas internacionais.
IMPACTOS AMBIENTAIS NA ELEVAÇÃO DO RIO GRANDE
Enquanto isso, países como Inglaterra, Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul se preparam para explorar o fundo do mar. A atividade pode trazer impactos ambientais consideráveis e só será viável se for sustentável.

Segundo Luigi Jovane, professor do IO-USP e um dos líderes do projeto apoiado pela FAPESP, o objetivo é compreender a formação das crostas de ferromanganês sob os pontos de vista biológico, geológico, paleoceanográfico e paleoclimático:
“Pretendemos desenvolver um modelo preditivo para a ocorrência de depósitos de alta qualidade e estudar formas de reduzir os impactos ambientais da mineração. Nossos estudos buscam entender os processos que moldaram a Elevação do Rio Grande, sem sobreposição com as áreas já mapeadas pela CPRM.”
Quer mergulhar na formação dos depósitos minerais?
📘 Geologia Econômica | João Carlos Biondi
📘 Processos Metalogenéticos e os Depósitos Minerais Brasileiros – 2ª ed. | João Carlos Biondi
Disponíveis na Livraria Ofitexto


Trecho adaptado da matéria original publicada pela Pesquisa FAPESP, sob a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.