Entenda o que provoca uma onda de calor, como ela se manifesta em diferentes regiões do mundo, quais alertas meteorológicos existem, seus impactos, acima de tudo, na saúde e no meio ambiente.
O que é uma onda de calor?
Uma onda de calor é caracterizada por um período prolongado de temperaturas anormalmente altas que ultrapassam as médias históricas da região por vários dias consecutivos.
Diferente de um dia quente comum, ela representa uma alteração persistente que coloca em risco a saúde, o meio ambiente e a economia.
Em muitas cidades, a sensação térmica aumenta devido à umidade ou à ausência de ventos, tornando a experiência ainda mais extrema.
Meteorologistas definem uma onda de calor como uma sequência de três a seis dias consecutivos com temperaturas acima da média climatológica em pelo menos 5 °C.
Diferença entre calor intenso e onda de calor
Um dia isolado de temperaturas elevadas não é suficiente para caracterizar uma onda de calor, já que o fenômeno exige persistência.
Calor intenso pode causar incômodo imediato, mas ondas de calor acumulam efeitos nocivos com o passar dos dias. Essa persistência é o que desencadeia:
- problemas de saúde pública;
- sobrecarga nos serviços de energia;
- impacto ambiental.
Em resumo, é a continuidade do calor que transforma uma situação comum em algo crítico.
Quais são as causas e os fatores desencadeantes?
As ondas de calor surgem devido à combinação de sistemas atmosféricos e ao agravamento das mudanças climáticas globais.
Normalmente, ocorrem quando áreas de alta pressão se instalam e mantêm o ar quente preso na superfície, impedindo sua dissipação.
Esses sistemas criam uma espécie de “cúpula de calor” que intensifica e prolonga as temperaturas elevadas. Além disso, o aquecimento global amplia a frequência e a intensidade dessas ocorrências.
Papel de fenômenos naturais como El Niño
Fenômenos naturais como o El Niño alteram os padrões climáticos e aumentam a probabilidade de calor extremo em diversas partes do mundo.
Durante sua ocorrência, o oceano Pacífico equatorial aquece, influenciando diretamente o clima de vários continentes.
No Brasil, isso pode significar períodos mais secos no Norte e chuvas intensas no Sul, enquanto as ondas de calor se tornam mais intensas no Centro-Oeste e Sudeste. Essa interação entre oceano e atmosfera potencializa extremos de temperatura.
Urbanização e superfícies aquecidas (ilha de calor)
As grandes cidades sofrem com o efeito de “ilha de calor urbana”, em que o concreto e o asfalto retêm calor por muito mais tempo do que áreas naturais.
Com isso, a temperatura noturna não baixa o suficiente, e os moradores ficam expostos continuamente ao calor. Essa condição agrava o impacto das ondas de calor e afeta milhões de pessoas em áreas metropolitanas.
Árvores, áreas verdes e políticas de urbanismo sustentável são alternativas para amenizar o efeito.

Como a onda de calor se intensifica no Brasil e no mundo?
No Brasil, ondas de calor afetam especialmente o Centro-Oeste, Sudeste e Sul, onde recordes de temperatura foram batidos em cidades como Cuiabá e Porto Alegre.
A combinação de estiagem prolongada e sistemas de alta pressão cria condições propícias para extremos.
Em áreas rurais, a agricultura sofre perdas significativas, enquanto em áreas urbanas, o consumo de energia dispara devido ao uso de aparelhos de ar-condicionado. Essa soma de impactos atinge toda a sociedade.
Casos recentes na Europa e alertas extremos
Nos últimos anos, a Europa enfrentou ondas de calor com temperaturas acima de 45 °C, provocando mortes e incêndios florestais. Países como França, Espanha e Itália tiveram que emitir alertas vermelhos, mobilizando sistemas de saúde e defesa civil.
A intensidade surpreendeu até especialistas, mostrando que mesmo regiões temperadas sofrem consequências devastadoras. Essas experiências alertam para a vulnerabilidade global diante do aquecimento.
Comparações entre hemisférios
Enquanto países europeus enfrentam dificuldades pela falta de preparo das construções, o Brasil sofre com a duração prolongada do fenômeno.
O Hemisfério Norte costuma registrar extremos no verão, enquanto o Hemisfério Sul, devido ao clima tropical, lida com ondas de calor mais frequentes durante diferentes épocas do ano.
Quais são os efeitos das ondas de calor na saúde humana?
Os sintomas mais comuns incluem tontura, cansaço excessivo, náusea e dor de cabeça. A longo prazo, episódios de calor intenso podem evoluir para golpe de calor, que exige atendimento médico imediato.
Além disso, há aumento do risco de internações hospitalares devido ao agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares. Essas situações sobrecarregam os sistemas de saúde pública.
Populações vulneráveis
Idosos, crianças, gestantes e trabalhadores expostos ao ar livre enfrentam maiores riscos durante ondas de calor.
Em muitos casos, a falta de acesso a ambientes climatizados ou a impossibilidade de reduzir atividades físicas torna esses grupos ainda mais suscetíveis.
Isso amplia a desigualdade social, pois famílias de baixa renda têm menos condições de se proteger. Programas de saúde e assistência precisam priorizar essas populações em períodos críticos.
Desidratação, insolação e golpe de calor)
A desidratação é a primeira consequência observada, já que o corpo perde líquidos rapidamente com a transpiração.
A insolação ocorre quando há exposição prolongada ao sol, provocando queimaduras e elevação da temperatura interna.
Já o golpe de calor representa uma emergência médica, caracterizada por falência nos mecanismos de regulação térmica do corpo. Essas condições podem evoluir rapidamente e demandam intervenção urgente.
Agravamento de doenças crônicas
Doenças cardiovasculares, respiratórias e renais tendem a se agravar durante ondas de calor prolongadas.
Pacientes com hipertensão ou insuficiência cardíaca, por exemplo, apresentam maior risco de descompensação.
O calor extremo também prejudica a eficácia de alguns medicamentos, ampliando a vulnerabilidade dos pacientes. Esses fatores explicam o aumento de hospitalizações durante eventos de calor extremo.

Quais são os impactos ambientais, sociais e econômicos?
As altas temperaturas alteram ciclos biológicos, prejudicando espécies sensíveis. Animais enfrentam dificuldades para encontrar água e alimento, enquanto vegetações sofrem com a seca prolongada.
Recifes de coral em regiões tropicais já registram branqueamento e mortalidade em massa devido ao aquecimento dos oceanos. Essa perda de biodiversidade compromete o equilíbrio dos ecossistemas.
Agricultura, energia e infraestrutura
Na agricultura, ondas de calor reduzem a produtividade de lavouras como milho, soja e trigo. O setor energético também sofre, pois a demanda por eletricidade dispara enquanto a produção de hidrelétricas cai devido à escassez de água.
Nas cidades, a infraestrutura urbana, como asfaltos e trilhos de trem, pode se deformar com o excesso de calor. Esse conjunto de efeitos amplia o custo econômico do fenômeno.
Incêndios florestais, escassez de água e colapsos urbanos
Ondas de calor favorecem incêndios florestais, que destroem áreas naturais e colocam comunidades em risco. A escassez de água aumenta a pressão sobre os sistemas de abastecimento e pode levar a racionamentos.
Em ambientes urbanos, quedas de energia e sobrecarga hospitalar evidenciam a vulnerabilidade das cidades. Esses colapsos reforçam a necessidade de políticas integradas de adaptação climática.
O que significam os alertas meteorológicos laranja e vermelho?
O alerta laranja é emitido quando as temperaturas apresentam risco relevante, mas ainda controlável com medidas preventivas. Nesse estágio, recomenda-se hidratação constante, evitar atividades físicas intensas e buscar ambientes climatizados.
A população deve ficar atenta às recomendações médicas e de órgãos de defesa civil. Ele funciona como um aviso antecipado de que a situação pode se agravar.
O que significa alerta vermelho onda de calor
O alerta vermelho é acionado em situações extremas, quando o calor ultrapassa limites seguros e ameaça diretamente a saúde da população.
Nessa condição, os riscos de morte aumentam significativamente, e medidas emergenciais precisam ser tomadas. Hospitais, sistemas de saúde e defesa civil entram em estado de prontidão. Esse alerta exige respostas rápidas para evitar tragédias coletivas.
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O que mais saber sobre a onda de calor?
Veja, então, as dúvidas mais comuns sobre o assunto.
Como os meteorologistas avaliam se uma sequência de dias quentes configura uma onda de calor?
Os meteorologistas utilizam critérios como intensidade, duração e extensão geográfica para definir uma onda de calor.
Por exemplo, costuma-se considerar que deve haver temperaturas máximas diárias consistentemente elevadas, tipicamente 5 °C acima da média histórica, por pelo menos três a seis dias consecutivos.
Por que regiões temperadas sofrem tanto com as ondas de calor na Europa em comparação ao Brasil?
Em muitos países da Europa, a umidade do ar é geralmente mais baixa do que em regiões tropicais brasileiras, o que reduz a capacidade de resfriamento por evaporação do suor no corpo.
Além disso, nas construções antigas, muitos edifícios não são projetados com climatização para calor extremo, o que agrava o desconforto e a exposição.
Quais sinais iniciais alertam para risco de golpe de calor durante uma onda de calor?
Sinais precoce de alerta incluem transpiração excessiva, fraqueza intensa, tontura, náuseas, dores de cabeça persistentes, câimbras musculares e confusão mental leve.
Caso esses sintomas evoluam para pele quente e seca, convulsões ou perda de consciência, a condição pode ser tratada como golpe de calor e exige atendimento imediato.
De que forma o índice de calor influencia a sensação térmica em dias de onda de calor?
O índice de calor combina temperatura do ar e umidade relativa para estimar a sensação térmica — ou seja, o quanto o calor é percebido por nós.
Em ambientes muito úmidos, mesmo temperaturas moderadas podem parecer sufocantes, porque a evaporação do suor fica comprometida. Assim, o índice de calor costuma ser mais elevado do que a temperatura real, especialmente em climas tropicais.
Ondas de calor podem gerar consequências irreversíveis para ecossistemas e agricultura?
Ondas de calor prolongadas causam estresse hídrico intenso, levando à morte de plantas e animais, secas extremas e perda de produtividade agrícola.
Também aumentam o risco de incêndios florestais, que podem destruir ecossistemas inteiros. Em regiões tropicais e costeiras, como recifes de coral, o calor elevado dos oceanos já tem causado “branqueamento” e mortalidade em massa.
Resumo desse artigo sobre onda de calor
- Onda de calor é caracterizada por dias consecutivos de temperaturas muito acima da média histórica;
- Mudanças climáticas e fenômenos naturais como El Niño intensificam sua ocorrência;
- Os efeitos afetam saúde humana, meio ambiente, agricultura e economia;
- Alertas laranja e vermelho ajudam a população a se proteger de riscos extremos;
- O futuro aponta para ondas de calor mais frequentes e intensas, exigindo prevenção e adaptação.