A raiz da planta é um órgão subterrâneo, aclorofilado, especializado em fixação e absorção de água e sais minerais. Pode também funcionar como órgão de reserva, como a cenoura, beterraba e batata-doce, por exemplo.
Em geral, apresenta geotropismo e hidrotropismo positivos, e difere do caule pela ausência de corpo não segmentado em nós e internós, meristemas laterais, folhas e gemas.
O que é raiz e por que ela é tão importante nas plantas?
A raiz é um dos órgãos fundamentais das plantas, responsável por fixá-las ao solo e garantir sua sobrevivência.
Ela atua como uma estrutura de sustentação e, ao mesmo tempo, como um sistema de absorção de água e sais minerais, que são essenciais para a nutrição vegetal.
Além disso, muitas raízes também armazenam nutrientes, funcionando como reserva energética para o crescimento e reprodução da planta.
Em termos biológicos, a raiz se desenvolve a partir do embrião da semente e cresce geralmente em direção ao centro da Terra, em busca de umidade e nutrientes.
Funções principais das raízes
As raízes desempenham múltiplos papéis na sobrevivência das plantas e no equilíbrio ecológico.
Absorção de nutrientes
A principal função da raiz é absorver do solo a água e os sais minerais necessários para a fotossíntese e o metabolismo vegetal.
Fixação da planta
Elas ancoram a planta no solo, permitindo que cresça ereta e resista às condições ambientais adversas.
Armazenamento de substâncias
Algumas raízes armazenam açúcares, amidos e vitaminas, formando estruturas comestíveis que se tornam importantes na alimentação humana.
Tipos de raízes existentes na natureza
As raízes se dividem em três grupos principais: pivotantes, fasciculadas e adventícias:
- pivotantes têm uma raiz principal grossa, da qual partem outras menores — exemplo: cenoura;
- fasciculadas são várias raízes finas que se espalham igualmente — exemplo: milho e trigo;
- já as adventícias surgem em locais incomuns, como caules e folhas, auxiliando na sustentação — exemplo: a hera.
Cenoura é raiz?
A cenoura é, sim, uma raiz — mais especificamente, uma raiz do tipo tuberosa. Esse tipo de raiz é especializado no armazenamento de substâncias nutritivas, especialmente açúcares e vitaminas, que garantem energia para o desenvolvimento da planta.
É por isso que a cenoura é tão rica em nutrientes e tão valorizada na alimentação humana. Além de servir como reserva de energia para a planta, a cenoura é uma das raízes mais conhecidas por seu alto teor de betacaroteno, que o corpo humano converte em vitamina A.
Estrutura da cenoura como raiz
A parte alaranjada que consumimos é a raiz principal, que se desenvolve no subsolo. Sua coloração intensa é pela presença de carotenoides, pigmentos naturais que também protegem a planta contra a ação da luz solar direta e microorganismos do solo.
Função da raiz da cenoura na planta
Na natureza, a cenoura acumula energia durante o período de crescimento para sustentar o desenvolvimento da planta em fases posteriores, como a floração e a produção de sementes. Ou seja, o que para nós é alimento, para a planta é reserva vital.

Beterraba é raiz?
A beterraba também é uma raiz do tipo tuberosa, e seu principal papel é armazenar carboidratos e açúcares. Essa reserva é o que dá à beterraba seu sabor adocicado e sua textura densa.
Ela se forma por meio da expansão de tecidos internos que concentram energia e pigmentos naturais, conhecidos como betalaínas, responsáveis pela coloração vermelha intensa.
Além de sua função biológica, a beterraba tem grande importância nutricional para o ser humano, sendo fonte de ferro, potássio e antioxidantes. Essa característica reforça a ideia de que o que é vital para a planta também pode ser benéfico para a nossa saúde.
Diferença entre a raiz da beterraba e de outras plantas
Enquanto muitas raízes têm apenas a função de fixação e absorção, a beterraba combina essas tarefas com o armazenamento de compostos energéticos. Essa dupla função torna a planta mais resistente e adaptável a diferentes tipos de solo.
Funções ecológicas da beterraba
Além de servir como alimento humano, as raízes da beterraba ajudam a manter o solo fértil e úmido, promovendo o equilíbrio de microorganismos e prevenindo erosões em plantações extensas.
O que tem raiz, mas não é planta?
Existem organismos que possuem estruturas semelhantes a raízes, mas que não são plantas.
Essas estruturas, chamadas de “rizóides” ou “hifas”, cumprem funções parecidas, como fixação e absorção, porém pertencem a seres de outros reinos biológicos, como fungos e algas.
Por exemplo, os fungos possuem hifas que formam o micélio — uma rede subterrânea que lembra um sistema radicular, responsável por decompor matéria orgânica e absorver nutrientes.
Já algumas algas, especialmente as marinhas, têm rizóides que as fixam em rochas, evitando que sejam arrastadas pelas correntes.
Estruturas semelhantes às raízes em outros organismos
Essas estruturas não são raízes verdadeiras porque não têm vasos condutores, como xilema e floema, típicos das plantas. No entanto, exercem funções equivalentes, adaptadas ao ambiente em que vivem.

Beterrabas e cenouras, prontas para serem comercializadas como alimento (Fonte: PxHere)
Como se origina a primeira raiz de uma planta com sementes?
A primeira raiz (raiz primária) de uma planta com sementes se origina do desenvolvimento da radícula do eixo embrionário.
Em certos grupos de plantas, como gimnospermas e eudicotiledôneas, a raiz primária continua seu crescimento ao longo de toda a vida da planta, produzindo ramificações que também se ramificam em sucessão, constituindo o sistema radicular pivotante.
De forma contrária, nas monocotiledôneas, a raiz primária e as raízes seminais têm vida curta, sendo substituídas pelas raízes adventícias que se originam no caule, constituindo o sistema radicular fasciculado.
Este, embora superficial em relação ao sistema radicular pivotante, se une com mais firmeza às partículas do solo.
Sistemas radiculares
As diferenças primordiais dos tipos de sistemas radiculares são importantes do ponto de vista agronômico, pois várias práticas agrícolas de uso consagrado se baseiam nas características apresentadas pelas raízes.
Assim, a rotação de culturas, isto é, o plantio, em anos alternados, de espécies vegetais diferentes, leva em consideração o conhecimento das diferenças entre os sistemas radiculares, a saber:
- para o controle da erosão, são utilizadas, entre outras práticas, plantas com sistema radicular fasciculado que agregam melhor a camada superficial do solo;
- o melhor aproveitamento da adubação residual é feito alternando-se culturas com diferentes sistemas radiculares;
- plantas com sistema radicular profundo (pivotante) são capazes de absorver solutos que se encontram a maiores profundidades, enquanto as de sistema fasciculado aproveitam melhor os nutrientes disponíveis em camadas superficiais.
Qual obra ler sobre o assunto?
Essa matéria foi retirada do livro Glossário ilustrado de Botânica, de Jesus Rodrigues Lemos e Ivanilza Moreira de Andrade, que apresenta as características de todos os órgãos da planta de forma didática e ilustrada.
Confira a degustação da obra aqui.
Capa do livro “Glossário ilustrado de botânica”, publicação da Editora Oficina de Textos
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