Qual a relação entre esses dois fenômenos?
Como se formam os terremotos?
A crosta terrestre é formada por 12 placas que lentamente se movimentam. Essa movimentação é chamada de deriva dos continentes. Quando uma placa mergulha se diz que está em subducção. Nas zonas de subducção ocorre acentuada atividade sísmica e vulcânica. Quando a movimentação conduz à ruptura das rochas, ocorrem as vibrações, sismos, com intensidade leve, tremores, até muito elevada e são registrados terremotos. Estes, ocasionam impactos em determinadas regiões do Planeta. Por sua vez, dependendo de sua localização provocam tsunamis ou maremotos.
Recentemente, em 30 de julho de 2025, registrou-se um terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter, na península de Kamchatka, na Rússia, que provocou tsunami na Rússia, Japão e Havaí.

Imagem divulgada de 30 de julho de 2025, mostra uma creche, que foi danificada na região de Kamchatka, na Rússia, após o terremoto mencionado.
Foto: AFP Photo/Ministério de Situações de Emergência da Rússia
Na mesma região de Kamchatka, em 1952, um terremoto de magnitude 9,0 causou danos significativos, mas não houve relatos de mortes, apesar do tsunami que atingiu o Havaí com ondas de 9,1 metros.
A Península de Kamchatka fica naPlaca de Okhotsk, uma placa tectônica menor sob o mar de Okhotsk e as ilhas de Sacalina na Russia, as ilhas Tōhoku e Hokkaido, no Japão. Esta placa está em subducção sob a placa do Pacífico, razão da elevada sismicidade na região.
Os quatro maiores terremotos e correspondentes tsunamis
1º lugar – Chile
Um terremoto gigantesco de magnitude 9,5 atingiu a região central do Chile em 1960. Conhecido como o terremoto de Valdivia ou Grande Terremoto do Chile, o maior tremor já registrado. Resultou em mais de 1.600 mortes no país, a maioria causadas pelo grande tsunami resultante. Milhares de pessoas ficaram feridas.
2º lugar – Sudeste da Ásia, Sumatra, Indonésia
Um terremoto de magnitude 9,3, foi responsável pelo tsunami resultante que devastou o sudeste e o sul da Ásia e a África Oriental em dezembro de 2004, matando cerca de 300 mil pessoas. Só a Indonésia registrou mais de 167.000 mortes, com destruição de comunidades inteiras, um grande drama humano (Evento gigantesco). A magnitude indicada foi recalculada pois inicialmente foi subestimada em 9,1 e mudou seu ranking da 3ª para a 2ª posição (https://agencia.fapesp.br/).
Segundo Stein, o evento da Ásia em dezembro foi subestimado na época principalmente por causa da velocidade de liberação da energia. Ao longo de uma falha de 1.200 quilômetros – na época se disse que era de apenas 400 quilômetros – a placa tectônica atingida escorregou, em média, 13 metros durante 500 segundos. Essa velocidade considerada baixa fez com que parte da energia liberada no evento não fosse registrada pelos sismógrafos. Esse mesmo processo causou o enorme levante de água.
Entre os dez maiores terremotos do século 20, sete foram registrados entre 1950 e 1965.

Terremoto e tsunami de dezembro de 2004, foto NOAA
3º lugar – Alasca
Em 1964, um terremoto de magnitude 9,2 sacudiu a Enseada do Prince William, no Alasca, com duração de quase 5 minutos. Mais de 130 pessoas morreram no maior terremoto já registrado nos EUA e no tsunami subsequente.
Houve enormes deslizamentos de terra e ondas gigantescas que causaram graves inundações. O evento foi seguido por milhares de réplicas durante semanas após o terremoto inicial e houve repetição em 1965.
4º lugar – Japão
Um terremoto de magnitude 9,1 atingiu a costa nordeste do Japão, em Tohoku, em 11 de março de 2011, provocando um tsunami gigantesco que atingiu a usina nuclear de Fukushima. Ele destruiu os sistemas de energia e refrigeração e provocou o derretimento de três reatores. Mais de 18.000 pessoas morreram no terremoto e no tsunami, algumas das quais nunca foram recuperadas.
Imagens de satélites feitas antes e depois do desastre permitiram verificar onde havia estradas, prédios e outras construções e estimar o que foi destruído. A análise dos dados auxiliou não apenas no processo de avaliação e reconstrução no Japão, mas no aumento da compreensão de como desastres naturais podem atingir áreas habitadas, conhecimento essencial para o desenvolvimento de melhores sistemas de alerta (Antes e depois do tsunami).
A destruição de Pompéia pela erupção do Vesúvio
Esse famoso desastre é relatado nos livros de história e permitiu aos arqueólogos, estudar e conhecer a vida e arte romanas. No ano 79 d.C, um terremoto provocou fendas ligando a câmara magmática do vulcão Vesúvio com a superfície e causando sua violenta erupção. Cinzas e derrames de lava jorraram rapidamente, cobriram e destruíram em alguns minutos as cidades de Pompéia e Herculano. Essa rapidez petrificou e conservou parte da história, revelada a partir do século XVII por escavações arqueológicas.

Com base em Livro Decifrando a terra – 1ª ed. por Wilson Teixeira e outros – Oficina de Texto
Nos séculos seguintes, o Vesúvio entrou em erupção mais de 50 vezes, a última em 1944. Como vulcão ativo, ele continua ameaçando as áreas novamente ocupadas pela população à sua volta, estimada em três milhões, com destaque para Nápoles, capital da Campânia, só ela com quase um milhão de habitantes.
Ao pé do Vesúvio
Como se formam os tsunamis?
Quando um grande terremoto ocorre próximo ao fundo do mar, ondas gigantes se formam que podem atingir 10 ou 20m ao chegarem a regiões costeiras. Essas ondas formam-se por um rápido deslocamento da coluna d´água na área do epicentro do terremoto. Esse deslocamento gera ondas em todas as direções e sua velocidade depende da profundidade do mar. Em alto mar, as ondas parecem pequenas ondulações que passam despercebidas. Entretanto, ao se aproximar do litoral, o mar fica raso, a velocidade diminui e a energia da onda se acumula em menor extensão de água, aumentando a altura da onda. Esse acúmulo de altura e energia conduzem a água que avança em inundação da área costeira por centenas de metros em direção à terra.
No Pacífico há frequentes tsunamis em virtude das zonas de subducção. Terremotos no Alasca podem gerar tsunamis que causam destruição no Havaí, várias horas mais tarde, e a milhares de quilômetros de distância.



