A condensação na atmosfera é um processo fundamental do ciclo da água, no qual o vapor presente no ar se transforma em gotículas líquidas ou cristais de gelo.
Esse fenômeno ocorre quando o ar úmido atinge o ponto de saturação, geralmente associado ao resfriamento da massa de ar.
O que é a condensação e como se diferencia da liquefação?
A condensação é o processo físico no qual o vapor se transforma em líquido devido à perda de energia térmica. Esse fenômeno ocorre naturalmente na atmosfera e também pode ter indução artificial em processos industriais.
Já a liquefação envolve a transformação de um gás, que pode estar acima do ponto de ebulição, em líquido sob pressão e resfriamento intenso.
Embora os dois processos resultem na formação de um líquido, a condensação associa-se à troca de temperatura em condições ambientais, enquanto a liquefação demanda alterações controladas de pressão e temperatura.
Entender essa diferença é essencial para aplicar os conceitos corretamente na meteorologia, geografia e na física.
Diferença conceitual entre condensação e liquefação
A principal distinção está nas condições em que cada processo ocorre. Na condensação, o resfriamento do vapor acontece geralmente à pressão atmosférica, levando à formação de pequenas gotículas.
Na liquefação, o gás é forçado a se tornar líquido por aumento de pressão ou diminuição extrema da temperatura, como acontece no transporte de gases industriais.
Exemplos práticos para fixar o conceito
Na vida cotidiana, observamos condensação no espelho após um banho quente ou no orvalho que se forma pela manhã.
Já a liquefação é visível em tanques de gás natural liquefeito (GNL), onde o produto resfria-se a temperaturas extremamente baixas para transporte seguro.
Principais diferenças entre condensação e liquefação:
- condensação ocorre em condições atmosféricas comuns;
- liquefação exige controle de pressão e temperatura;
- condensação é frequente em fenômenos meteorológicos;
- liquefação se aplica em processos industriais;
- ambos resultam na formação de líquidos.
Qual é o processo de condensação na atmosfera?
O processo de condensação na atmosfera acontece quando o vapor de água presente no ar se resfria até atingir o ponto de orvalho, formando gotículas líquidas.
Esse fenômeno é crucial para o ciclo hidrológico, pois está diretamente relacionado à formação de nuvens, neblinas e precipitações.
Ele depende de fatores como temperatura, pressão e presença de partículas chamadas núcleos de condensação. Sem esses elementos, a condensação atmosférica seria muito menos eficiente.
Saturação do ar e ponto de orvalho
A saturação ocorre quando o ar contém a quantidade máxima de vapor possível para uma determinada temperatura. Ao atingir o ponto de orvalho, o vapor começa a se condensar, formando gotículas que podem se unir e gerar fenômenos visíveis como nevoeiros.
Importância dos núcleos de condensação
Os núcleos de condensação são pequenas partículas sólidas ou líquidas suspensas no ar, como poeira ou sal marinho. Eles oferecem uma superfície para que o vapor de água se deposite e forme gotas, acelerando o processo.
Quais são as formas de condensação e suas manifestações na atmosfera?
A condensação da água na natureza se manifesta de diversas maneiras, cada uma com características e condições específicas. Ela pode ocorrer tanto no ar quanto em superfícies, influenciada pela temperatura, umidade e circulação do ar.
Segundo o livro Meteorologia prática, de Artur Gonçalves Ferreira, ao se atingir a saturação, pode haver a formação de gotas de água líquida ou cristais de gelo.
As gotas de água estão associadas ao processo de condensação e podem existir na atmosfera na forma de nevoeiro, neblina ou nuvem, como também ocorrer sobre uma superfície, sendo o caso do orvalho ou geada.

Núcleos de condensação na atmosfera
Da mesma forma que o orvalho e a geada necessitam de uma superfície para se formarem, gotas de nuvem precisam de pequenas partículas sobre as quais o vapor d’água possa se condensar.
Sabe-se que o ar das grandes cidades possuem bastante poluição, com vários gases e material particulado, ou seja, os poluentes. Entretanto, mesmo em locais aparentemente limpos, há uma boa quantidade de partículas no ar.
Várias delas servem como superfícies para a condensação do vapor atmosférico e, por isso, possuem o nome de núcleos de condensação. Sem essas partículas, a umidade relativa deveria ser superior a 100% para que a condensação se iniciasse.
Apesar de o gelo derreter a 0 °C, a água na atmosfera normalmente não congela a essa temperatura.
Se a saturação ocorre a temperaturas entre 0 °C e –4 °C, o excesso de vapor d’água condensa-se, formando água super-resfriada, ou seja, água abaixo de 0 °C, mas ainda na fase líquida.
Na atmosfera, o gelo não se forma nesse intervalo de temperatura. Da mesma forma que para formar gotas de água líquida são necessários núcleos de condensação e umidade relativa próxima de 100%, a formação de cristais de gelo requer a existência de núcleos de gelo.
Em temperaturas menores do que –4 °C, a probabilidade de formar gelo aumenta, e, para o intervalo entre –10 °C e –40 °C, a saturação pode levar à formação tanto de cristais de gelo quanto de gotas de água super-resfriadas.
Para temperaturas menores do que –40 °C haverá apenas a formação de cristais de gelo, com ou sem a presença de núcleos de gelo.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) adota as seguintes definições para os tipos de condensação na atmosfera.
Chuva
É o resultado da condensação na atmosfera que cai em direção ao solo, quando o peso das gotas supera as correntes verticais de ar. Normalmente, sua quantidade é medida, nos pluviômetros, como a altura da precipitação em milímetros (1 mm = 1 L de água de chuva numa área de 1 m²).
Chuvisco ou garoa
Precipitação bastante uniforme composta exclusivamente de gotas d’água muito pequenas (diâmetro menor do que 0,5 mm), muito próximas umas das outras e que parecem quase flutuar no ar.
Granizo
Precipitação que se origina de nuvens convectivas, como cumulonimbus, e que cai em forma de bolas ou pedaços irregulares de gelo, com formatos e tamanhos diferentes.
Pedaços com diâmetro de 5 mm ou mais são granizos, enquanto pedaços menores são classificados como bolas de gelo, bolas de neve ou granizo mole.
Bolas isoladas são chamadas de pedras. No METAR, um código meteorológico usado em aeroportos, granizo é referido como “GR”, e granizo pequeno ou bolas de neve, como “GS”.
Neve
Precipitação de cristais de gelo translúcidos e brancos, em geral em forma hexagonal e complexamente ramificados, formados diretamente pelo congelamento do vapor d’água na atmosfera.
É produzida frequentemente por nuvens do tipo stratus, mas também pode se originar das nuvens do tipo cumulus. Normalmente, os cristais se agrupam em flocos de neve. É informada como “SN” no METAR.
Névoa
Conjunto de microscópicas gotículas de água suspensas na atmosfera. Não reduz a visibilidade como o nevoeiro e, frequentemente, as pessoas confundem com chuvisco.
Nevoeiro
Massa de minúsculas, porém visíveis, gotículas de água suspensas na atmosfera, próximas ou junto à superfície da Terra, que reduzem a visibilidade horizontal para menos de 1.000 m.
É formado quando a temperatura e o ponto de condensação do ar se tornam os mesmos – ou quase os mesmos – e suficientes núcleos de condensação estão presentes. É referido como “FG” no METAR.
Abaixo, fotos de algumas formas de condensação citadas anteriormente.

Imagem retirada do livro Meteorologia: noções básicas, publicado pela Oficina de Textos. Todos os direitos reservados.
Como se aplica o termo liquefação e condensação em química e no cotidiano?
Os conceitos de liquefação e condensação aplicam-se tanto em contextos científicos quanto no dia a dia.
Em química, eles descrevem mudanças de estado físico fundamentais, enquanto na vida cotidiana aparecem em situações simples e visíveis. Compreender essa aplicação mista torna o aprendizado mais sólido e útil.
Em química: processos industriais e laboratório
A liquefação armazena gases em estado líquido, como oxigênio e nitrogênio, em condições controladas. Já a condensação se observa em experimentos que envolvem destilação, onde o vapor se resfria e retorna ao estado líquido.
No cotidiano: exemplos visuais comuns
Ver vapor de água se acumulando em um copo gelado ou gotas no vidro de um carro em dia frio são exemplos claros de condensação. Essas ocorrências reforçam como esses fenômenos fazem parte da nossa rotina.
Aplicações práticas no dia a dia:
- conservação e transporte de gases;
- produção de bebidas geladas com efeito visual atrativo;
- uso em sistemas de climatização;
- observação em janelas e espelhos após banhos;
- controle de umidade em estufas e ambientes fechados.
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Resumo desse artigo sobre condensação
- Condensação é a transformação de vapor em líquido por perda de calor, distinta da liquefação;
- O processo atmosférico depende de temperatura, pressão e núcleos de condensação;
- A condensação da água se manifesta como orvalho, geada, nevoeiro, nuvens e virga;
- Liquefação e condensação têm usos científicos e exemplos cotidianos;
- Compreender esses conceitos ajuda na previsão do tempo e no entendimento do ciclo da água.