Legislação de recursos hídricos e seu impacto no setor industrial

Obra da Editora Oficina de Textos trata as legislações brasileiras sobre recursos hídricos, suas atualizações, e seu efeito no setor industrial.

A gestão da água é um dos maiores desafios para a sustentabilidade do setor industrial. O Brasil, com recursos hídricos abundantes, enfrenta a necessidade de regulamentar o uso racional da água devido à crescente demanda e à distribuição desigual desse recurso essencial. A legislação de recursos hídricos é tratada na segunda edição do livro Água na indústria: uso racional e reúso.

Na obra, José Carlos Mierzwa, Jonathan Espíndola e Ivanildo Hespanhol (in memoriam) abordam com profundidade as mudanças legislativas e seus impactos na operação industrial. Além de explicar os fundamentos legais, Água na indústria apresenta tecnologias e estratégias práticas que ajudam as empresas a se adequar às exigências atuais.

Lei nº 9.433/1997 – o marco inicial da Política Hídrica Brasileira

A Lei nº 9.433, conhecida como Lei das Águas, é o pilar da gestão de recursos hídricos no Brasil. Implementada em 1997, essa legislação estabeleceu princípios como:

  • A água como bem público e de valor econômico: mudou a percepção sobre seu uso no setor industrial.

  • Gestão participativa: envolve governo, sociedade civil e usuários na tomada de decisões.

  • Cobrança pelo uso da água: incentivo para uso racional, que reverte os valores arrecadados para a revitalização de bacias hidrográficas.

Os autores destacam que a Lei nº 9.433 promoveu a transição de práticas desordenadas para uma gestão estruturada e eficiente, essencial para o planejamento industrial.

Resolução Conama nº 430/2011 – padrões para lançamento de efluentes

A Resolução nº 430/2011 do Conama complementa a Resolução nº 357/2005 e define condições rigorosas para o lançamento de efluentes em corpos d’água. O livro explica que essas normas obrigam as indústrias a monitorar os parâmetros de qualidade, como DBO, metais pesados e temperatura, e adotar sistemas de tratamento capazes de garantir a conformidade legal.

Além disso, os autores ressaltam que a resolução impulsionou o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas de tratamento de efluentes, essenciais para o reúso e para a preservação ambiental.

Lei nº 14.026/2020 – o novo marco legal do saneamento

Aprovada em 2020, a Lei nº 14.026 modernizou o saneamento básico no Brasil. Embora tenha como foco a universalização do acesso à água potável e ao esgoto tratado até 2033, essa lei impacta diretamente o setor industrial ao melhorar a disponibilidade e a qualidade da água.

Os autores enfatizam que o novo marco reforça o papel da Agência Nacional de Águas (ANA) como reguladora de normas de referência para o uso sustentável dos recursos hídricos.

Decreto nº 10.710/2021 – regulamentação da cobrança pelo uso

Este decreto regulamenta a cobrança pelo uso da água de domínio da União, definindo:

  • Critérios para cálculo dos valores cobrados, com base no volume captado, no consumo e no impacto ambiental.

  • Finalidade dos recursos arrecadados destinados a projetos de recuperação de bacias hidrográficas.

Segundo o livro, a cobrança estimula as empresas a adotar práticas de redução de desperdícios e otimizar o uso da água, contribuindo para a sustentabilidade financeira e ambiental.

O papel do reúso da água na indústria brasileira

Um dos pontos mais relevantes desta segunda edição é o foco no reúso da água como solução prática e viável para os desafios atuais. Os autores exploram tecnologias avançadas que permitem o reaproveitamento de efluentes em processos industriais:

  • Separação por membranas: retém sólidos e contaminantes dissolvidos com alta eficiência.

  • Oxidação avançada: uso de reações químicas para eliminar compostos orgânicos e melhorar a qualidade da água tratada.

  • Método water pinch: técnica que identifica os pontos de consumo mínimo e maximiza o reúso na planta industrial

Os custos de reúso são detalhados no livro, mostrando que tratamentos internos podem variar entre R$ 0,80 e R$ 1,20 por metro cúbico, muito abaixo dos custos de aquisição de água de reúso de fornecedores externos.

Impactos econômicos e ambientais

A implementação das legislações mencionadas traz desafios e oportunidades para o setor industrial. Os principais impactos incluem:

  • Custos adicionais: para adequação às normas de lançamento de efluentes e cobrança pelo uso da água.

  • Benefícios econômicos do reúso: redução significativa dos custos operacionais e menor dependência de fontes externas de água.

  • Contribuição ambiental: preservação dos corpos hídricos, redução da poluição e melhoria da eficiência hídrica.

Conheça o livro “Água na Indústria – 2ª Edição”

A segunda edição do livro Água na Indústria é uma referência indispensável para profissionais que buscam compreender as mudanças na legislação e seus impactos no setor. Revisada e atualizada, a obra oferece:

  • Análise detalhada das legislações vigentes, incluindo as mais recentes atualizações e suas implicações práticas.

  • Estudos de caso reais, demonstrando como empresas se adaptaram às novas exigências legais.

  • Soluções práticas para otimizar o uso da água, reduzir custos e garantir a conformidade ambiental.

Com uma abordagem prática e fundamentada, o livro é uma ferramenta essencial para gestores, engenheiros e todos os profissionais envolvidos na gestão hídrica industrial.

Confira a degustação da obra aqui!

Capa do livro “Água na indústria: uso racional e reúso - 2ª ed.”, publicação da Editora Oficina de Textos

Capa do livro “Água na indústria: uso racional e reúso – 2ª ed.”, publicação da Editora Oficina de Textos