Tipos de Pinus e principais espécies plantadas no Brasil

Tipos de Pinus no Brasil: Conheça as principais espécies e seu impacto econômico. Descubra os avanços genéticos e características de crescimento. Explore o fascinante mundo do Pinus!

Os avanços em pesquisas de genética e melhoramento permitiram selecionar espécies de rápido crescimento e com características anatômicas e de tecnologia da madeira que possibilitassem a geração de produtos florestais de qualidade com espécies do gênero Pinus.

O Brasil tem sido referência mundial no cultivo dessas espécies, pois possui um valor médio de produtividade igual a 29,7 m³/ha/ano, um dos maiores do globo., segundo o Relatório Anual 2022 da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), ano base 2021.

Contudo, à exceção da Região Sul, onde se encontram as melhores condições de solo e clima para o cultivo, a área plantada com espécies do gênero Pinus não tem se expandido de forma expressiva nos últimos anos, principalmente devido ao aumento da relevância do cultivo das espécies de eucalipto pela indústria de papel e celulose e empresas siderúrgicas.

Atualmente, as principais espécies do gênero plantadas no Brasil são P. taeda, P. elliottii, P. caribaea em suas três variedades caribaea, hondurensis e bahamensis, P. oocarpa, P. tecunumanii, e P. maximinoi. Veja as principais características dessas espécies.

Pinus taeda

O P. taeda é considerado a principal conífera para a produção de diversos produtos na Região Sul do Brasil, por ser uma espécie subtropical que vem sendo amplamente plantada e com adaptação adequada à região. Seu destaque deve-se à tolerância a geadas, apresentando rápido crescimento e qualidade de madeira que permite o seu uso para a produção de papel e celulose, chapas e madeiras do tipo serrada e constituída.

Em sua região de origem, desenvolve-se desde o nível do mar até altitudes superiores a 600 metros. A espécie é popularmente conhecida nos Estados Unidos como loblolly pine. Em face da sua ampla distribuição geográfica, podem existir variações genéticas entre as procedências, influenciadas pelas diferenças ambientais existentes entre elas.

Dessa forma, o P. taeda L. possui ampla variabilidade intraespecífica que lhe confere valores distintos de altura e diâmetro, que podem alcançar até 50 m e 120 cm, respectivamente, a depender de sua adaptação.

Foto tirada de várias árvores de Pinus taeda em uma floresta.

Pinus taeda (Fonte: Florestal Rio Verde)

Pinus elliottii

Existem duas variedades dessa espécie: P. elliottii var. elliottii e P. elliottii var. densa. Esta última ocorre somente numa pequena área no extremo sul da Flórida e tem pouca importância para os setores de produção. Já o P. elliottii var. elliottii possui maior abrangência natural e alcança alturas de 20 m a 30 m e diâmetros entre 60 cm e 90 cm.

Apesar de apresentar menor produtividade do que o P. taeda e de não ser uma espécie cultivada para a produção de celulose e papel, P. elliottii var. elliottii apresenta características de importância para o setor florestal, como a boa densidade e qualidade mecânica e física da madeira, que permitem o seu uso na fabricação de produtos estruturais utilizados na construção civil, em marcenarias, pois apresentam poucos ramos e nós na madeira, e na produção de embalagens.

Essa espécie também é amplamente utilizada para a produção de resina em larga escala nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil. Para obter procedências adequadas para plantio com a finalidade de produção de resina, deve-se recorrer a materiais genéticos do norte da Flórida, pois se sabe que estes apresentam melhor desempenho.

Imagem de perto de quatro pinhas em um Pinus elliottii, com suas folhas espetadas para todas as direções

Pinhas de Pinus elliottii (Fonte: Fundação Municipal do Meio Ambiente)

Pinus caribaea

A espécie P. caribaea apresenta rápido crescimento na região tropical do Brasil e produz madeira de boa qualidade. Essa espécie está entre as mais exploradas economicamente para a produção de madeira serrada e resina. Além disso, pode ser utilizada para fabricação de papel, carvão e compensados.

O P. caribaea compreende três variedades: P. caribaea Morelet var. caribaea Morelet, procedente do litoral atlântico da América Central (Cuba); P. caribaea Morelet var. hondurensis Barrett et. Golfari, da região continental centro-americana; e P. caribaea Morelet var. bahamensis Barrett et. Golfari, das ilhas Bahamas.

As três variedades podem ser plantadas no Cerrado e em regiões de clima tropical, podendo inclusive se estender para a Região Sul, desde que as geadas não sejam severas.

Sua madeira apresenta densidade entre 480 e 530 kg/m–3, e é de grande utilidade em geral. Além disso, ela produz resina em quantidade viável para a exploração comercial. Essa variedade está entre as espécies tropicais mais plantadas do gênero e o seu uso comercial tem se expandido em diversas regiões do mundo.

Foto de uma Pinus caribaea, com muitos metros no ar e vários galhos vazios, maior que todas as outras árvores atrás.

Pinus caribaea (Fonte: Wikimedia Commons)

Pinus oocarpa

A espécie P. oocarpa é originária do México e da América Central e apresenta distribuição natural no sentido noroeste-sudeste bem extensa, totalizando uma distância de 3.000 km. O seu hábitat natural varia desde clima temperado-seco, com precipitação média acumulada entre 500 mm e 1.000 mm, até subtropical úmido, com precipitação em torno de 3.000 mm anuais.

Em locais de baixa altitude ou na planície costeira, essa espécie tem crescimento lento, com má formação de fuste, além de se tornar suscetível a várias doenças. Seu melhor desempenho no Brasil é encontrado no planalto, especialmente no bioma Cerrado, dada a sua tolerância à seca.

As suas vantagens são a facilidade de propagação e o fato de sua madeira ser moderadamente dura e resistente, de alta qualidade para a produção de celulose e de peças serradas para construções e confecção de chapas.

Além de madeira, essa espécie produz resina em quantidade viável para extração comercial e muitas sementes, o que facilita a expansão dos seus plantios.

Árvore grande de Pinus oocarpa, com muitas folhas em seus caules, à luz do sol.

Pinus oocarpa (Fonte: The Gymnosperm Database)

Pinus tecunumanii

O P. tecunumanii ocorre naturalmente desde o sul do México até a Nicarágua e pode alcançar mais de 50 m de altura e até 1,20 m de diâmetro. Os povoamentos naturais são encontrados em altitudes entre 1.500 m e 2.800 m, sendo eles de aparência semelhante ao P. patula.

As procedências de altitudes maiores que 1.500 m têm apresentado alta suscetibilidade à quebra de fuste pelo vento. O P. tecunumanii também é uma espécie tropical adaptada às condições edafoclimáticas do Brasil.

Além disso, possui características vantajosas ao uso comercial, visto que apresenta boa forma de fuste, pouca incidência de rabo-de-raposa (foxtail) e crescimento mais rápido que o de P. oocarpa, permitindo a diferenciação dessas espécies. Sua madeira é de excelente qualidade, com densidade maior que 400 kg/m3 e menor teor de resina.

Além disso, a espécie começa a se formar como adulta a partir dos dez anos de idade, aproximadamente, e tem boa homogeneidade.

Foto tirada de um Pinus tecunumanni.

Pinus tecunumanni (Fonte: Conifers Garden)

Pinus maximinoi

Apesar de ser uma espécie de regiões subtropicais, possui baixa resistência a geadas e deve ser plantada em regiões com clima mais ameno. É a segunda espécie do gênero entre as mais comuns na América Central.

Sua madeira possui coloração clara, alta resistência e pode ser utilizada em indústrias de chapas, celulose, painéis de fibras e de partículas, fósforos e palitos.

A espécie P. maximinoi também pode ser cultivada para a produção de madeira serrada, dada a boa forma de seu fuste. Conforme descrito, o grande número de procedências do gênero Pinus torna possível a obtenção de espécies com diferentes características tecnológicas de madeira e com exigências particulares em relação às condições edafoclimáticas das regiões, para que possam se adaptar e gerar produtividade.

Em função disso, esforços devem ser concentrados na escolha adequada de espécies para cada local e finalidade. O estudo da procedência e plasticidade genética das espécies aos diferentes ambientes é de fundamental importância para os programas de melhoramento florestal do gênero.

Foto de várias copas de Pinus maximinoi à luz do sol.

Pinus maximinoi (Fonte: Wikimedia Commons)


Pinus: do plantio à colheita, um guia completo para o sucesso na silvicultura

Esta matéria foi retirada do livro Pinus: do plantio à colheita. A obra organizada por Rafael Tassinari Resende, Aluízio Borém e Helio Garcia Leite foi lançada em 2023 pela Editora Oficina de Textos. 

O livro aborda uma variedade de temas, incluindo:

  • aspectos econômicos do Pinus;
  • recomendações de espécies e genótipos; 
  • produção de mudas, nutrição mineral e adubação;
  • preparo de solo e plantio;
  • manejo de pragas e doenças;
  • sistemas de manejo (desbaste e desrama);
  • colheita e usos da madeira proveniente das plantações de Pinus.

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