Confira a seguir os tipos de vulcões, suas características e alguns exemplos abordados pelo cientista escocês Dougal Jerram.
Quais são os tipos de vulcões e como eles se diferenciam?
Em geral, os principais tipos são vulcão escudo, cone de escória, estratovulcão (ou vulcão composto), vulcão de caldeira e vulcão submarino.
Por exemplo, os vulcões escudo tendem a produzir lavas fluidas e extensas, enquanto os estratovulcões geram erupções mais explosivas com material piroclástico.
Quais são os critérios para diferenciar cada tipo de vulcões?
A distinção entre eles se baseia em:
- magmas com menor viscosidade formam vulcões escudo, enquanto magmas mais viscosos estão associados a estratovulcões;
- um magma rico em gases favorecem erupções explosivas;
- um vulcão pode ser classificado como ativo, inativo ou extinto dependendo de erupções recentes;
- vulcões submarinos se formam no fundo dos oceanos e só emergem sob condições específicas.
Exemplos famosos de cada tipo
Um exemplo clássico de vulcão escudo é o Kīlauea, no Havaí, que apresenta fluxo de lava fluida e contínua com erupções efusivas.
Já o Monte Tambora, na Indonésia, é considerado um estratovulcão ou vulcão complexo e teve uma das maiores erupções registradas em 1815.
O vulcão submarino Kavachi, nas Ilhas Salomão, mostra como essas estruturas podem existir sob a água e ocasionalmente formar ilhas temporárias.
Como diferenciar os tipos de vulcões?
Desde um pequeno esguicho até uma grande explosão, cada erupção vulcânica é fascinante. Os diferentes tipos ou estilos de um vulcão geralmente refletem o tipo de magma expelido e, por vezes, relacionam-se com sua posição nas placas terrestres.
Os magmas mais viscosos formam vulcões mais explosivos, associados a limites destrutivos, ao passo que os magmas menos viscosos ocorrem em vulcões menos explosivos, muitas vezes em limites construtivos ou pontos quentes (hotspots).
Primeiramente, os vulcões podem ser classificados com base em sua forma. Este passo é importante, porque vulcões podem ter formas similares, mas podem ter tamanhos muito diferentes.
Por exemplo: um derrame basáltico pode variar bastante de tamanho, desde muito pequeno (alguns centímetros de espessura) até os maiores derrames conhecidos, chamados de basaltos de platô. As categorias básicas dos vulcões são apresentadas na figura abaixo.

Classificação básica dos diferentes tipos de vulcões, adaptado do Serviço Geológico Americano (Imagem retirada do livro Introdução à Vulcanologia, 2018. Todos os direitos reservados)
Quais vulcões em erupção chamam atenção no mundo e por que isso importa?
Na Indonésia, país com uma das maiores densidades vulcânicas, encontram-se mais de 140 vulcões ativos. Entre eles, o Monte Merapi (em Java) é um dos mais ativos, sendo responsável por erupções recentes com vítimas e destruição de vilarejos.
Outro exemplo é o vulcão Kelut, que historicamente causou lahares devastadores em suas erupções explosivas.
Que tipos de erupções ocorrem nos vulcões ativos?
As erupções podem ser explosivas — quando o magma contém muito gás e alta viscosidade — ou efusivas, onde a lava flui de forma mais tranquila.
Por exemplo, o Monte Tambora teve erupção explosiva em 1815 com impacto global. E o vulcão Ibu, na Indonésia, entrou em erupção recentemente, emitindo colunas de fumaça de até 5 km de altura.
Por que observar vulcões em erupção é vital?
Observar vulcões em erupção ajuda a identificar padrões de tremores, elevação do solo, emissões de gases e prognósticos para evacuação.
As atividades recentes do Monte Ibu mostram que áreas próximas podem ser interditadas preventivamente, protegendo vidas e infraestrutura.
Por que os vulcões na Indonésia são tão numerosos e perigosos?
A Indonésia localiza-se no “Círculo de Fogo do Pacífico”, isto é, uma zona propensa à subducção entre placas tectônicas, o que resulta em intensa atividade vulcânica. Mais de 140 vulcões ativos marcados no país reafirmam essa condição geológica.
Como a tectônica influencia os vulcões na Indonésia?
A convergência entre a placa indo-australiana e a placa da Eurásia gera pressão, fusão da crosta e ascensão de magma que forma vulcões.
Muitas dessas estruturas são estratovulcões, cujas camadas alternam lava, cinzas e fragmentos — o que favorece erupções explosivas.
Exemplos de vulcões perigosos na Indonésia
O Monte Merapi já causou centenas de mortes em erupções históricas. O Monte Tambora teve uma erupção gigantesca em 1815, com impacto climático considerado um dos maiores da história.
Também o vulcão Semeru registrou erupção em 2021 com lahares e dezenas de vítimas.
No Brasil tem vulcões?
Nenhum vulcão ativo é conhecido atualmente em território brasileiro; porém, há sinais de vulcanismo antigo que moldaram a geologia do país.
Por que não há vulcões ativos no Brasil?
O Brasil se encontra no interior da placa Sul-Americana, ou seja, longe dos limites tectônicos mais ativos — regiões onde o vulcanismo tende a se manifestar.
Que evidências de vulcões antigos o Brasil apresenta?
Formações de rochas basálticas no Sul e Sudeste revelam atividade vulcânica no fim da Era Mesozoica.
O vulcão Amazonas é apontado como estrutura antiga, com cerca de 1,9 bilhão de anos e 22 km de diâmetro, mas não há atividade atual.
Existem hipóteses de caldeiras vulcânicas em Poços de Caldas, Caldas Novas e Nova Iguaçu, mas sem confirmação científica sólida até hoje.
Qual obra ler sobre o assunto?
Para se aventurar ainda mais pelo fascinante mundo dos vulcões, veja em nossa livraria técnica o livro Introdução à Vulcanologia.
Nele, o cientista Dougal Jerram responde a questões de geologia como: O que são os vulcões? Como os vulcões se relacionam com as placas tectônicas e o movimento de continentes? Como eles afetam o clima da terra? É possível prever erupções?