As rochas estão em todos os lugares, desde grandes centros urbanos como São Paulo até pontos turísticos como o Pão de Açúcar. Apesar disso, poucos notam a presença desses elementos fundamentais para compreender a história do planeta e as substâncias que constituem a Terra.
Quais são os tipos de rochas?
Os petrologistas são responsáveis por traçar as origens, ocorrências, estruturas e histórias destes elementos formados por meio da associação de dois ou mais minerais.
Em geral, os tipos de rochas se classificam em três grandes grupos, segundo o principal processo que lhe deu origem, podendo ser ígneas, sedimentares e metamórficas. Confira a seguir as diferenças entre elas.
Rochas ígneas

A obsidiana é uma rocha ígnea com 70% ou mais de sílica (Foto: InfoEscola)
O próprio nome desta rocha já denota as suas origens, considerando que a palavra ígnea deriva do latim ignis, que significa fogo.
São consolidadas dessa maneira após o resfriamento do magma derretido ou parcialmente derretido.
As rochas ígneas se dividem em dois grupos diferentes: intrusivas, que se formam a partir do resfriamento do magma no interior da crosta terrestre, nas partes profundas da litosfera, sem contato com a superfície; e extrusivas, que se formam a partir do resfriamento do material expelido pelas erupções vulcânicas atuais ou antigas.
Diferença entre rochas magmáticas e ígneas
As rochas magmáticas e as ígneas são, na verdade, conceitos equivalentes, mas usados em contextos diferentes. Enquanto o termo magmáticas ressalta a origem no magma, o termo ígneas é o mais comum na geologia acadêmica.
Ambos descrevem a mesma classe de rochas que inclui exemplares famosos usados desde a construção de monumentos até na pavimentação de cidades.
Exemplos comuns: granito, basalto
Entre os exemplos mais conhecidos estão o granito, usado na construção civil e em esculturas, e o basalto, presente em extensos derrames vulcânicos.
O granito é uma rocha intrusiva, com cristais visíveis de quartzo, feldspato e mica. Já o basalto, extrusivo, exibe textura mais densa e compacta.
Essas rochas ilustram como a velocidade do resfriamento define características fundamentais.Convidando à reflexão, os principais pontos sobre rochas ígneas são, portanto:
- originam-se do magma em diferentes profundidades;
- podem ser intrusivas ou extrusivas;
- granito e basalto são exemplos clássicos;
- usadas em construções e obras históricas;
- estrutura depende da velocidade de resfriamento.
Rochas sedimentares
Recebem esse nome por sua composição de sedimentos carregados pela água ou pelo vento que se acumularam em áreas deprimidas. Nestas rochas encontraram muitos fósseis, graças ao processo de formação.

O calcário é uma rocha sedimentar e contém minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (Foto: Portal Mundo Educação)
A formação define a classificação que cada rocha sedimentar irá receber e pode ocorrer de três maneiras: com minerais que provêm diretamente de rochas preexistentes (clásticas); minerais novos formados devido a fenômenos de transformações químicas ou de precipitações de soluções (precipitados); ou parte de seres vivos (biogênicas).
Exemplos de rochas sedimentares e ambientes de formação
O arenito se forma por grãos de areia unidos por minerais que atuam como cimento natural. O calcário, por sua vez, pode ter origem orgânica, acumulando restos de conchas e corais, ou química, quando há precipitação de carbonato de cálcio em ambientes aquáticos.
Já o carvão resulta da compressão de matéria vegetal em pântanos antigos, revelando a importância dos processos orgânicos na formação dessas rochas.
Arenito, calcário, carvão com fósseis
Cada exemplo de rocha sedimentar conta uma história diferente. Assim, o arenito revela antigos ambientes desérticos ou fluviais, o calcário aponta para mares tropicais rasos e o carvão guarda evidências de vegetação pré-histórica.
Muitas vezes, aliás, os fósseis ficam preservados em camadas sedimentares, permitindo reconstruir ecossistemas desaparecidos há milhões de anos.
Rochas metamórficas
São as rochas formadas por transformações físicas e/ou químicas sofridas por outras rochas, quando estas são submetidas ao calor e à umidade da terra.

O mármore é uma rocha metamórfica originada de calcário exposto a altas temperaturas e pressão (Foto: Cristais de Curvelo)
Existem alguns fatores predominantes para o metamorfismo: tipos de rochas metamórficas que serão formadas; localização e extensão na crosta terrestre; aspectos físicos envolvidos (pressão etc.); mecanismo determinante para a conjunção desses parâmetros (clima etc.).
Estrutura foliadas e não foliadas nas rochas metamórficas
As rochas metamórficas foliadas apresentam minerais alinhados em camadas, como ocorre no gnaisse e na ardósia. Já as não foliadas não mostram esse alinhamento, como o mármore, que resulta da transformação do calcário.
Essa distinção ajuda geólogos a interpretar os processos tectônicos que deram origem às formações.
Mármore, gnaisse, quartzo; metamorfismo de contato e regional
O mármore tem amplo uso em arte e arquitetura, famoso em esculturas clássicas e edifícios históricos.
O gnaisse, com suas faixas claras e escuras, revela metamorfismo intenso em regiões montanhosas. Já o quartzito, por outro lado, resulta da transformação do arenito, adquirindo grande resistência.
O metamorfismo de contato ocorre próximo a intrusões magmáticas, enquanto o metamorfismo regional envolve áreas extensas de crosta submetida a pressão e calor.
O que é o Pão de Açúcar?
O Pão de Açúcar, um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, é um enorme monólito. Desse modo, composto de uma pedra conhecida como gnaisse faoidal é uma rocha metamórfica por ter se originado do granito.
Após sofrer alterações por pressão e temperatura, então, emergiu com o choque entre os continentes sul-americano e africano há mais de 600 milhões de anos.
Outra rocha famosa e que se originou do choque de placas tectônicas é o Rochedo de Gibraltar, monumento situado no território britânico homônimo. Assim, consiste em um monólito promontório de calcário, formado quando a placa africana colidiu com a da Europa.
Qual obra ler sobre o assunto?
O livro Rochas: manual fácil de estudo e classificação, lançado pela Editora Oficina de Textos, traz um roteiro sobre o estudo das rochas, fornecendo uma chave para o reconhecimento macroscópico de alguns de seus principais tipos, as propriedades e características físicas de cada uma.
A obra do especialista Sebastião de Oliveira Menezes, mestre em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Professor Adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora, também inclui uma série de ilustrações para facilitar o entendimento do tema e um glossário com termos de uso corrente nas geociências mencionados no texto e nem sempre definidos.
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Resumo desse artigo sobre rochas
- As rochas ígneas, também chamadas magmáticas, se formam pelo resfriamento do magma, como o granito e o basalto;
- As rochas sedimentares resultam da compactação de sedimentos, sendo o arenito, o calcário e o carvão exemplos clássicos;
- As rochas metamórficas surgem de transformações por pressão e temperatura, formando rochas como mármore, gnaisse e quartzito;
- A classificação entre intrusivas, extrusivas, foliadas e não foliadas revela processos distintos de formação;
- Cada tipo de rocha guarda informações valiosas sobre a história da Terra e sua dinâmica geológica.