Como o atual mercado da engenharia afetará as oportunidades futuras?

O mercado atual da engenharia civil passou por um período conturbado, que teve início entre 2015 e 2016. Na verdade, até mesmo quem não faz parte da área sentiu o impacto da crise econômica nesse setor, o que até virou piada: os engenheiros saem da faculdade para trabalhar como motorista de aplicativo.

Foto de um engenheiro com equipamento de proteção olhando para um andaime à distância.

A brincadeira retrata uma realidade: com as dificuldades na economia brasileira e os escândalos recentes que chocaram o País, obras pararam e milhares de profissionais perderam seus empregos. Em uma situação como essa, é preciso buscar outras opções, mesmo que elas não sigam o perfil da graduação.

E, então, chegou 2020. O que era para ser, a princípio, um ano de retomada para a engenharia civil, tornou-se um período extremamente caótico em caráter global: novamente, as construções pausaram e as pessoas temeram por seus empregos. Mas, incrivelmente, não foi um ano perdido.

Embora muitos engenheiros ainda estejam receosos de investir na engenharia, é fato que este é o momento propício para adquirir mais conhecimento, se especializar e ficar à frente dos concorrentes no mercado. Diversos estudos apontam para uma alta no mercado e para possíveis novas oportunidades.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), por exemplo, previu carência de profissionais da área em 2020. Não só faltam engenheiros em quantidade, mas também em qualidade — as empresas não querem contratar pessoas sem experiência ou aqueles que são iguais a todos os outros do mercado. De fato, existe a busca por indivíduos qualificados.

Mas não é só isso: um dos indicadores mais influentes sobre a tendência atual do mercado é o Índice de Confiança da Construção da Fundação Getúlio Vargas (ICST-FGV). Com a pandemia da Covid-19, os números caíram rapidamente e a mudança foi perceptível: tanto na prática, quanto na teoria.

Em julho, todavia, o ICST mudou de rumo. A confiança cresceu com a retomada das obras, aproximando-se cada vez mais de como era no período da pré-pandemia: agora, em outubro, são 95,2 pontos; o maior valor desde março de 2014, mesmo após quatro meses em queda no início da pandemia. Sim, é só um começo — mas é promissor. Por exemplo, o número de empresas que possuem demanda é maior comparando com as que estão em queda.

Gráfico do índice de confiança da construção para o mercado da engenharia em julho de 2020

Gráfico das alterações no ICST em julho/2020.

Gráfico do índice de confiança da construção para o mercado da engenharia em outubro de 2020

Alterações no ICST em outubro/2020.

Em relação ao Índice de Situação Atual (ISA), todos os segmentos tiveram uma alta expressiva em julho: cerca de 85% ou mais em relação ao patamar de fevereiro (período antes da pandemia e da quarentena).

Gráfico de indicador de situação atual: comparação do indicador de julho com fevereiro.

Indicadores de Situação Atual em diferentes segmentos da Engenharia

Portanto, a perspectiva é boa e promete notícias otimistas para o mercado da engenharia civil. O importante agora é como os profissionais irão se posicionar durante o momento atual: há possibilidade de aproveitar a ocasião, se especializando e investindo em suas próprias habilidades para, mais tarde, se destacar na área e adquirir as melhores oportunidades.

É isso que acontecerá com a área de projetos estruturais: a demanda aumentará, visto que essa é uma parte essencial de qualquer obra, e somente aqueles que pensaram no futuro durante a pandemia é que conseguirão aproveitar totalmente as suas chances. 

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