Definida em projeto, a execução de fundações diretas em obras civis costuma ser simples e sem muitas complicações
Nesses casos, geralmente a ocorrência de água é externa, ou seja, trata-se de chuva, escorrimento de água que caiu na vala ou alguma infiltração superficial.
(Imagem: Obratech)
Essas ocorrências, evidentemente, devem ser cuidadas e eliminadas, pois na vala de fundação direta não deve haver água; pelo contrário, ela deve ser o mais seca possível. Nas obras civis menores, as fundações diretas são basicamente de dois tipos: sapata simples ou sapata corrida.
A sapata simples é dimensionada pela carga aplicada sobre ela dividida pela taxa de resistência do solo, dado que é obtido após análise de especialista (preferível) ou por métodos empíricos. Nessa última condição, não se recomenda a adoção de taxas superiores a 1 kgf/cm², mesmo que o solo se apresente muito resistente (duro ou muito compacto!).
De qualquer forma, para confirmar, tente cravar com as mãos uma barra de ferro ϕ 8 mm no local da sapata. Se conseguir cravar apenas 15 cm com esforço, então adote 1 kgf/cm². Se passar disso, até 20 cm, adote 0,8 kgf/cm², e, até 25 cm, 0,6 kgf/cm².
Se o valor for maior do que isso, aprofunde a escavação (pelo menos mais 25 cm) e repita os testes na nova profundidade até conseguir resultados satisfatórios (15 cm, 20 cm ou 25 cm), mas esteja sempre atento aos resultados das sondagens efetuadas no local para comparar os valores e avaliar o que estará por baixo dessa sapata.
Brocas
A broca é uma situação diferente: embora não seja efetivamente uma fundação direta, também não é uma fundação profunda, pois está muito sujeita às condições da superfície do solo – infiltração de água e eventuais escavações em suas proximidades, fatores que não afetam uma fundação profunda.
Na verdade, a broca é uma miniestaca com diâmetro entre 20 cm e 25 cm e comprimento máximo de 5 m. Além disso, não há garantia nenhuma de que ela esteja efetivamente íntegra, nem há como se certificar disso.
Aliás, é muito difícil escavar manualmente com trado cavadeira, como é o caso da broca, para mais de 4 m; só se o terreno for muito pouco resistente, o que já é um mau sinal, sendo melhor adotar outro tipo de fundação. Particularmente, não é recomendável utilizar broca com mais de 4 m de profundidade.
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Por meio de uma linguagem descontraída e exemplos práticos, o autor transmite seus mais de 40 anos de experiência no planejamento, na construção e na fiscalização de obras.