A observação de cada pormenor de cada ponto da obra rodoviária é indispensável para evitar prejuízos. E cabe ao engenheiro rodoviário estar atento a todos os detalhes. “Não vou me atrever a elencar os serviços mais importantes de uma obra rodoviária porque cada etapa tem sua importância. Qualquer uma delas poder levar a obra a prejuízos severos” diz o engenheiro Elci Pessoa Jr., especializado e autor do livro Manual de obras rodoviárias e pavimentação urbana, publicado pela Editora Oficina de Textos.
Para que uma obra rodoviária seja bem-sucedida, a atenção do engenheiro deve começar já em nível preliminar. A preparação do terreno, por exemplo, é fundamental para a execução da obra.
O engenheiro precisa ter um olhar atento e saber identificar se tem em mãos um bom projeto, se as informações que constam ali são confiáveis.
Caso não sejam, é preciso fazer os ajustes necessários para que, quando todos os equipamentos e a mão de obra estiverem mobilizados, haja o menor número de surpresas possível.
Elci Pessoa Jr.
A pavimentação é, em geral, a etapa mais valorizada de uma obra rodoviária. Trata-se da etapa mais cara da maioria das obras deste tipo. Mas o engenheiro ressalta que as etapas anteriores são de suma importância para que a pavimentação seja adequada. “De nada adianta uma pavimentação muito bem-feita se o serviço de terraplenagem ou de drenagem não forem bem executados. Um erro nessas etapas pode comprometer inclusive a pavimentação”.
A omissão que gera prejuízos nas obras rodoviárias
A drenagem, ele lembra, é uma etapa pouco valorizada. “Muita gente se engana com essa etapa porque, na maioria das vezes, realmente não rende muitos lucros para a obra. Mas, se não tomarmos cuidado, a drenagem pode trazer prejuízos”, destaca.
Para Elci Pessoa Jr., a grande questão da etapa de drenagem é a omissão, os esquecimentos: onde era para ter uma sarjeta, não tem; pode faltar uma valeta de proteção de corte ou uma valeta de proteção de aterro; pode faltar um dreno subsuperficial ou um dreno profundo em determinado trecho.
São pequenos detalhes que podem ser corrigidos. O problema é que, quase sempre, essas falhas só são percebidas quando a falta dos dispositivos já causou grandes prejuízos, comprometendo até a pavimentação. “E aí não dá mais para voltar e corrigir. O prejuízo já aconteceu”.
Daí a importância do olhar atento do engenheiro rodoviário, que precisa perceber possíveis omissões. “O profissional precisa saber exatamente o que deveria estar ali e ser perspicaz para perceber a ausência de determinado dispositivo”, afirma Pessoa. “Não é como perceber um erro, que está ali na sua frente. É perceber uma omissão, algo que não está visível, mas que o bom profissional percebe que está faltando”.
A função do engenheiro
O papel do engenheiro é fundamental também na hora da sinalização. Esta é outra etapa que nem sempre recebe a atenção devida e em que o engenheiro deve saber detalhar tudo o que vai ser usado.
O tipo de tinta, a espessura que precisa ser aplicada em determinada camada, a granulometria perfeita das esferas – uma granulometria errada da esfera de vidro numa espessura inadequada de tinta pode levar à perda da sinalização e comprometer totalmente a qualidade da retrorrefletividade da sinalização.
Depois de todos os trabalhos em terra bem executados, chega a hora do revestimento. Aqui, alguns detalhes fazem a toda a diferença: a temperatura da massa asfáltica na hora da compactação, a arrumação de todo o cenário de execução – com todos os cuidados imprescindíveis, inclusive o controle tecnológico durante o recebimento dos insumos, usinagem e compactação.
São muitos os pontos que o engenheiro precisa checar e, no livro Manual de obras rodoviárias e pavimentação urbana, Elci Pessoa Jr. faz um passo a passo de tudo o que o profissional precisa observar para que nada saia errado no momento da pavimentação.
Saiba mais sobre os pontos da obras rodoviárias
Em sua segunda edição, o livro escrito por Elci Pessoa Jr., Manual de obras rodoviárias e pavimentação urbana, tem o objetivo de ser um suporte para o profissional que está atuando ou vai atuar em uma obra rodoviária.
“Não é um livro para ler uma vez”, ressalta o autor. “É algo para o engenheiro consultar sempre que precisar, sempre que for executar determinado serviço”.
A ideia do livro surgiu porque, quando foi trabalhar em sua primeira obra rodoviária, seu pai, também engenheiro especializado neste segmento, fez um caderno com diversas anotações com tudo o que era importante observar em cada etapa da obra.
“Aquilo foi o meu livro de cabeceira durante muitos anos”, lembra o autor. “Para mim, foi fundamental ter dicas de um profissional experiente. Me ajudou a prestar atenção a detalhes que talvez me escapassem. Depois de muito tempo, surgiu a ideia de escrever o livro com o objetivo de fazer o mesmo para colegas que precisassem destas dicas”.
Confira a degustação da obra clicando aqui!
Capa do livro “Manual de obras rodoviárias e pavimentação urbana – 2ª ed.”, publicação da Editora Oficina de Textos