Orçamento não se confunde com orçamentação – aquele é o produto; este, o processo de determinação
A estimativa dos custos feita na orçamentação – e o consequente estabelecimento do preço de venda – é basicamente um exercício de previsão.
Muitos são os itens que influenciam e contribuem para o custo de um empreendimento. A técnica do orçamento envolve a identificação, descrição, quantificação, análise e valorização de uma grande série de itens, requerendo, portanto, muita atenção e habilidade técnica.
Como o orçamento é preparado antes da efetiva construção do produto, muito estudo deve ser feito para que não haja nem lacunas na composição do custo nem considerações descabidas.
Segundo o especialista Aldo Dórea Mattos, orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação (Imagem: Pixabay)
Um dos fatores primordiais para um resultado lucrativo e o sucesso do construtor é uma orçamentação eficiente. Quando o orçamento é malfeito, fatalmente ocorrem imperfeições e possíveis frustrações de custo e prazo. Aliás, em geral se erra para menos, mas tampouco é bom errar para mais.
No caso de empresas que participam de concorrências públicas ou privadas, a orçamentação é uma peça-chave. O fato de haver várias empresas na disputa pelo contrato impõe ao construtor o dever de garantir que todos os custos sejam contemplados no preço final, e que ainda assim seja alcançável uma margem de lucro adequada.
Por ser a base da fixação do preço do projeto, a orçamentação torna-se uma das principais áreas no negócio da construção. Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento detalhado do serviço.
A interpretação aprofundada dos desenhos, planos e especificações da obra lhe permite estabelecer a melhor maneira de atacar a obra e realizar cada tarefa, bem como identificar a dificuldade de cada serviço e, consequentemente, seus custos de execução.
Ainda assim, alguns parâmetros não podem ser determinados com exatidão, como no caso de chuvas, condições do solo, disponibilidade de materiais, flutuações na produtividade dos operários e paralisações.
Alto grau de precisão
Orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação. Um trabalho bem executado, com critérios técnicos bem estabelecidos, utilização de informações confiáveis e bom julgamento do orçamentista, pode gerar orçamentos com alto grau de precisão, embora não perfeitamente exatos, porque o verdadeiro custo de um empreendimento é virtualmente impossível de se fixar de antemão.
O que o orçamento realmente envolve é uma estimativa de custos em função da qual o construtor irá atribuir seu preço de venda – este, sim, bem estabelecido. Em geral, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos – mão de obra de operários, material, equipamento – e os custos indiretos – equipes de supervisão e apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas etc. – e, por fim, adicionando-se impostos e lucro para se chegar ao preço de venda.
Para participar de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes.
Muito provavelmente duas empresas chegarão a orçamentos diferentes, porque são distintos os processos teóricos utilizados, a metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as equipes de campo e os preços coletados, entre outros fatores. É importante destacar que o orçamento deve refletir as premissas da construtora, constituindo uma meta a ser buscada pela empresa.
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