A engenheira Denise Gerscovich, autora de “Estabilidade de taludes”, mostra em sua obra os tipos de talude, suas diferenças e como são usados
Talude é a denominação que se dá a qualquer superfície inclinada de um maciço de solo ou rocha. Ele pode ser natural, também denominado encosta, ou construído pelo homem, como, por exemplo, os aterros e cortes. Entenda as diferenças entre os tipos de talude!
Taludes construídos
Encontramos taludes artificiais nas minas a céu aberto, nas barragens de reservatório de água, nas laterais de estradas e ruas (Fonte: bibocaambiental.blogspot.com.br)
Os taludes construídos pela ação humana resultam de cortes em encostas, de escavações ou de lançamento de aterros.
Os cortes devem ser executados com altura e inclinação adequadas para garantir a estabilidade da obra. O projeto depende das propriedades geomecânicas dos materiais e das condições de fluxo.
Os aterros são construídos em projetos de barragem de terra e em obras viárias e de implantação de estruturas civis, quando o solo de fundação tem baixa capacidade de suporte, ou para nivelamento do terreno.
Como as propriedades geotécnicas do solo compactado são conhecidas, os cálculos de estabilidade envolvem menos incertezas se comparados aos dos solos naturais.
Os aterros são também construídos como diques de contenção de lagos de estocagem de resíduos. Quando os resíduos são inertes e sólidos, muitas vezes são utilizados como material de construção do dique.
Ante as incertezas quanto ao comportamento mecânico do resíduo, há necessidade de controle contínuo ao longo da construção e operação do lago.
Taludes naturais
Taludes naturais são comumente conhecidos como encostas e sua denominação é feita através de estudos geotécnicos (Fonte: bibocaambiental.blogspot.com.br)
Os taludes naturais podem ser constituídos por solo residual e/ou coluvionar, além de rocha. Os solos residuais permanecem no local em que foram gerados, e os coluvionares são formados como resultado do transporte, tendo como agente principal a ação da gravidade.
Quanto à forma, os taludes podem apresentar face plana ou curvilínea (côncava ou convexa), gerando fluxos preferenciais de água superficial.
“Os taludes naturais estão sempre sujeitos a problemas de instabilidade, porque as ações das forças gravitacionais contribuem naturalmente para a deflagração do movimento”, explica a autora Denise Gerscovich.
É muito comum observar encostas que se mantinham estáveis por muitos anos sofrerem processos de movimentação. Isso ocorre quando outros fatores que alteram o estado de tensões da massa provocam tensões cisalhantes que se igualam à resistência ao cisalhamento do solo.
A instabilidade de encostas é consequência da própria dinâmica de evolução das encostas. Com o avanço dos processos físico‑químicos de alteração das rochas, o material resultante torna-se menos resistente e, dependendo da influência da topografia, geram-se condições propícias para deflagrar a ruptura.
Para saber mais
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