Tendência irrefutável: como o BIM irá mudar o futuro?

Os profissionais mais preocupados com as tendências de mercado já estão, há anos, percebendo a crescente demanda pelo Building Information Modeling — comumente chamado de BIM. O conceito surgiu por volta em 1974, com o professor Charles M. Eastman, embora o termo utilizado na época (Building Description System) não seja o mesmo que é tão usado hoje.

Ilustração de uma pessoa segurando uma maquete de um apartamento.

Mas, afinal, o que é BIM?

A Modelagem da Informação da Construção é uma metodologia que trabalha com todo o ciclo de vida de uma edificação, incorporando desde a etapa de planejamento até a sua manutenção e pós-obra. Com ela, é possível gerenciar todas as informações de um projeto em um único modelo virtual, conhecido como arquivo IFC (Industry Foundation Classes). Assim, todos os profissionais envolvidos no processo conseguem trabalhar de forma colaborativa.

E por que essa metodologia é uma grande tendência de mercado?

O Brasil está seguindo uma demanda global de busca por melhorias tecnológicas que, entre outros benefícios, agilizam e facilitam as atividades desenvolvidas por inúmeros profissionais. É o caso da França, do Reino Unido, da Coreia do Sul e de muitos outros países bem desenvolvidos. 

É a partir disso que, em 2019, houve a oficialização da Estratégia BIM BR, com o Decreto nº 9.983. Logo em seguida, com o Decreto nº 10.306 de 2020, tornou-se obrigatória a utilização da metodologia BIM em obras e serviços de caráter público, com etapas em 2021, 2024 e 2028.

Embora o setor privado não precise investir no Building Information Modeling por obrigatoriedade, é fato que existe uma tendência de acompanhar as iniciativas top-down, isto é, de seguir o que o setor principal faz (neste caso, o próprio governo). Não só isso, mas tais empresas estão sempre investindo em novos métodos de trabalho mais eficientes — e eficiência é uma das vantagens do BIM. 

Isso pode ser visto com frequência nas empresas internacionais, como o escritório arquitetônico Gensler, responsável por projetos como a Torre de Shanghai e diversos outros que foram realizados para marcas com grande presença de mercado (Adobe, Microsoft, Adidas e Ford são apenas algumas).

Retornando ao cenário nacional, entretanto, nota-se uma das mais importantes pesquisas brasileiras em relação ao BIM: a Sienge e Grant Thornton, com o apoio de outras instituições relacionadas, realizaram um estudo de como está a maturidade do Building Information Modeling no Brasil. 

Os resultados são melhores que o esperado, e confirmam toda a onda de tendência: cerca de 70% das empresas de construção pretendem usar a metodologia até 2022, sendo que 38,4% dos participantes já a utilizam em 2020. Outro estudo relevante para a área é o que foi desenvolvido internacionalmente pela Zion Market Research, prevendo que o mercado de BIM atingirá US$ 10,36 bilhões, em caráter global, até 2022.

Portanto, existem incontáveis indícios de que o mercado AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção) está frente a frente com uma das maiores revoluções no modo de se projetar desde a consolidação do AutoCad, por exemplo, como um dos softwares mais predominantes da área. Vale lembrar que, assim como está acontecendo com o BIM, ele também sofreu resistência no início.

Modelagem BIM

Tudo a ver

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