As unidades que compõem as alvenarias são materiais pétreos, naturais ou artificiais
Algumas unidades de alvenaria mais comumente utilizadas são: blocos de concreto, blocos cerâmicos, blocos pétreos, blocos sílico-calcários, entre outros.
Bloco alvenaria estrutural concreto (Fonte: Iporã Blocos)
As unidades podem ser ou não estruturais, conforme o tipo de alvenaria que irão compor. Sendo com finalidade estrutural, devem ter a resistência característica à compressão conforme estimada em projeto estrutural.
Blocos de concreto
São blocos prismáticos compostos de concreto simples.
Blocos cerâmicos
São blocos prismáticos compostos de argila, podendo ser maciços ou vazados.
Blocos sílico-calcários (BSC)
São blocos prismáticos compostos de cal virgem, devendo conter baixo teor de magnésio. Inicialmente, a cal virgem (CaO) é misturada com sílica (areia), compondo a mistura básica para o bloco. A mistura é acrescida de água, promovendo a reação de hidratação da cal virgem.
Posteriormente, a mistura é prensada em moldes específicos que definem o formato do bloco. Finalmente, os blocos são conduzidos para uma autoclave sob pressão e temperatura elevadas; a cal hidratada e a sílica reagem, gerando fortes ligações cimectantes, conferindo ao BSC alta resistência à compressão.
Os blocos sílico-calcários são amplamente usados em alvenaria estrutural, por possuírem grandes vantagens em relação ao tijolo cerâmico convencional, tais como resistência ao fogo e conforto térmico e acústico.
Argamassa
É composta de cimento, agregado miúdo, cal, água e aditivos. Tem finalidade de unir as unidades, garantir a vedação, propiciar aderência com as armaduras nas juntas, compensar as variações dimensionais das unidades. As propriedades que devem ser controladas são: retenção de água, adequada resistência à compressão, trabalhabilidade.
Graute
Consiste em um concreto fino e deve apresentar alta fluidez, de modo a preencher adequadamente os vazios dos blocos. É composto de cimento, agregados miúdos e graúdos (até 9,5 mm) e água. Tem as finalidades de aumentar a resistência da parede e propiciar aderência com as armaduras. As propriedades que devem ser controladas são: trabalhabilidade (fluidez) e adequada resistência à compressão.
Armaduras
As armaduras empregadas na alvenaria estrutural são as mesmas utilizadas no concreto armado e estão sempre presentes na forma de armadura construtiva ou de cálculo. Possui as finalidades de absorver esforços de tração e cobrir necessidades construtivas.
Juntas de assentamento, de dilatação e de controle
- Juntas de assentamento
As juntas horizontais de argamassa devem ser de 10 mm, podendo variar entre 8 mm e 14 mm de espessura para eventuais ajustes de modulação.
- Juntas de dilatação
Devido à variação de temperatura, podem ocorrer movimentos na estrutura. As juntas de dilatação têm a finalidade de absorver esses movimentos. Recomenda-se que sejam previstas juntas de dilatação nas estruturas a cada 20 metros de estrutura em planta, ou que seja avaliado o comportamento térmico para que os esforços provenientes das movimentações sejam resistidos pela estrutura.
- Juntas de controle
Podem ainda ocorrer deslocamentos verticais provenientes da retração e expansão dos elementos nos processos de cura, ou devido às variações higroscópicas, absorção de água pelos materiais componentes da estrutura. Para que se permitam esses deslocamentos, devem-se prever juntas de controle vertical. São comumente utilizadas onde existe uma variação brusca de carga ou espessura das alvenarias, ou conforme previsto em projeto estrutural.
Vergas e contravergas
Vergas e contravergas pré-moldadas. (Fonte: grupopremolar)
- Vergas
Cinta armada utilizada sobre abertura nas alvenarias, para resistir às cargas provenientes dos elementos acima da abertura.
- Contravergas
Cinta armada utilizada sob abertura nas alvenarias, para resistir à concentração de tensões nessa região, evitando fissurações.
- Revestimentos argamassados
Segundo a norma NBR 13529, a definição de revestimento de argamassa é: “o cobrimento de uma superfície com uma ou mais camadas superpostas de argamassa, apto a receber acabamento decorativo ou constituir-se em acabamento final”.
Para saber mais
Está disponível na livraria técnica a obra Patologias em alvenarias – 2ª edição. O livro descreve de forma clara e didática as patologias e suas causas mais comuns, bem ilustradas por esquemas e fotos de casos reais, não descuidando ainda dos revestimentos argamassados.