A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Internacional de Pesquisa de Cultivos para os Trópicos Semi-Áridos (ICRISAT) firmaram, no início deste ano, uma parceria que garante a importação do banco de germoplasma de grão-de-bico da Índia.
Este comporá a coleção brasileira, contribuindo para o desenvolvimento de novas cultivares e para as pesquisas relacionadas ao melhoramento da espécie.
O Brasil recebeu o total de 25 quilos de sementes de grão-de-bico da Índia. Destes, 1.853 amostras foram embaladas individualmente em embalagens contendo 100 sementes cada.
O material está em quarentena na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a fim de passar por testes em diferentes laboratórios.
Os testes têm a finalidade de averiguar a presença de pragas e demais micro-organismos que possam vir a prejudicar as pesquisas. Após a realização das análises, as amostras podem enfim ser liberadas para as pesquisas em melhoramento genético.
Atualmente, a variedade de grão-de-bico cultivada no Brasil é a BRS Aleppo (Foto: Reprodução/Marcus Winkler/Unsplash)
Motivação da importação do germoplasma de grão-de-bico da Índia
A Embrapa pretende trabalhar com o melhoramento genético de grão-de-bico da Índia em duas frentes: a primeira consiste em, após a testagem dos materiais nas condições de solo e clima brasileiras, as amostras que demonstrarem uma adaptação bem-sucedida serão disponibilizadas como uma nova cultivar.
Na outra frente, em médio prazo, a Embrapa pretende inserir novas amostras nos cruzamentos efetuados no programa de melhoramento genético junto com as cultivares já desenvolvidas anteriormente pela instituição, com o objetivo de desenvolver cultivares que apresentem características superiores.
As cultivares de grão-de-bico se desenvolvem melhor na região central do Brasil, com plantio entre os meses de março e abril e colheita entre junho e julho (Foto: Reprodução/Gabriel P./Unsplash)
O principal foco da Embrapa nesse estudo é observar quais grupos de materiais são mais resistentes a pragas comuns nas lavouras de grão-de-bico, que seguem preocupando os agricultores, como a lagarta-das-vagens.
Além disso, os pesquisadores estão focados nos materiais que apresentem, ao longo do estudo, maior resistência ao déficit hídrico e às condições de secas prolongadas, a fim de desenvolver o cultivo da espécie em regiões semiáridas e posicionar o plantio do grão-de-bico na safrinha.
Os estudos também têm o olhar voltado ao mercado de alimentos plant-based que tem, nos últimos anos, apresentado enorme potencial de crescimento.
Por isso, os cientistas querem observar os materiais que apresentarem elevado teor de proteína, a fim de facilitar o desenvolvimento desse tipo de produto. Por fim, a pesquisa visa a possibilidade de fazer do Brasil um exportador mundial de grão-de-bico.
Um dos objetivos da Embrapa com esse estudo é tornar o Brasil um exportador de grão-de-bico. (Foto: Reprodução/Eitan Ferman/Wikimedia Commons)
Exemplar da Ofitexto cita exemplos de programas de melhoramento
Os programas de melhoramento de plantas, como o que a Embrapa está iniciando com as amostras de grão-de-bico da Índia recebidas da ICRISAT, são a organização do processo voltado ao desenvolvimento de novas variedades ou de germoplasma.
Esse assunto é amplamente abordado na oitava edição do livro Melhoramento de plantas, lançado em agosto de 2021 pela livraria técnica Ofitexto, em um capítulo inédito e exclusivo.
Neste, Aluízio Borém, Glauco V. Miranda e Roberto Fritsche-Neto destacam exemplos de programas de melhoramento de espécies autógamas, alógamas e de propagação assexuada, nas iniciativas pública e privada.
Detalhes da obra
O objetivo dos autores é incentivar os melhoristas em início de carreira e apresentar-lhes algumas possibilidades de estratégias e planos de ação para a implantação de seus próprios cultivares.
A obra integra teoria e aspectos práticos, propiciando uma leitura abrangente mas acessível aos estudantes de graduação em Agronomia e pós-graduação em Genética e Melhoramento, Fitotecnia e Fitopatologia, bem como aos profissionais das áreas de melhoramento de plantas e produção de sementes.
A nova edição recebeu acréscimos e atualizações, incorporando os mais recentes avanços científicos e tecnológicos. Agora publicada pela Oficina de Textos, recebeu tratamento editorial eficiente para torná-la mais atraente e mais acessível. O livro está disponível para aquisição na versão impressa, digital e por capítulos.
Confira a degustação da obra aqui.
Capa de “Melhoramento de plantas 8ª ed.”, publicação da Editora Oficina de Textos