Tipicamente brasileira, a Peroba Rosa é objeto constante da arborimetria.
As árvores são um hábito vegetal específico com os seus atributos particulares, de modo que a mensuração de árvores não deve ser entendida como a mensuração de qualquer tipo de planta.
Os métodos e técnicas desenvolvidos para a mensuração das árvores não são necessariamente aplicáveis aos outros hábitos vegetais. Como esses métodos e técnicas foram inicialmente desenvolvidos na Europa, as formas tradicionais de mensuração trazem implicitamente um viés voltado para as espécies arbóreas daquele continente.
A aplicação adequada desses métodos e técnicas às espécies arbóreas tropicais requer uma avaliação criteriosa das espécies em estudo e adaptação apropriada dos métodos e técnicas tradicionais.
O eixo de exposição segue os métodos e técnicas tradicionais em seus conceitos e preceitos fundamentais, mas foram realizadas adaptações para as espécies arbóreas tropicais nos pontos mais necessários.
Tipos de arborimetria
Essa adaptação não é exaustiva, e a análise criteriosa dos procedimentos apresentados deve ser realizada na sua aplicação prática. A arborimetria é desenvolvida nos seus métodos básicos.
- Arborimetria não destrutiva: trata da tomada de medidas das árvores em pé, sem a necessidade de abatê-las;
- Arborimetria destrutiva: aborda as medidas que só podem ser tomadas por meio da destruição do indivíduo arbóreo, isto é, a árvore precisa ser abatida para que o atributo possa ser determinado;
- Arborimetria preditiva: trata da construção de relações empíricas entre medidas destrutivas e não destrutivas, para que se possa determinar os atributos de medição destrutiva de árvores em pé, e entre medidas arborimétricas e a idade das árvores, visando a construção de modelos que representem com fidelidade o processo de crescimento das árvores.
Nota: definição de Arborimetria
A palavra arbor/arboris significa “árvore” no latim clássico, isto é, o latim dos textos romanos do período entre 200 anos a.C. e 100 anos d.C. (veja Simpson, 1968).
Também no latim clássico, há duas palavras que podem ser associadas à expressão metria: o substantivo metrum/metri que significa “medida”, e o verbo metior/metiri que significa “mensurar”, “medir”.
Assim, a palavra arborimetria é uma composição que significa “mensuração de árvores“. A palavra utilizada tradicionalmente é dendrometria, derivada do radical grego dendros ou dendron que também significa “árvore“. Contudo, essa palavra tem sido usada no Brasil em um sentido muito mais amplo que estritamente a medição de árvores.
Todavia, as expressões “dendrometria” e “inventário florestal” tomaram um lugar comum no jargão dos engenheiros florestais, que frequentemente é aplicada a qualquer forma de mensuração ou de levantamento em florestas, sem qualquer preocupação com o rigor terminológico.
Desse modo, para o bem da precisão terminológica, decidiu-se cunhar a palavra arborimetria.
Saiba mais sobre arborimetria
“Quantificação de recursos florestais” apresenta de forma essencialmente prática os princípios e métodos de mensuração, predição e estimação para estudantes de Agronomia, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental e Ecologia, e serve de consulta aos profissionais.
Capa do livro “Quantificação de Recursos Florestais”, lançado em 2014 pela Editora Oficina de Textos
Utilizando uma abordagem atual e inovadora, com conceitos, técnicas e métodos específicos para quantificação e monitoramento de árvores, arvoredos e florestas, a obra aborda os principais conhecimentos da área, como métodos destrutivos e não destrutivos, metrologia, silvimetria, inventário florestal, monitoramento e predição de atributos.