Brasil é o país com maior sucesso na utilização de biofertilizantes, segundo artigo

O cultivo de soja brasileiro, junto com outros 14 casos pelo mundo, foi tema de um recente artigo da revista Frontiers in Microbiology sobre o uso do chamado microbioma: a utilização de biofertilizantes, ou inoculantes, como fungos, bactérias e outros microrganismos, para prover os nutrientes necessários às plantas. O artigo é parte de um programa patrocinado pela União Europeia para incentivar a pesquisa em microbiomas em diferentes setores.

O uso de microbiomas consiste em substituir um produto sintético por um produto biológico que tenha os mesmos efeitos no cultivo. No caso da soja, dentre as três linhas principais de adubo das quais as plantas precisam para se desenvolver (nitrogênio, fósforo e potássio), apenas o nitrogênio é fornecido como biofertilizante. Assim, no lugar dos fertilizantes nitrogenados, a plantação brasileira utiliza bactérias que aproveitam o nitrogênio do ar para fornecer o nutriente para a lavoura.

Com isso, o Brasil, que, além de ser o maior produtor de soja no mundo, utiliza biofertilantes em 80% do cultivo da mesma, é o caso de maior sucesso analisado pelo artigo. Com altos ganhos para a preservação da natureza – estima-se que 430 milhões de toneladas de CO2 não sejam lançadas na atmosfera pelo uso desse método – e também para a economia – a autossuficiência do país com relação aos fixadores biológicos de nitrogênio no cultivo da soja poupa aproximadamente US$ 10 bilhões em gastos com fertilizantes nitrogenados -, o investimento em microbiomas é um novo horizonte para produtores que intentem se espelhar no exemplo da soja.

O artigo Microbiome research as an effective driver of success stories in agrifood systems – a selection of case studies pode ser lido na íntegra no portal da revista Frontiers.


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