Obra destaca os caminhos para os profissionais que ajudam e vão ajudar a alimentar o mundo
Ajudar a alimentar uma população mundial de quase 8 bilhões de pessoas. Essa é a tarefa principal do Engenheiro-Agrônomo, profissão que tem se tornado cada vez mais fundamental. A palavra Agronomia é derivada do grego “Agros” e “nomos”, que significa campo e manejo.
A área está relacionada à produção agrícola e combina biologia, química, física e matemática aos estudos do solo, plantas e até do clima. É preciso trabalhar com questões embasadas em prática e conhecimento técnico e científico.
A primeira escola de agronomia foi criada em 1802, na Alemanha, por Albrecht Daniel Thaer, mas só em 1848 a profissão foi oficializada pelo Instituto Nacional Agronômico de Versailles, na França. No Brasil, a primeira escola foi criada em São Bento das Lajes, no Estado da Bahia, no ano de 1875.
Como logo percebeu Pero Vaz de Caminha ao chegar ao Brasil, em 1500, “em se plantando, tudo dá”. Para que continuemos sendo um dos maiores produtores do mundo, o chamado “Celeiro do mundo”, abençoados por solos adequados, água e um continente tropical, é preciso investir em conhecimento.
Plantamos grandes culturas como a soja, o milho e o café. Temos uma vasta produção animal, frutas, verduras, legumes, flores e plantas medicinais. Por isso, podemos afirmar que a Agronomia é uma profissão do presente e do futuro, e esse é o título do livro apresentado pela Editora Oficina de Textos para esclarecer e incentivar estudantes e mesmo profissionais da área de Ciências Agrárias.
Agronomia: profissão do presente e do futuro é uma obra diferenciada com subsídios sobre as múltiplas possibilidades de atuação desse profissional, organizada por Aluízio Borém, Leonardo Angelo de Aquino e Carlos Eduardo Magalhães dos Santos. Acompanhe uma entrevista com Aluízio Borém.
Comunitexto (CT): Por que vocês resolveram se juntar para fazer essa obra?
Aluízio Borém (AB): O livro Agronomia: profissão do presente e do futuro é um livro motivacional para estudantes do curso. Ele mostra o grande leque de opções da carreira e o grande potencial do Brasil.
CT: Podemos dizer que somos um país do Agro?
AB: Sim. O Brasil desde a sua descoberta é um país que tem sua economia baseada no agronegócio. Primeiro, lá na descoberta, com o ciclo da madeira, depois veio o ciclo da cana, depois vieram o café e tantas outras culturas como atualmente a soja e o milho. Produzimos muitas variedades e temos diversas áreas cultiváveis em todas as regiões. Um exemplo é o MATOPIBA, compreendendo os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que vem crescendo e contratando muitos profissionais.
CT: O livro mostra as áreas de atuação da profissão?
AB: Sim. São vários capítulos que destacam as diversas áreas de atuação, mostrando a importância e o potencial de remuneração dessas áreas. O Engenheiro-Agrônomo pode trabalhar com produção na propriedade privada, consultoria, pesquisa em instituições públicas e privadas e também em grandes empresas.
CT: A agricultura orgânica é um novo caminho?
AB: A consciência em relação à saúde tem feito com que o mercado de orgânicos tenha aumentado muito, e aqueles produtores que se dedicam a essa produção costumam ter uma remuneração maior. A agricultura orgânica é uma das áreas de atuação com grande nicho de mercado para os agrônomos.
CT: Qual o papel da engenharia na agricultura?
AB: Até algum tempo atrás a área da engenharia dentro da engenharia agronômica se restringia a construção de barragens, pequenas edificações rurais, represas, cálculo de irrigação, áreas para armazenamento de grãos. Hoje, ela é extremamente fundamental por conta do desenvolvimento da Agricultura Digital que utiliza drones, robôs e outros tipos de tecnologia de automação para modernizar a agricultura. O Engenheiro-Agrônomo que se forma com experiência nessa área tem uma demanda muito grande.
CT: A profissão vem se modificando ao longo do tempo?
AB: A demanda é grande porque a forma de produzir alimentos muda sempre. Não produzimos alimentos como nossos bisavós e avós, por exemplo. Hoje, temos uma agricultura tecnificada, precisa. Olhamos a previsão do tempo para saber a melhor época de plantio, escolhemos as melhores variedades, definimos a quantidade de adubo de acordo com a necessidade do solo. Temos muitos caminhos que nos ajudam a produzir mais.
CT: A profissão vem se modificando ao longo do tempo?
AB: O livro abre os olhos do estudante Engenheiro-Agrônomo que vai cursando as disciplinas, ao longo dos cinco anos de curso, para a escolha das áreas. De acordo com a aptidão, alguns preferem planejamento nos escritórios, outros preferem assistência técnica, outros pesquisa, ou mesmo residir no campo tomando conta das lavouras para garantir mais produtividade.