Dicas de controle de plantas daninhas

Lançamento de livro ajuda produtores de várias culturas no controle de plantas daninhas

Elas invadem as plantações, ocupam espaço e “roubam” água, luz e nutrientes do solo. Estamos falando das plantas daninhas, um problema comum em todo tipo de lavoura e que sem controle pode provocar muitos prejuízos. 

De acordo com a Embrapa, a produção de grãos, por exemplo, tem perdas de rendimento entre 13% e 15% por causa das ervas daninhas. Os custos de produção também são uma preocupação, já que quando existe resistência é preciso aplicar produtos mais vezes.

Entre as mais conhecidas estão o capim-amargoso, a buva e o carrapicho. Essas pragas estão cada vez mais resistentes, por isso é preciso estar atento e encontrar a melhor forma de manejo nas atividades agrícolas, florestais e pecuárias. As pesquisas associadas à tecnologia e à agricultura de precisão são fundamentais para o controle eficaz.

A Oficina de Textos está lançando o volume 1 do livro Plantas daninhas: biologia e manejo, que reúne cinco capítulos com importantes informações para controle dessas espécies. A obra foi organizada por Kassio Mendes e Antonio Alberto da Silva. Em breve a editora vai lançar também o volume 2, sobre herbicidas.

Confira abaixo uma entrevista com Kassio Mendes.

Comunitexto (CT): O que o livro Plantas daninhas: biologia e manejo apresenta nesse primeiro volume?

Kassio Mendes (KM): Este livro elucida detalhadamente os aspectos da biologia e ecofisiologia das plantas daninhas, mostra os estudos experimentais de competição e interferência de plantas daninhas nas culturas, descreve a alelopatia e levantamentos fitossociológicos, além de todos os métodos de controle das plantas daninhas utilizados na agricultura;

CT: Ele é voltado para algum tipo de cultura específica?

KM: Apenas os métodos de controle de plantas daninhas, não focando em culturas, pois é um livro didático básico, necessário para os manejos em todas as culturas.

CT: O livro apresenta o conceito de biologia e manejo?

KM: Sim. Biologia está relacionada às características morfofisiológicas e anatômicas das plantas daninhas, e manejo está relacionado às técnicas químicas e não químicas de controle das plantas daninhas.

CT: Também tem ecofisiologia das plantas?

KM: Exato. É preciso diferenciar uma monocotiledônea (Poaceae e Cyperaceae, folha estreita) e dicotiledônea (folhas largas), além de entender os mecanismos de sobrevivência das plantas daninhas para fazer o correto manejo.

CT: A obra traz relatos de como é feita a caracterização das comunidades?

KM: É feita com estudos fitossociológicos que avaliam a diversidade florística, como abundância, densidade e frequência das espécies.

CT: Como é detectada a intensidade de competição das plantas daninhas?

KM: A intensidade de competição depende da planta daninha e sua agressividade, como na produção de sementes, formas de propagação, dormência e germinação escalonada, entre outras características. O livro traz essas informações para ajudar o controle.

CT: Vamos falar do uso de inimigos naturais e de novos produtos que o livro apresenta?

KM: O plantio direto é uma excelente alternativa de controle cultural e físico, principalmente para plantas daninhas fotoblásticas positivas (que precisam da luz para germinarem). E fisicamente, com máquinas e implementos agrícolas, as plantas daninhas que se propagam por sementes podem ser facilmente controladas. Infelizmente, não temos novos herbicidas no mercado oriundos de compostos alelopáticos, mas temos várias plantas que produzem compostos alelopáticos que podem ser melhor estudados, sendo uma prática mais sustentável que impacta positivamente no meio ambiente.

CT: Ainda usamos muitos produtos químicos?

KM: Avançamos muito com o manejo preventivo, cultural, físico, mecânico e biológico. Porém, o controle químico é o mais utilizado, pois é mais viável em grandes áreas, tem rápida aplicação e baixo custo. Importante ressaltar que, se os herbicidas forem aplicados dentro das boas práticas agrícolas, com o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), diminui a exposição da aplicação e o risco de contaminação/intoxicação é minimizado.

CT: O volume 2 do livro Plantas daninhas já está sendo preparado?

KM: No volume 2 vamos falar sobre os novos mecanismos de ação de herbicidas, o comportamento dentro das culturas e os casos de resistência. Além disso, vamos falar da dinâmica dos herbicidas no solo e no ambiente e também os desafios e avanços da tecnologia de aplicação. O volume 2 deve ser  lançado ainda neste segundo semestre, possivelmente no Congresso de Plantas Daninhas em Rio Verde, entre os dias 25 e 28 de julho. Estarei participando desse evento junto com a Editora Oficina de Textos, inclusive com uma sessão de autógrafos do volume 1.

Adquira seu exemplar em nossa livraria técnica!

Capa de Plantas daninhas: biologia e manejo.