O processo de remediação é comumente denominado em razão do principal mecanismo responsável pela melhoria da qualidade ambiental. Quando, por exemplo, a presença de seres vivos é a principal responsável pela remediação, o processo é denominado biorremediação natural.
Dessa forma, nos casos em que as plantas representam o principal mecanismo da biorremediação ou quando são essenciais para desencadear o processo, denomina-se remediação natural pela vegetação ou fitorremediação natural.
É conhecido, por exemplo, que na Alemanha, há mais de 300 anos, as plantas já eram utilizadas no tratamento de esgotos. Porém, o uso do termo phytoremediation (phyto = vegetal + remediation = remediação) é muito mais recente, tendo sido cunhado no ano de 1991, para definir o uso de vegetais, e dos microrganismos a eles associados, como instrumento para contenção, isolamento, remoção ou redução das concentrações de contaminantes em meio sólido, líquido ou gasoso.
As técnicas de fitorremediação vêm sendo comercialmente aplicadas e aprimoradas com objetivos e direcionamentos específicos, por meio da seleção de plantas de variedades naturais ou híbridas, ou mesmo plantas com modificações genéticas artificialmente induzidas (transgênicas).
Conceitos básicos e mecanismos de fitorremediação de solos
Como qualquer outro processo de remediação, o uso de plantas destina-se à redução dos teores de contaminantes a níveis seguros e compatíveis com a proteção à saúde humana, ou a impedir/dificultar a disseminação de substâncias nocivas ao ambiente.
Mas, diferentemente de algumas outras tecnologias consideradas convencionais, a fitorremediação apresenta grande versatilidade, podendo ser utilizada para remediação de meio aquoso, ar ou solo, com variantes que dependem dos objetivos a serem atingidos.
A técnica envolve mecanismos como:
• Fitoextração: após a absorção do poluente contido no meio, ocorre o armazenamento no tecido vegetal, o que facilita o descarte do material.
• Fitotransformação ou fitodegradação: o poluente sofre bioconversão no interior das plantas ou em sua superfície, passando a formas menos tóxicas (catabolismo ou anabolismo).
• Fitovolatilização: o poluente é absorvido e convertido em forma volátil, que é liberada na atmosfera.
• Fitoestimulação: a presença das plantas estimula a biodegradação microbiana mediante exsudatos radiculares e/ou fornecimento de tecidos vegetais.
• Fitoestabilização: o poluente é imobilizado por meio de sua lignificação ou humificação.
A interação entre plantas e micro-organismos permite diversos mecanismos de limpeza de poluentes orgânicos em sedimentos, na chamada fitobiorremediação
Para saber mais
Quer conhecer mais sobre a fitorremediação, então adquira o eBook Fitorremediação: o uso de plantas na melhoria da qualidade ambiental, de Julio Cesar da Matta e Andrade, Sílvio Roberto de Lucena Tavares e Cláudio Fernando Mahler!
A obra vem preencher uma lacuna de informações em português sobre essa tecnologia. De forma didática, apresenta uma introdução ao tema com definições, conceitos e os princípios dos mecanismos de fitorremediação de maior destaque.
Na segunda parte do livro, os estudos de casos mostram as principais experiências internacionais e nacionais. Por último, são abordados os doze pesticidas banidos internacionalmente (e também no Brasil) que ainda constituem passivos ambientais em cuja resolução a fitorremediação terá papel importante.
O livro é de grande utilidade para universitários, profissionais das áreas biológicas, agronômicas e de meio ambiente e todos aqueles que se interessam por sustentabilidade ambiental e se sentem responsáveis pelo futuro do Planeta.