Livro preenche lacuna de Sensoriamento Remoto na agricultura

Os professores Antonio Roberto Formaggio e Ieda Del´Arco Sanches falam sobre novo livro e perspectivas da área

A equipe do Comunitexto se reuniu com o Professor Antonio Roberto Formaggio e a Professora Ieda Del’Arco Sanches autores do livro “Sensoriamento Remoto em Agricultura” para um bate papo sobre como surgiu a ideia de publicar a obra, a revolução nos satélites e as perspectivas para o futuro na agricultura.

Comunitexto: Como surgiu a ideia de um livro sobre SR em Agricultura?

Profª Ieda: A ideia surgiu em 2002, mas só foi ‘ganhar corpo’ em 2014, quando entrei como pesquisadora no INPE. Eu e o Formaggio ministrávamos uma aula de sensoriamento remoto agrícola no curso de pós-graduação, quando nos demos conta de que não havia um livro voltado para agricultura aqui no Brasil, para a gigantesca quantidade de alunos de agronomia. Decidimos pegar essa experiência e fazer alguma coisa. Repartimos os capítulos e então a ideia fluiu.

CT: Quais são os destaques da obra?

Profª Ieda: A parte que colocamos imagens de satélite, não vi em nenhum lugar. Colocamos a evolução da cultura do campo com fotos mensais da cultura crescendo e ela sendo acompanhada. Nós fomos, durante 30 meses, uma vez por mês, ao campo para coletar essas fotos.

Escolhemos uma região relativamente próxima daqui, mas uma região agrícola importante que tinha uma variedade grande de culturas, e eu tirava fotos exatamente da mesma posição para ver a evolução da cultura.

Quando mostrei essa foto para agrônomos experientes, que estão acostumados com o campo, elogiaram muito, dizendo que era muito didático e isso foi um motivo de grande satisfação para a gente: “material igual a esse não encontraremos tão fácil em outro lugar”.

CT: Quais as perspectivas com relação a tecnologia do sensoriamento remoto na agricultura?

Profº Formaggio: O custo de construção dos satélites está caindo, porque hoje em dia os satélites são bem menores. Antigamente o satélite pesava 1 tonelada, enquanto hoje, um satélite do tamanho de uma máquina de lavar roupa leva a mesma quantidade de sensores do que um satélite que tinha 1 tonelada.

Então para você colocar em orbita um satélite pequeno é muito menos custoso, e você pode pôr um número maior de satélites, que são as constelações. E isso favorece essa diminuição de tempo entre uma passagem e outra. Se antes eram 16 dias, hoje já é possível uma temporalidade muito maior.

Profª IedaA questão dos sensores também, pois eles vão aprimorando. Temos alguns problemas de ruído, que hoje estão diminuindo devido a melhora do fator sinal-ruído, advindo dos satélites mais novos. E isso traz um benefício muito grande, pois conseguimos enxergar coisa que antes não conseguíamos.

Essa é uma área que evolui a cada dia. Evolui do tipo e número de sensores de satélite, de sistema, da parte de computação para você obter um resultado mais rápido, de softwares que simplificam a análise de dados. Então tem muita coisa ainda para melhorar.

Saiba mais sobre sensoriamento remoto na agricultura

O livro “Sensoriamento Remoto em Agricultura“, dos autores Antonio Roberto Formaggio, Ieda Del´Arco Sanches, aborda diversos conceitos básicos sobre sensoriamento remoto e suas aplicações em agricultura, como comportamento espectral de culturas agrícolas, índices espectrais de vegetação, análise de alvos agrícolas, entre outros assuntos, preenchendo uma enorme lacuna na área.

A obra conta com ilustrações e gráficos didáticos, imagens de satélite com explicações detalhadas e questões resolvidas para o estudo dos temas apresentados, se revelando indispensável para pesquisadores e profissionais ligados à agricultura.

Veja a degustação do livro aqui.

Capa do livro "Sensoriamento Remoto em Agricultura", publicação Oficina de Textos.

Capa do livro “Sensoriamento Remoto em Agricultura”, publicado em 2017, pela Editora Oficina de Textos.

Para saber mais sobre alguns dos tipos de sensores remotos, acesse nossa matéria: Tipos de tecnologias de sensores remotos segundo a dimensionalidade espectral.