As falhas arquitetônicas de projeto mais comuns

Um dos maiores desafios profissionais para os projetistas está em conciliar estética e qualidade funcional nos ambientes construídos. Apesar disso, muitos usuários encontram falhas de projeto nas construções no processo de ocupação, que vão desde janelas mal posicionadas, que permitem o olhar de bisbilhoteiros, até falhas de função social, que prejudicam o bem-estar e a qualidade de vida dos ocupantes.

Separamos algumas das falhas mais comuns no processo de projeto apontadas pelo artigo “Problemas encontrados em obras devido às falhas no processo de projeto: visão do engenheiro de obra”, feito por estudantes da USP, e ilustramos com imagens divertidas do tumblr (uma plataforma de micro-blogging que permite aos usuários publicar textos, imagens, vídeo, links, citações e áudio) Arquitetura Fail, que possui erros absurdos de arquitetos e/ou profissionais de obras*.

Ao fim, você também encontra uma dica extraída da obra Arquitetura sob o olhar do usuário, de Theo J. M. van der Voordt e Herman B. R. van Wegen. Confira!

Instalações elétricas

Falhas de projeto graves: foto de uma tomada cortada ao meio por uma parede, com a palavra 'fail' por cima em texto branco.

(Fonte: Arquitetura Fail)

Muitos projetos arquitetônicos não levam em consideração as instalações elétricas de um ambiente, como a locação dos pontos de luz e tomadas. O mau posicionamento desses itens ou a sua escassez afeta diretamente a vida dos usuários, que irão dispor de um ambiente pouco iluminado e sem espaço para os aparelhos eletrônicos.

Instalações hidrossanitárias

Falhas de projeto graves: foto de um muro recortado para encaixar um vaso sanitário.

(Fonte: Arquitetura Fail)

O maior problema apontado nas instalações hidrossanitárias é a falta de detalhamento. Outro problema está na incompatibilidade da rede elétrica com as instalações sanitárias. Por exemplo, o espaço para o chuveiro é posicionado em um lado do cômodo e as instalações para ligá-lo, no outro.

Instalações de gás e de combate a incêndio

Falhas de projeto graves: foto de uma caixa de força presa em posição fechada por um corrimão instalado em frente a sua porta com texto 'safety fail' por cima.

(Fonte: Arquitetura Fail)

Pouca preocupação com essas instalações pode deixar vítimas desamparadas no caso de acidentes. Os erros mais comuns são, novamente, os problemas de compatibilidade e falta de detalhes sobre a instalação.

Arquitetura

Falhas de projeto graves: foto de uma escada que termina de encontro a uma parede.

(Fonte: Arquitetura Fail)

Entre os problemas detectados está a falta de detalhamento de como partes da casa devem ser construídas, incluindo pavimentos térreos, escadarias, entre outros.

Estruturas

Falhas de projeto graves: foto da estrutura de um prédio entrando no espaço físico do vizinho; o ponto de invasão é destacado por um círculo vermelho.

(Fonte: Arquitetura Fail)

Poucos arquitetos detalham como devem ser as estruturas de lajes, cisternas, varandas e outros espaços. Com isso, acabam comprometendo o abastecimento de água dos locais ou o aproveitamento de espaços.

*Os exemplos são meramente ilustrativos e não há certeza quanto à veracidade de algumas imagens.


Para saber mais

A obra Arquitetura sob o olhar do usuário aborda diversos conceitos de “qualidade arquitetônica”, ou seja, todas as características visuais e de composição e o significado simbólico ou cultural de uma edificação.

Uma das características mais desejadas em uma construção está na utilidade que ela terá para os usuários, que devem ter a possibilidade de obter uma construção eficiente com os materiais e técnicas disponíveis aos arquitetos, levando com conta o contexto do projeto urbano. Veja alguns dos detalhes que trazem qualidade ao projeto extraídos do livro:

• Valor de utilidade: um arquiteto precisa pensar em como o espaço a ser construído será utilizado pelos usuários, criando dimensões que possam ser bem aproveitadas.

• Clareza e complexidade: a composição da edificação deve ser clara e compreensível aos usuários, mas também deve ter certa complexidade estética para atraí-los. Para isso, o arquiteto pode se atentar a detalhes da edificação que não derivam apenas da sua função, mas também do contexto do projeto urbano.

• Objeto e contexto: o arquiteto deve considerar o que será de uso coletivo e individual na hora de projetar um espaço. Parte do sucesso de um projeto depende da influência que exerce no espaço público urbano.

• Recursos arquitetônicos: deve se atentar aos volumes, materiais, textura, cor e luz que serão trabalhados nos projetos.

Um bom programa para quem quer saber mais!

O autor da obra Arquitetura sob o olhar do usuário, Theo J. M. van der Voordt, Doutor em Segurança no Ambiente Construído e Professor Associado da Faculdade de Arquitetura, na Universidade Tecnológica de Delft, participará do III Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído, na Unicamp, entre os dias 24 e 26 de julho de 2013.

A presença do autor no Simpósio permitirá aprofundar a discussão sobre os temas abordados no livro, como os conceitos fundamentais sobre a qualidade arquitetônica e funcional de uma edificação, considerando a flexibilidade dos projetos, o papel dos programas de necessidade durante a construção, métodos de projeto, diferentes formas de avaliar a qualidade e muitos outros temas que são comuns em discussões sobre a Arquitetura no Brasil.