Jogos Olímpicos de Tóquio: conheça as principais obras do evento

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio, marcados para 2020, foram adiados para este ano. Embora ainda enfrente oposição e pedidos de cancelamento, o evento deve ter início no próximo dia 23 de julho, e garantirá que os atletas dos cerca de 200 países participantes serão testados e que todos os protocolos sanitários serão mantidos. 

Reconhecido por sua organização, o Japão se destacou novamente entregando as obras que receberão as 46 modalidades esportivas muito antes do prazo: ainda em 2011, antes mesmo da Olimpíada de Londres, mais da metade das instalações já estavam terminadas. Elas incluem novas construções e reformas de espaços preexistentes. 

Além disso, uma característica marcante do trabalho realizado por arquitetos e engenheiros japoneses para os Jogos Olímpicos de Tóquio é o foco na sustentabilidade e usabilidade dos projetos pela comunidade após o término do evento. 

Instalações dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Os jogos serão realizados em 43 localidades distintas da capital japonesa, em oito estruturas novas, construídas especialmente para o evento, 10 temporárias e 25 reaproveitadas dos primeiros Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. 

Preparamos uma lista com as principais instalações que receberão as modalidades esportivas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a partir do próximo dia 23 de julho. Confira:

Vila Olímpica

O complexo que abrigará, durante o período dos Jogos Olímpicos de Tóquio, atletas e delegações dos comitês olímpicos foi construído sobre uma faixa de terra recuperada do mar e conta com 21 edifícios de 10 andares. 

Um grande destaque da Vila Olímpica é o design de interiores, completamente voltado à sustentabilidade e ao reaproveitamento de materiais. O mobiliário que compõe os apartamentos dos prédios presentes no complexo, como as camas que os membros dos comitês utilizarão, foi fabricado com papelão reciclado, dando origem a estruturas extremamente resistentes, capazes de suportar até 200 kg. 

Os colchões que serão utilizados pelas equipes são feitos de polietileno e têm o mesmo foco na reutilização. Eles poderão ser utilizados na fabricação de outros produtos plásticos após o evento. 

Foto aérea da Vila Olímpica em Tóquio, local que receberá as delegações dos Jogos Olímpicos.

A vila que receberá as delegações nos Jogos Olímpicos de Tóquio foi construída sobre uma ilha artificial na capital japonesa. Fonte: Carl Court/Getty Images

Estádio Nacional 

O Estádio Olímpico de Tóquio, ou Estádio Nacional, será o palco das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A construção original, que recebeu as competições na Olimpíada de 1964, foi demolida em 2015, e as novas obras tiveram início em dezembro do ano seguinte. 

O projeto original estava nas mãos de Zaha Hadid, arquiteta britânica; entretanto, por questões orçamentárias, esse projeto foi suspenso e a obra atual, que foi concluída em 2019, é de autoria do arquiteto japonês Kengo Kuma. 

O estádio, que tem capacidade para receber 60 mil pessoas, conta com estruturas fabricadas a partir de materiais de construção tradicionais, além de elementos característicos do país, como a madeira de cedro. 

Foto aérea do Estádio Nacional.

O Estádio Nacional receberá as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Fonte: Arne Müseler/Wikicommons

Ginásio Nacional Yoyogi

Também projetado para os Jogos Olímpicos de Verão de 1964, de autoria de Kenzo Tange, o Ginásio Nacional Yoyogi abrigará, a partir do próximo mês de julho, as partidas de badminton e rúgbi. 

A ideia do autor desta obra foi mesclar elementos clássicos da arquitetura oriental com a estética modernista oriental. No corte transversal de seu projeto, os traços característicos das construções japonesas são bastante visíveis; visto de cima, o ginásio tem a aparência de uma concha.

Foto do Ginásio Nacional Yoyogi, tirada de baixo.

Projetado por Kenzo Tange, esse estádio receberá partidas de badminton e rúgby nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Fonte: Kakidai/Wikicommons

Centro Ariake

Uma das estruturas inéditas dos Jogos Olímpicos de Tóquio é o Centro Ariake. Essa estrutura, que receberá as competições de ginástica artística, rítmica e de trampolim acrobático, tem a dimensão total de 2.300 metros cúbicos. 

Considerado o maior teto de madeira do mundo, este foi construído a partir de madeira de reflorestamento, com o objetivo de mostrar o tradicional artesanato japonês. Além disso, após o término das competições, a ideia é que todo esse material seja devolvido às prefeituras da Ilha de Hokkaido e da cidade de Nagano, de onde foi recolhido, com foco na sustentabilidade

Foto de dentro do Centro Ariake, com destaque pro teto feito de vigas de madeira.

Com 2.300 metros cúbicos de Cedro, o ginásio receberá as competições de ginástica na Olimpíada de Tóquio. Fonte: Ken’ichi Suzuki/Archdaily

Arena Ariake

Outro projeto inédito, a Arena Ariake foi idealizada pelo arquiteto Kume Sekkei, e receberá as partidas de vôlei e basquete nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O teto convexo da Arena Ariake é revestido por painéis solares. 

Com capacidade para receber 15 mil pessoas, essa arena será utilizada para outras atividades esportivas e culturais, como shows musicais, após o término das competições. 

Imagem aérea da Arena Ariake.

A Arena Ariaki receberá as partidas de vôlei, tênis e basquete. Fonte: Arne Müseler/Wikicommons

Centro Tatsumi

Utilizado, desde 1990, para a realização de competições de polo aquático, o Centro Tatsumi foi redesenhado e reconstruído pelo escritório Environment Design Institute e receberá as provas de salto ornamental, natação e nado sincronizado, com a capacidade de comportar até 15 mil pessoas. 

Localizada na baía da cidade de Tóquio, essa estrutura conta com paredes modulares e com uma arquitetura funcional, que permite transformar a piscina principal em duas piscinas menores, caso seja necessário. 

Foto aérea do Centro Tatsumi.

O Centro Tatsumi receberá as provas de natação, nado sincronizado e saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Fonte: Arne Museler/Wikicommons

Arena de Saitama

Conhecido como Saitama Super Arena, um dos maiores complexos esportivos do Japão foi desenhado pelo arquiteto Dan Meis e inaugurado em setembro de 2000. Com capacidade de abrigar mais de 35 mil pessoas, essa estrutura receberá partidas de basquete nos Jogos Olímpicos de Tóquio neste ano. 

Foto da Arena de Saitama.

Esta instalação receberá as provas de basquete na Olimpíada de Tóquio. Fonte: Kakidai/Wikicommons

Nippon Budokan

O espaço que receberá as competições de judô e de karatê na Olimpíada deste ano foi construído para o mesmo fim na primeira vez em que a capital japonesa recebeu os Jogos. O Nippon Budokan foi projetado por Mamoru Yamada, e o objetivo da arquitetura é remeter aos tradicionais templos religiosos do Japão. 

Foto do Nippon Budokan.

Arquitetura dessa instalação busca remeter aos tradicionais templos japoneses. Fonte: Kakidai/Wikicommons

Estádio de Azuma

Símbolo de reconstrução para os japoneses, o estádio que receberá os jogos de beisebol na Olimpíada de 2021 está localizado em Fukushima, região devastada pelo acidente nuclear ocasionado pelo tsunami ocorrido em 2011.

Foto aérea do Estádio de Azuma.

Na cidade de Fukushima, competições de beisebol serão símbolo da reconstrução da cidade após desastre em 2011. Fonte: Divulgação/Tokyo2020

Sea Forest Waterway

Inaugurado em 2019, o complexo que receberá as competições de remo e canoagem foi construído em uma ilha artificial na baía de Tóquio e conta com uma piscina de oito faixas protegida por uma barragem. O Sea Forest Waterway tem capacidade para acomodar até 24 mil pessoas. 

Foto do Sea Forest Waterway.

Local das provas de remo e canoagem foi construído sobre uma ilha artificial. Fonte: Divulgação/Tokyo2020