Geotecnologias e geoinformação: dissecando os satélites

Nesse especial de geoinformação, iremos responder algumas perguntas sobre os satélites artificiais e suas funções

Geotecnologias e geoinformação são essenciais para monitorar a agricultura no Brasil. Fundamental na análise e coleta de dados, os satélites são uma das ferramentas que contribuíram para a popularização da geotecnologia.

Vamos então nos aprofundar um pouco mais nesse instrumento tão usado em zoneamentos, mapeamentos e monitoramentos do uso e cobertura da terra, além de indicadores de sustentabilidade e competitividade.

Imagem do telescópio espacial Hubble, com a Terra ao fundo.

Telescópio espacial Hubble, lançado pela agência espacial estadunidense – NASA – em 24 de abril de 1990 (Fonte: Pixabay/Andrew-Art Images)

O que é um satélite artificial?

É um equipamento produzido por humanos, o qual segue a órbita de um planeta ou corpo celeste. Esse satélite é posicionado no espaço, com auxílio de um foguete.

Existem diversos tipos de satélites artificiais em órbitas do planeta Terra e equipados com diferentes tipos de sensores e câmeras que registram informações da superfície terrestre.

Há satélites com objetivos específicos, como os destinados à comunicação e aos recursos naturais; outros possuem somente aplicação militar; existem ainda os dedicados ao posicionamento espacial.

Como se classificam os satélites artificiais?

Podem ser classificados de acordo com a trajetória orbital (geossíncrona e polar) e altitude (baixa, média e alta), com o tipo sensor instalado (passivo ou ativo), de acordo com seu propósito ou aplicação (meteorologia, comunicação, navegação, salvamento e emergência, militar, observação da Terra) ou com base na resolução dos sensores embarcados (espacial, radiométrica, temporal e espectral).

Quais os tipos de sensores encontrados nos satélites?

Sensores passivos ou ópticos: dependem de uma fonte externa de emissão de radiação por não possuírem fonte própria. Eles registram a radiação emitida ou refletida por um objeto. Na maior parte das vezes, a fonte externa de energia é o sol. Portanto, as imagens captadas por esses satélites resultam da radiação solar refletida pela superfície da Terra em direção ao satélite.

Sensores ativos: possuem uma fonte de energia capaz de emitir radiação em direção à superfície terrestre. Essa radiação emitida atinge os objetos, é refletida por eles e captada pelo sensor.

Geotecnologias e geoinformação: imagem de um satélite artificial enviado a Marte.

Satélite artificial enviado a marte (Fonte: Pixabay/PIRO4D)

Como os satélites funcionam?

Geralmente, são equipados com painéis solares, responsáveis pela geração de energia. Esses painéis são formados por fotocélulas feitas de um material semicondutor, principalmente o silício, e capazes de converter a luz solar em corrente elétrica.

Os satélites também possuem baterias recarregáveis que armazenam a energia gerada pelos painéis solares. Entretanto, os satélites de exploração utilizam como fonte de energia um gerador termoelétrico de radioisótopos.

Dispõem também de diversos tipos de sensores, câmeras e instrumentos científicos monitorados por computadores e um sistema de navegação que controla sua órbita (velocidade e altitude).

Quanto custa a fabricação e a manutenção de um satélite?

Definir se um satélite é caro ou não é relativo, pois depende do parâmetro de comparação. Entretanto, os satélites mais simples têm um custo estimado superior a 100 milhões de dólares.

Evidentemente, o custo de um satélite está diretamente relacionado:

  • À função desse satélite;
  • Aos materiais utilizados em sua construção;
  • Aos equipamentos e sensores embarcados;
  • À sua manutenção, além do local da base de lançamento, que também influencia o custo da missão.

Qual o tempo médio de funcionamento de um satélite?

A vida útil (operacionalidade) de um satélite é relativa e depende de vários fatores, como fonte de energia ou aplicação.

Os primeiros satélites (lançados no fim da década de 1950) permaneciam em operação por poucos meses, e muitos lançamentos não obtinham sucesso. O satélite Luna 10, por exemplo, foi lançado em 31 de março de 1966 e em 30 de maio do mesmo ano encerrou sua operação, em decorrência da baixa energia das baterias. Esse cenário mudou significativamente ainda na década de 1960.

Considerando que não haja nenhum problema durante o lançamento e durante a órbita, boa parcela dos atuais satélites tem vida útil estimada entre 10 e 15 anos.

Além disso, é preciso considerar que a operacionalidade de um satélite está diretamente relacionada à sua capacidade em manter sua trajetória e órbita e, para que isso ocorra, é necessário que haja energia e combustível suficientes.


Para saber mais

Na 2ª edição de Sensoriamento remoto da vegetação, são atualizados os principais conceitos relacionados à área, como comportamento espectral das plantas; aparência da vegetação em imagens multiespectrais e técnicas de processamento de imagens, entre outros; há também um novo capítulo sobre dados de radar no estudo da vegetação.

Capa de Sensoriamento remoto da vegetação.