O satélite TIROS e seu papel no sensoriamento remoto

O TIROS, abreviação do termo em inglês Television Infrared Observation Satellite (satélite infravermelho com observação televisionada), surgiu nos Estados Unidos durante os anos 1960 e foi o primeiro a permitir atividades de sensoriamento remoto na Terra.

O programa de lançamento do TIROS-1 foi bem-sucedido e permitiu desenvolver novos métodos de observação climática na época. Embora tenha ocorrido uma falha elétrica que desabilitou o satélite dois meses após o lançamento, o programa foi continuado e foram lançados outros nove satélites do gênero.

Esse satélite tinha formato circular, com 42 centímetros de diâmetro e 19 centímetros de altura, e possuía seis câmeras que tinham o intuito de filmar a órbita terrestre. Confira abaixo uma ilustração do TIROS.

Foto do satélite TIROS, usado em sensoriamento remoto

As câmeras do satélite também possuíam tecnologia inovadora para a época, e uma delas tinha lentes que permitia focalizar até 800 milhas da Terra e, ao tirar fotografias, as enviava para a Terra por meio de um transmissor de rádio. Apesar da boa qualidade das fotos, muitas foram apagadas logo após a transmissão. Confira uma das fotografias feitas por esse satélite.

Imagem espectral capturada pelo satélite TIROS em 1960.

Foto tirada em 1960 após o lançamento do primeiro TIROS

Segundo a NASA, o mais significante projeto desenvolvido com o uso do satélite TIROS teve autoria de Robert M. Rados e tinha a finalidade de demonstrar a viabilidade de um sistema meteorológico operacional por satélite e a aplicação deste na análise climática mundial, para aumentar a capacidade do homem de compreender e lidar com seu ambiente físico.

O TIROS permaneceu em funcionamento até ser sucedido pelo ESSA TIROS e, posteriormente, pelo NOAA. Ainda segundo a NASA, o NOAA-N foi o último satélite da categoria lançado ao espaço em um programa que terminou em 1986.

Sobre o programa TIROS-N/NOAA

Esse programa teve início em 1978 com a ideia de captar imagens com maior resolução, considerando que o aparelho tinha tecnologia mais atualizada para a época e permitiria ampliar a qualidade de dados ambientais tanto durante a noite quanto durante o dia.

A NASA assumiu o projeto operacional até que se provasse bem-sucedido e então, após ter sido comprado pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, o nome foi modificado para NOAA.

Esse satélite possuía uma tecnologia de radiometria avançada e com alta resolução, que permitia captar imagens de nuvens durante qualquer horário e analisar as temperaturas oceânicas, assim como do gelo e da neve. Além disso, também tem um sistema de detecção atmosférica, para analisar a temperatura e o vapor de água da terra.

Pela primeira vez o satélite carregou uma plataforma de coleta de dados, usada para receber, processar e armazenar dados de balões atmosféricos lançados ao redor do mundo. Confira abaixo todos os satélites TIROS-N que já foram lançados:

* TIROS-N: 1978-1981
* TIROS-N/NOAA 6: 1978-1981
* TIROS-N/NOAA B: 1980 – a missão falhou
* TIROS-N/NOAA 7: 1981-1986
* TIROS-N/NOAA 8: 1983-1985
* TIROS-N/NOAA 9: 1984-1993, 1997-1998
* TIROS-N/NOAA 10: 1986-1991
* TIROS-N/NOAA 11: 1988-1994, 1997-Presente
* TIROS-N/NOAA 12: 1991-Presente
* TIROS-N/NOAA 13: 1993 – a missão falhou
* TIROS-N/NOAA 14: 1994-Presente
* TIROS-N/NOAA 15: 1998-Presente

Apesar do grande sucesso desse satélite, ele não será mais utilizado pelos programas espaciais e de sensoriamento remoto, pois já foram substituídos por novas tecnologias.


Tudo a ver

Se você gostou dessa matéria e quer verificar como satélites são usados na proteção da natureza, precisa conferir nosso catálogo de sensoriamento remoto!

Conheça alguns títulos:

Capa de Processamento de imagens de satélite

Processamento de imagens de satélite, por Daniel Capella Zanotta, Matheus Pinheiro Ferreira e Maciel Zortea

Capa de Sensoriamento remoto da vegetação

Sensoriamento remoto da vegetação, por Flávio Jorge Ponzoni, Yosio Edemir Shimabukuro e Tatiana Mora Kuplich

Capa de Sensoriamento remoto para desastres

Sensoriamento remoto para desastres, por Tania Maria Sausen e María Silvia Pardi Lacruz

Capa de Sensoriamento remoto em agricultura

Sensoriamento remoto em agricultura, por Antonio Roberto Formaggio e Ieda Del’Arco Sanches