A dessalinização de águas salobras e salinas para abastecimento já é uma realidade em vários países, e deve chegar ao Brasil
Em agosto de 2013, foi inaugurada a planta de Sorek, a maior usina de dessalinização de Israel, que produz 200 milhões de metros cúbicos de águas por ano (Fonte: Revista Planeta)
O problema da escassez da água utilizada nas diversas atividades humanas, isto é, no abastecimento público e industrial e no uso agropecuário (irrigação de culturas agrícolas e dessedentação de animais), vem crescendo nas últimas décadas.
A situação está se tornando cada vez mais crítica não só pelo aumento populacional, que exige uma produção crescente de água para suprir a demanda, mas também pelo alto nível de poluição dos corpos d’água.
A poluição diminui a qualidade das águas brutas e exige cada vez mais técnicas avançadas e/ou produtos químicos para fazer o tratamento visando à obtenção de água adequada a cada uso.
Nordeste “dessalinizado”
Embora ainda tenhamos água potável em abundância em muitas regiões do Brasil, sofremos bastante com a seca em outros tantos lugares do País, como no Nordeste, onde diversos municípios já contam com instalações de pequeno porte por OR (osmose reversa) tratando águas salobras.
“Não é difícil prever também que os mananciais de água doce das cidades situadas nas regiões costeiras mais cedo ou mais tarde não terão mais capacidade de suprir adequadamente a população”, dizem os autores do livro Dessalinização de águas.
Haverá água para dessalinizar?
Sabendo que, um dia, os recursos hídricos atingirão o seu máximo uso, enquanto as populações continuarão a crescer, a pergunta a ser feita é: os mananciais de água doce hoje disponíveis serão suficientes para atender a esse crescente contingente populacional?
“Pelo exposto, acredita-se que fatalmente será necessário seguir o exemplo de outros países, como: Arábia Saudita (onde o método responde por 70% da água potável consumida), Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Espanha, Kuwait, Japão e Israel, que é hoje o país líder no mundo quando falamos de dessalinização: cerca de 80% da água potável que é consumida pela população de lá passa pelo processo”, afirmam os autores.
Polêmica e questionamentos de ambientalistas
Então, por que não começar já a programar e prever instalações-piloto de dessalinização da água do mar também para atender a essas grandes aglomerações urbanas?
“Mesmo que ainda não sejam absolutamente necessárias e enfrentem grande complexidade técnica, tais instalações poderiam ser usadas para aprendizado a ser utilizado no futuro”.
O futuro não demorará a cobrar o preço pela água, mas é preciso aderir com inteligência, pois, se até países detentores de grande conhecimento técnico e de alta tecnologia, como os Estados Unidos, tiveram sérios problemas na instalação de suas grandes usinas de dessalinização, significa que devemos ir com calma. Esses projetos são sempre muito polêmicos e questionados por ambientalistas e economistas e pela sociedade em geral.
Para saber mais
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