Benefícios ambientais das hidrelétricas brasileiras

Foi divulgado no último dia 10, na Revista Exame, que a empresa de Pesquisa Energética (EPE) tem planos de manter a expansão de geradoras de energia elétrica com foco nas hidrelétricas brasileiras, considerando que elas são fonte de produção limpa.

Segundo o livro Gestão de reservatórios de hidrelétricas, organizado por Noris Costa Diniz e Fernando Campagnoli e publicado pela Oficina de Textos, não é só nesse aspecto que as hidrelétricas são benéficas para o meio ambiente: quando bem planejadas elas também contribuem para a preservação da flora e da fauna nos arredores da construção.

Vista panorâmica das encostas e matas ciliares, reflorestadas ou enriquecidas com espécies nativas, do Complexo Hidrelétrico de Ribeirão das Lages (RJ)

Vista panorâmica das encostas e matas ciliares, reflorestadas ou enriquecidas com espécies nativas, do Complexo Hidrelétrico de Ribeirão das Lages (RJ)

(Fonte: Gestão de reservatórios de hidrelétricas)

Os reservatórios têm uma estrutura que permite a coleta das águas das chuvas, e, por isso, podem ter seus recursos destinados para consumo ou irrigação de plantações nas proximidades. Além disso, também contribuem para proteger os aquíferos do esgotamento, e reduzem a vulnerabilidade da região às inundações e secas.

Outro benefício divulgado recentemente pela USA National Hydropower Association é a contribuição das hidrelétricas para a redução do efeito estufa, considerando que as suas emissões de GHG (greenhouse gases) são bem menores do que outros tipos de produção. Atualmente, em âmbito mundial, essas usinas evitam a cada dia uma emissão de GHG correspondente à queima de 4,4 milhões de barris de petróleo.

Com tantos pontos positivos, diversas empresas do setor elétrico brasileiro investem em pesquisas para o desenvolvimento de programas socioambientais, visando reduzir os impactos das construções, como, por exemplo, a geração de resíduos.

O crescimento de ações sustentáveis e todas as vantagens que elas trazem para os consumidores e o meio ambiente, fazem com que as hidrelétricas acabem não só contribuindo para o desenvolvimento econômico, mas também para a preservação da natureza.


Para saber mais

A obra Gestão de reservatórios de hidrelétricas, organizada por Noris Diniz, professora adjunta da Universidade de Brasília, e Fernando Campagnoli, pós-doutorado pelo Instituto Internacional de Ecologia e especialista em Regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), traz a visão de especialistas de diversas áreas para tratar de forma multidisciplinar a gestão, o encaminhamento e o monitoramento de reservatórios, com o objetivo de preservar seu potencial hidráulico, limitar os impactos naturais e antrópicos, regular seu uso e ocupação e fundamentar programas ambientais.

Capa de Gestão de reservatórios de hidrelétricas.

Referência para quem atua na área ou está estudando sobre as hidrelétricas, o livro traz capítulos voltados para o desenvolvimento gerado pelas obras, o monitoramento dos reservatórios, medidas corretivas à erosão e desertificação, desafios na gestão desses reservatórios no País e muito mais.