Consumo exagerado, poluição e meio ambiente

De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produziu 64 milhões de toneladas de resíduos em 2012. Destes, 24 milhões seguiram para destinos inadequados, como lixões e aterros.

As estimativas também mostram um aumento de 1,3% na produção de resíduos por habitante em relação a 2011. Isso acontece por causa da cultura do consumo exagerado, especialmente em países mais desenvolvidos. O Relatório de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas aponta que 20% da população mundial são responsáveis por 80% dos itens consumidos no mundo.

Segundo a obra Reflexão e práticas em educação ambiental: discutindo o consumo e a geração de resíduos, organizada por Juscelino Dourado e Fernanda Belizário, no cotidiano, poucas pessoas associam o ato de comprar um produto ou utilizar um serviço com os resíduos que essa ação pode gerar. O livro aponta a falta de conhecimento do ciclo de vida de cada produto como um dos principais fatores do aumento na produção de resíduos sólidos.

Confira abaixo uma imagem demonstrativa de todo o processo pelo qual um produto passa antes da compra e após o descarte:

Primeira ilustração de uma fábrica soltando fumaça com legenda: "Na fábrica, a produção dos itens que irão para as casas das pessoas demanda energia elétrica, água e diversos materiais".
Segunda ilustração de jardins em volta de casas com legenda: "O transporte dos itens até os supermercados próximos às casas demanda mais energia. Após o uso, normalmente curto, os materiais são descartados".
Terceira ilustração de uma lixeira com legenda: "Então esses materiais acabam no lixo, sem possibilidade de reaproveitamento. Nos aterros, lixões e outros, o resíduo continua gerando gastos".

Ainda de acordo com o livro, atualmente 54% dos municípios brasileiros dispõem seus resíduos sólidos em lixões. Apenas uma parcela ínfima de produtos vai para aterros controlados ou reciclagem. A Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP) aponta que somente 2% dos materiais descartados no País são reciclados.

Um dos maiores empecilhos para a coleta seletiva e o reaproveitamento de resíduos sólidos está na falta de políticas públicas, postos para depósito do lixo separado e poucas ações de cooperativas em conjunto com catadores, considerando a importância desses profissionais para as cidades.

Enquanto não surgem iniciativas nesses setores, é possível cada cidadão contribuir com algumas mudanças em relação ao cuidado do próprio do lixo e, consequentemente, do meio ambiente. Para ilustrar as pequenas atitudes que fazem diferença, o Grupo Acadêmico de Iniciativa Ambiental do curso de Engenharia Ambiental da UNESP de Sorocaba preparou um infográfico, confira:

Panfleto de 7 gestos simples para você fazer sua parte:
1. Separar lixo reciclável e orgânico.
2. Lavar restos de comida do resíduo.
3. Evitar acidentes embalando vidros corretamente.
4. Reciclar o óleo.
5. Não amassar o papel.
6. Identificar doações.
7. Ser gentil.

Para saber mais

Para desenvolver uma sociedade menos consumista e com consciência ambiental, existe a necessidade de ensinar sobre meio ambiente e sustentabilidade nas escolas. O livro Reflexão e práticas em educação ambiental tem como proposta discutir essas questões atuais envolvendo ensino e meio ambiente, tratando especialmente da questão de consumo de bens, geração e descarte de resíduos, políticas públicas e pedagogia.

Capa de Reflexão e práticas em educação ambiental: discutindo o consumo exagerado e a geração de resíduos.

A obra aborda a educação ambiental sob novas perspectivas, a formação de equipes de educadores ambientais e os impactos do consumo exagerado e da geração de resíduos, incluindo uma série de exemplos práticos de atividades pedagógicas para educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.