A Geoquímica é uma ciência cada vez mais fundamental para compreender as causas das mudanças climáticas e ambientais e seus desdobramentos econômicos, ambientais e jurídicos.
Para abordar um pouco mais sobre esse assunto, assim como o impacto do homem nos processos biogeoquímicos do planeta Terra, convidamos Geraldo Mario Rohde, Doutor em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pesquisador da Cientec, em que, atualmente, é gerente do Departamento de Meio Ambiente, e autor do livro Geoquímica ambiental e estudos de impacto, parceria da Signus com a Oficina de Textos, para uma breve entrevista ao portal Comunitexto. Confira!
Comunitexto (CT): O livro Geoquímica ambiental e estudos de impacto já está na quarta edição. Quais são os diferenciais que podemos esperar para esta edição?
Geraldo Mario Rohde (GMR): É uma verdadeira vitória para um livro técnico atingir a 4ª edição no Brasil. Esta edição teve uma revisão geral e, assim, pequenas imperfeições e detalhes foram também corrigidos. A própria mudança para outra editora foi um fato muito relevante. Dessa maneira, a nova edição vai atender às expectativas dos profissionais da área ambiental, tanto da geoquímica quanto dos EIAs-Rimas. Uma atualização profunda já havia sido feita quanto às normas e legislação na 3ª edição.
CT: A geoquímica é fundamental nas análises ambientais. Como ela permite compreender os desdobramentos econômicos, ambientais e jurídicos gerados pela interferência do homem nos ciclos biogeoquímicos do planeta?
GMR: Tendo em vista que a geoquímica é uma ciência fundamental para entender os fluxos e ciclos da Terra, tanto os externos quanto os internos, a ação dos seres humanos nos ciclos naturais aparece – em sua magnitude e qualificação – quando abordada pela geoquímica ambiental. Desse entendimento saem algumas indicações quanto a tratados para o clima, contaminações ambientais etc. e, também, o entendimento dos danos ambientais causados e a responsabilização dos envolvidos.
CT: Como ela tem contribuído aqui no Brasil?
GMR: A geoquímica ambiental tem contribuído muito para entender os fenômenos de contaminações e poluições no Brasil. Cito apenas os exemplos do mercúrio nas águas fluviais, das emissões de usinas de geração de energia, as questões referentes à mineração e igualmente aos impactos das queimadas de florestas e campos. De outra forma, a geoquímica ambiental também contribui, em muito, para o entendimento de problemas de saúde pública, tal como a abundância do flúor nas águas fluviais e a necessidade (ou não) da adição deste elemento nas águas destinadas ao uso humano no Brasil.
CT: Como está o mercado para os profissionais de Geoquímica?
GMR: O mercado de trabalho das geociências, devido à crescente demanda por trabalhos ambientais, enfoques sistêmicos e complexos, possui um mercado muito aberto e com muitas oportunidades. Mas há que se explorar as verdadeiras oportunidades com um posicionamento de entender mais os fenômenos de forma global, complexa e abrangente. As geociências e, em especial, a geoquímica permitem entender os fenômenos desta maneira.
CT: Quais são as principais dicas para os alunos que pretendem entrar neste mercado?
GMR: A principal dica é procurar entender as globalidades, a complexidade, olhar para o ambiente de forma abrangente e sistêmica. O conhecimento de geologia e de química é igualmente fundamental, pois a geoquímica é o entendimento dos fluxos de elementos em escala geológica e planetária. Ferramentas digitais como o GPS, a fotografia, a internet e o SIG são básicas para qualquer geociência e, portanto, também devem fazer parte do conhecimento de um bom geoquímico.
Para saber mais
A obra Geoquímica ambiental e estudos de impacto aborda temas atuais como monitoramento, avaliação de impacto, legislação ambiental e estudos cartográficos, climáticos, geomorfológicos, geológicos e hidrológicos.
Feita em parceria com a Signus, o livro fornece material fundamental para profissionais e estudantes que atuam na área ambiental, como consultores, pesquisadores e responsáveis pela área de Meio Ambiente em empresas e órgãos públicos.