Lançamento da Embrapa, PronaSolos, colabora com a Agricultura de Precisão com detalhamento dos solos brasileiros.
O levantamento de dados sobre os solos do Brasil pararam na década de 1980, e hoje vemos as consequências de não ter um solo detalhado: falta de água no campo e em grandes metrópoles, intensos processos erosivos do solo na área rural, que agravam enchentes e provocam desperdício de insumos agropecuários, entre várias outras consequências.
Dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) indicam que 140 milhões de hectares de terras brasileiras estão degradadas, o que corresponde a 16,5% do território nacional. Segundo o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro: “A legislação sobre o tema é difusa, existem 26 leis de conservação do solo, em diferentes escalas: ministerial, estadual etc.”.
Há de se lembrar também que o solo não é um recurso renovável na escala de vida humana, já que cada centímetro dele pode levar centenas de anos para se formar. Torna-se evidente, desse modo, a necessidade de estabelecimento de leis e adoção de estratégias que protejam e garantam seu uso e manejo sustentáveis.
Solo agricultura de precisão (Foto: Reprodução/Revista Cultivar)
PronaSolos e a Agricultura de Precisão
Em face da necessidade urgente de ampliação do conhecimento sobre os recursos de solo do Brasil, a Embrapa lançou o Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos). As estratégias para implantação do programa ficaram prontas em novembro de 2017.
O PronaSolos vai mapear o território brasileiro e gerar dados com diferentes graus de detalhamento. Segundo o pesquisador Maurício Rizzato: “Com o PronaSolos, envolveremos diversos ministérios e órgãos federais em torno de um objetivo: fazer o mapeamento do solo de norte a sul do Brasil no período entre 10 e 30 anos, em escalas que tornem viáveis a correta tomada de decisão e estabelecimento de políticas públicas nos níveis municipal, estadual e federal – 1:25 mil, 1:50 mil, 1:100 mil, respectivamente”, cada um centímetro do mapa corresponde a um quilômetro de área (na escala de 1:100 mil).
A Embrapa beneficiará a agricultura de precisão, que será uma das grandes beneficiadas pelo programa, pois, com um maior detalhamento do solo (de 1:25 mil), será possível um planejamento mais consistente de uso das terras e, na gestão territorial, ganhos na produtividade, economia nos insumos e auxiliar na sustentabilidade do sistema agrícola, além de apoiar decisões de concessão do crédito agrícola, entre muitas outras aplicações.
Entenda mais sobre a Agricultura de Precisão
Essa promissora perspectiva atual da agricultura, que alia tecnologias e ferramentas modernas à análise de dados e tomada de decisões, vem se mostrando cada vez mais determinante para o aumento da produtividade e a redução de custos, não apenas em lavouras de grande extensão com operação mecanizada, mas até mesmo em pequenas propriedades.
O livro Agricultura de Precisão, de autoria de José Paulo Molin, Lucas Rios do Amaral e André Freitas Colaço apresenta os principais conceitos e tecnologias envolvidos da área, como unidades de gestão diferenciada; gestão detalhada das lavouras para a aplicação de fertilizantes, pulverização, irrigação ou semeadura; amostragem georreferenciada e monitoramento por meio de sensores e sistemas de informação geográfica; além de sistemas de orientação e automação de máquinas.
Confira a degustação da obra clicando aqui.
Capa do livro “Agricultura de precisão”, publicação da Editora Oficina de Textos
Para saber mais sobre a Agricultura de Precisão, acesse nossa matéria Trajetória da Agricultura de Precisão!