
Organizada por Daniel Marçal de Queiroz, Domingos Sárvio M. Valente, Francisco de Assis de Carvalho Pinto e Aluízio Borém, a segunda edição do livro “Agricultura Digital“, também conhecida como Agricultura 4.0, explica os avanços da tecnologia da informação e suas implicações e possibilidades ─ o caminho que a agricultura está trilhando.
Apresenta também a adoção da tecnologia da informação no meio agrícola com o uso de equipamentos habilitados para a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), Inteligência Artificial (IA) e softwares de otimização da produção agrícola.
Ademais, o livro traz um glossário com termos importantes, além de um estudo de caso real brasileiro da aplicação da agricultura digital em uma empresa agrícola.
Convidamos o pesquisador Aluízio Borém para falar sobre os principais destaques da obra, os desafios do setor e a contribuição da obra para as pesquisas na área.
Confira a entrevista!
Comunitexto (CT): Como a agricultura digital tem contribuído para o aumento da produtividade nas lavouras?
Aluízio Borém (AB): A agricultura digital é uma área nova e, segundo a perspectiva de muitos especialistas, é a evolução da agricultura de precisão. A agricultura de precisão já trouxe uma série de benefícios para a agricultura brasileira, e a agricultura digital começa a dar os seus primeiros passos no Brasil com a promessa de uma revolução ainda maior no nosso setor agrícola.
CT: Quais são os principais desafios desta área?
AB: Apesar da agricultura digital realmente ter um potencial muito grande para a agricultura brasileira, alguns desafios são conhecidos de todos nós. Um deles é o acesso e o interesse pela tecnologia.
Isso vai exigir que o proprietário rural aprenda ou designe funcionários do seu grupo a aprenderem o manejo dessas tecnologias digitais. Quando ele percebe o benefício que isso trará para sua propriedade, essa barreira é rapidamente quebrada.
Um outro aspecto que precisa ser melhorado no Brasil para uma adoção mais ampla e profunda da agricultura digital, é a conectividade e a disponibilidade de bandas largas no meio rural.
Isso vem ocorrendo de forma gradativa e já existem iniciativas envolvendo parcerias público-privadas para fazer uma cobertura especialmente na área agrícola mais relevante do Brasil com a cobertura 4G e, eventualmente, a 5G.
CT: Quais são os principais destaques do livro “Agricultura Digital”?
AB: O livro aborda geoprocessamento, internet das coisas, o uso de máquinas robotizadas, sensores, irrigação digital, pecuária de corte digital e vários outros aspectos em que a agricultura digital já mostrou todo o seu potencial.
Então, é uma excelente fonte de informações para todos aqueles que querem estar atualizados e conhecer o rumo em que a nossa agricultura está caminhando.
Além disso, esse é o primeiro livro disponível com esse título em todo o mundo. Inclusive, será publicado, em breve, em inglês pela editora Springer. As expectativas são muito grandes, porque a obra traz o estado da arte da agricultura digital.
CT: Como o livro pode contribuir para as pesquisas e o desenvolvimento de projetos na área da agricultura digital?
AB: O livro vai capacitar e motivar muitos estudantes de agronomia, engenharia agrícola e outras áreas correlatas a se interessarem pela mecanização digital, pelo uso da transformação digital da agricultura.
Assim, uma nova classe de profissionais será formada, a qual dará suporte às atividades práticas e às pesquisas que ocorrerão nos próximos anos no nosso país.
Existe uma deficiência muito grande de profissionais com treinamento nessa área e esse livro vai ser uma ferramenta muito importante para aqueles que quiserem trabalhar nela.
CT: Qual é o público-alvo do livro “Agricultura Digital“?
AB: O principal público do livro são os estudantes de graduação de agronomia, engenharia agrícola, engenharia florestal, zootecnia, engenheiros mecânicos que se interessam pela parte de mecânica voltada para a agricultura, engenharia elétrica voltada para a agricultura, e vários outros que têm interesse nessa área de transformação digital pela qual a agricultura está passando.
CT: O que você recomendaria a um estudante que considera atuar com a agricultura digital?
AB: Se um estudante de graduação me perguntasse pra que lado eu direcionaria a minha vida profissional, se estivesse começando a minha carreira, ou se eu estivesse ainda no curso de agronomia, engenharia agrícola ou um desses outros cursos relacionados com o livro, eu diria que, sem dúvida nenhuma, direcionaria a minha vida profissional, construiria a minha carreira em agricultura digital, porque é uma área que vai revolucionar a agricultura.
No futuro, nós vamos olhar para a atual data pensando que este momento da agricultura foi um divisor de águas. Começamos a adotar a agricultura digital, possibilitando a realização de atividades agrícolas mais sustentáveis, bem como o aumento do rendimento sem comprometer recursos hídricos e os recursos naturais não renováveis.
Então, a agricultura digital promete e irá revolucionar a agricultura. É o futuro deste setor em nosso país. Eu não tenho dúvida nenhuma em dizer isso de forma clara, inequívoca, de que é uma excepcional área para construir uma carreira profissional.
Saiba mais sobre Agricultura Digital
O livro “Agricultura Digital” explica os avanços da tecnologia da informação e suas implicações e possibilidades nessa revolução digital da agricultura, apresentando os conceitos básicos sobre geotecnologias e geoprocessamento e sua aplicação no campo, utilização de drones e sensores na agricultura, irrigação e bovinocultura digital, automação de máquinas agrícolas, internet das coisas, computação em nuvem, big data e machine learning.
Atualizado, didático e abrangente, sua segunda edição é um guia completo para as rápidas transformações em curso no campo e suas implicações na produção, coleta e análise de dados e na otimização de processos agrícolas.
Confira a degustação do livro!
Capa do livro “Agricultura digital – 2ª ed.”, publicado pela Editora Oficina de Textos