As vantagens das estruturas espaciais: aplicação e custos

Paulo Andre Barroso conta um pouco mais sobre as vantagens das estruturas espaciais em relação às convencionais. Confira a matéria!

As estruturas metálicas reticuladas espaciais são empregadas na construção civil há mais de um século, e constituem-se marcos de grande beleza em diversos países e com grandes vantagens.

Todavia, ainda não são tão utilizadas em nosso mercado nacional quanto poderiam, e a maior razão para tal é a falta de conhecimento dos engenheiros e arquitetos sobre essa técnica, visto que esta ainda não é vastamente abordada nos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil pelo País. 

Nesse cenário, a Oficina de Textos conversou com o prof. Paulo Andre Barroso, que escreveu um livro sobre o assunto (próximo lançamento da Editora), para falar sobre as principais vantagens das estruturas espaciais em relação às estruturas convencionais.

Vantagens das estruturas espaciais

As estruturas convencionais são planas, com tesoura, viga-mestra, terças, arcos e outros elementos estruturais chamados planos. Já as estruturas espaciais se desenvolvem no plano XYZ, isto é, são tridimensionais

Diagrama de um icosaedro.

Icosaedro, forma geométrica utilizada para o dimensionamento de cúpulas esféricas (Imagem retirada de Estruturas metálicas reticuladas espaciais. Todos os direitos reservados)

Em uma estrutura convencional, há muitas peças para fabricar: por exemplo, um arco treliçado ou uma tesoura de telhado tem peças de cordão inferior, cordão superior, montantes, diagonais, treliças de travamento, a viga-mestra que sustenta a tesoura e também é composta de inúmeras peças diferentes, as terças da cobertura propriamente dita, e várias outras. 

Já na estrutura espacial, são apenas dois elementos básicos: as barras/tubos e as juntas/nós. Conceitualmente, um nó é uma junta metálica que une barras metálicas que convergem para ela. Assim, para um tubo circular, por exemplo, é só cortar o tubo no tamanho definitivo e estampar as pontas, e está pronta a estrutura. A pintura é a próxima fase, mas, se a estrutura é em alumínio, não é necessária. O tubo de alumínio não sofre oxidação posterior e tem longa duração, aproximadamente 50 anos sem manutenção. Ou seja, a produção e manutenção dos elementos de uma estrutura espacial é muito mais fácil.

O maior problema pode ser o nó – para projetá-lo, deve-se conhecer as espessuras, tamanhos, furação etc., visto que as barras podem ter diâmetros e espessuras diferentes. E mesmo assim, tudo isso ainda é menos trabalhoso do que detalhar e fabricar uma estrutura convencional. 

Outra grande vantagem é que, na estrutura espacial, se uma peça faltar, ela não cai – ela apenas transfere esforços para as peças vizinhas. É raro encontrar, por exemplo, ruptura da estrutura por efeitos do vento ou intempéries. Normalmente isso não acontece, a não ser por sobrecarga indevida. 

Por fim, além de ser mais simples, a estrutura espacial pode ser até mais barata do que a estrutura convencional, porque exige menos mão de obra. No campo, a montagem é bem mais rápida: você monta a estrutura inteira no chão e sobe com o guindaste depois, apertando os parafusos no final.

Foto de construção da empresa Kordout, no Rio de Janeiro, para exemplificar as vantagens das estruturas espaciais.

Construção da empresa Kordout em estrutura espacial, no Rio de Janeiro


Saiba mais sobre o lançamento

Para mais detalhes sobre essas estruturas, não deixe de garantir o lançamento de Paulo Andre Barroso: Estruturas metálicas reticuladas espaciais.

Capa de Estruturas metálicas reticuladas espaciais.