A previsão do tempo é um recurso fundamental para planejar o plantio e a colheita, monitorar os ventos que movimentam os parques eólicos e identificar a ocorrência de chuvas torrenciais. É ainda indispensável para que as pessoas saibam o que vestir antes de sair de casa.
O turista quer saber se haverá sol para ir à praia ou se é melhor levar um guarda-chuva. O agricultor quer informações sobre a próxima estação para organizar o plantio e a colheita. As empresas de energia eólica querem saber a condição dos ventos para planejar sua geração de energia.
O acesso às informações do tempo é decisivo também para que o gestor de uma grande cidade antecipe providências antes da ocorrência de fortes tempestades, evitando tragédias e maiores prejuízos materiais. A boa notícia é que a previsão do tempo está hoje em um novo patamar de qualidade e assertividade.
Os meteorologistas contam hoje com novos recursos tecnológicos e modelos estatísticos sofisticados para oferecer à sociedade e aos agentes econômicos a melhor previsão do tempo possível.
A previsão do tempo é uma técnica que se baseia na ciência da meteorologia para antever o estado da atmosfera num tempo futuro. Para isso, os especialistas utilizam modelos numéricos e métodos estatísticos de previsão do tempo. Trata-se de uma atividade complexa que envolve observações em superfície, radares, satélites, uma série de dados e muita tecnologia.
Métodos utilizados na previsão do tempo
A tecnologia envolvida na previsão do tempo evoluiu muito nos últimos anos e permitiu um grande avanço neste setor. Com imagens de satélites mais detalhadas e radares mais potentes, os meteorologistas podem analisar com mais profundidade os sistemas meteorológicos que estão atuando em determinada região naquele momento, ou os sistemas que estão em deslocamento para a região em questão e que podem produzir interferências no tempo.
O avanço da ciência – e também o reconhecimento de que os modelos numéricos não são perfeitos – elevou a previsão do tempo a um novo patamar na última década. No passado, a previsão do tempo era feita com base em uma única rodada do modelo numérico. Hoje, no Brasil, os meteorologistas trabalham com rodadas múltiplas.
“Após a primeira rodada, o especialista altera algumas condições e roda o modelo novamente”, explica o físico Nelson Jesuz Ferreira, PhD em Meteorologia e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia.
Em geral, a nova rodada apresenta algumas alterações em relação à primeira. E esse procedimento é repetido dezenas de vezes. Com esse conjunto de previsões, o meteorologista pode montar, por meio de métodos estatísticos, uma previsão do tempo chamada estatística ou probabilística, que retrata melhor o estado da atmosfera.
No livro Sistemas meteorológicos atuantes no Brasil, organizado por Nelson em parceria com Iracema Fonseca de Albuquerque Cavalcanti e publicado pela Oficina de Textos, há um capítulo dedicado exclusivamente a explicar a previsão do tempo.
Confira a degustação da obra clicando aqui.
Capa do livro “Sistemas meteorológicos atuantes no Brasil”, publicação da Editora Oficina de Textos
Assista o vídeo da entrevista exclusiva:
Sobre o autor Nelson Jesuz Ferreira
Graduado em Física, PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin – Madison (EUA), Nelson Jesuz Ferreira foi pesquisador do INPE e chefe da Divisão de Meteorologia por Satélite, da Divisão de Operação e Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais no CPTEC. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia.
Hoje, aposentado, atua como pesquisador voluntário e professor colaborador no curso de pós-graduação em Meteorologia do INPE.