Os sismólogos Hirouki Noda, da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Marinha e Terrestre, e Nadia Lapusta, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriram que falhas geológicas deslizantes podem ter causado os terremotos que aconteceram no Japão em 2011.
As descobertas dos pesquisadores também devem ter implicações para a avaliação de risco na falha de Saint Andrew, que corre debaixo da costa da Califórnia e pode causar novos desastres no local.
Você sabe o que são falhas geológicas e qual a relação delas com terremotos?
As falhas, segundo o livro Geologia estrutural (2ª edição), do professor e pesquisador norueguês Haakon Fossen, são quaisquer superfícies ou faixas estreitas em que se torna visível um deslocamento causado por cisalhamento.
O autor também explica a diferença entre as falhas e as fraturas de cisalhamento que as compõe. De acordo com Fossen, as primeiras podem expandir-se pela criação de uma complexa zona de processos, com numerosas pequenas fraturas. Já as fraturas de cisalhamento não podem se expandir ao longo de seu próprio plano para se tornar uma grande estrutura.
Imagem de um princípio de falha geológica em um corpo rochoso (Fonte: Brasil Escola)
As falhas são classificadas em três tipos diferentes: normal, reversa e transcorrente. Em cada uma delas, os movimentos dos blocos de rocha são variáveis. Confira a imagem abaixo para compreender as diferenças entre cada uma:
Mesmo com essas diferenças nos movimentos das rochas, as falhas geram movimento dos blocos, criando um nível de fricção que pode ser suficientemente alto para travá-los. Quando isso acontece, as forças nas placas continuam a empurrar a rocha, aumentando a pressão aplicada na falha. Essa movimentação cria mudanças que podem ser ou não visíveis na superfície da terra, podendo, inclusive, gerar terremotos.
A maioria dos terremotos ocorre nos limites de placa, porque nessas áreas a força de sua movimentação é sentida de maneira mais intensa. Cria-se então algo denominado como “zona de falha”, na qual a liberação de energia cinética pode aumentar o estresse em uma falha próxima, levando a outros terremotos. Descobrir com antecedência, como feito pelos pesquisadores do início da matéria, pode auxiliar na prevenção de problemas causados por terremotos.
Para saber mais
Para mais sobre falhas geológicas, confira Geologia estrutural (2ª edição)! A obra aborda de forma prática e didática os principais tópicos da disciplina, incluindo Geologia do petróleo e de águas subterrâneas, destacando a importância da Geologia Estrutural na exploração e produção desses recursos.
Como o autor comentou em entrevista ao Comunitexto, a segunda edição inclui um capítulo novo sobre juntas e veios, exemplos adicionais de diversas partes do mundo e novos exercícios, ilustrações e animações on-line.