A primeira etapa do reconhecimento dos minerais é feita no local, a olho nu, ou com lupa, e por meio de critérios simples. Depois, no laboratório, ela é confirmada e completada com técnicas mais caras e frequentemente destrutivas.
Técnicas expeditas de reconhecimento dos minerais
Dureza: os minerais classificam-se em função de uma escala de dureza, ou escala de Mohs, que varia de 1 (talco) a 10 (diamante). No local, utiliza-se uma placa de vidro (o quartzo risca o vidro) ou um martelo (de aço) e a unha (a unha risca gesso). Não se deve confundir a dureza e a resistência aos choques: o diamante (dureza 10) é muito frágil ao choque.
(Tabela retirada do livro 82 resumos geológicos, publicado pela Oficina de Textos. Todos os direitos reservados)
Densidade: cada mineral tem uma densidade própria. Muito denso, o ouro (19,3) é separado dos outros minerais, “lavando” as rochas (separação por gravitação). Separam-se os minerais por um sistema de líquidos de alta densidade, como o bromofórmio, nos quais os minerais flutuam mais ou menos, conforme sua densidade. Essas separações devem ser conduzidas em laboratório, por causa da alta toxicidade dos licores utilizados.
Cor, traço e fluorescência: alguns minerais têm cores vivas características (carbonatos de cobre verde ou azul; rodocrosita rosa), mas é preciso ser prudente, pois, em geral, a coloração origina-se de impurezas e muda com algumas alterações.
Assim, a baritina BaSO4 é um mineral branco, que pode ganhar tons azulados, amarelados ou rosados, conforme o teor de Sr ou de Fe. A cor do traço (pó) sobre uma placa de porcelana é utilizada para identificar a pirita (traço preto) ou hematita (traço vermelho). O fenômeno de fluorescência natural ou provocada (reemissão de uma radiação pela excitação dos átomos) é característica dos minerais radioativos e de alguns minerais como a fluorita (CaF2) ou a xelita (CaWO4). Essa propriedade é usada na prospecção de superfície.
Reativos de local: testes muito simples permitem burilar o reconhecimento de um mineral: a efervescência com ácido diluído a frio é característica da calcita, enquanto a dolomia [CaMg(CO3)2] não reage a ele. A alizarina é um colorante das dolomias.
Propriedades organolépticas: é preferível não tentar experimentar minerais desconhecidos, já que certos arseniatos ou minerais de chumbo, por exemplo, podem ser muito tóxicos. No entanto, as propriedades organolépticas desempenham papel importante no reconhecimento: o arsênico, por exemplo, tem um cheiro aliado à superfície da fratura, enquanto as rochas siliciosas têm um cheiro de pedra de pederneira; as argilas grudam na língua, e os cloretos (NaCl, HCl) têm um gosto salgado ou amargo muito pronunciado.
Outros critérios de reconhecimento: o geólogo pode utilizar muitas outras características, como o tipo da superfície da fratura (simples, limpo, conchoidal, com ranhuras), que revela as clivagens do mineral, o brilho (metálico, engordurado, resinoso, adamantino ou sedoso), a birrefringência (calcita) ou ainda a cor da chama.
Técnicas de laboratório para identificação dos minerais
O mineral é submetido a tratamentos muitas vezes destrutivos para ser analisado e identificado: microscópios de transmissão ou reflexão (veja tabela abaixo), análises químicas ou por difração de raios X, microssonda iônica ou microscópio eletrônico.
(Tabela retirada do livro 82 resumos geológicos, publicado pela Oficina de Textos. Todos os direitos reservados)
Para saber mais
Essa matéria foi retirada do livro 82 resumos geológicos. A obra explica de forma didática e ilustrada os principais conceitos da Geologia, além de incluir problemas e questões de múltipla escolha para consolidar os conceitos apresentados, mapas e gráficos didáticos e palavras-chaves sobre cada tema apresentado.
Aquele trabalhão de resumir a matéria em fichas está feito!