Separação densitária e a separação em meio denso

separação em meio denso é o método gravítico de princípio mais simples e de maior precisão de corte, razão pela qual é muito utilizado.

Ilustração de uma separação em meio denso, com a válvula aberta e depois 3x.

No Brasil, foi utilizado nos lavadores de carvão de Capivari, em Tubarão (SC), e da Copelmi, em Charqueadas (RS); na extinta Icomi, em Serra do Navio (AP) (manganês), além de outras usinas de beneficiamento de manganês, fluorita e diamantes.

O princípio é utilizar um líquido de densidade conhecida e controlada, intermediária com relação à densidade dos minerais que se deseja separar. O mineral mais leve flutua e o mais pesado afunda; com isso, consegue-se obter duas frações ou produtos denominados:

a) leves ou flutuados (floats), mais leves (de densidade ou, mais precisamente, de peso específico menor) que o líquido de separação;

b) pesados ou afundados (sunk), mais pesados (de peso específico maior) que o líquido de separação.

Em geral, a faixa de granulometria para a qual o processo pode ser aplicado situa-se entre 300 mm e 0,5 mm, dependendo do equipamento de separação utilizado. O meio de separação pode ser agrupado em quatro tipos diferentes:

a) líquidos orgânicos densos (apenas em laboratório);

b) soluções salinas;

c) suspensoides;

d) meios densos autógenos.

Os líquidos orgânicos são utilizados exclusivamente em laboratório. Eles não podem ser utilizados industrialmente por serem tóxicos e terem baixa pressão de vapor. Se não fossem corrosivos, até poderiam sê-lo, mas o risco de que a corrosão abra vias de passagem para fora dos equipamentos é muito grande. Ademais, todos eles são caros.

Equipamentos

Os equipamentos de separação em meio denso têm de prover duas funções independentes e indispensáveis:

1) manter o meio denso em agitação constante, caso contrário os sólidos decantarão;

2) remover os produtos flutuado e afundado de dentro do aparelho.

As diferentes soluções encontradas pelos fabricantes levaram a uma grande variedade de equipamentos disponíveis no mercado, os quais são divididos em duas classes principais: os estáticos e os dinâmicos.

Os equipamentos ditos “estáticos” têm um tanque que contém a suspensão de meio denso, um dispositivo para agitá-la e outro (eventualmente o mesmo) para retirar os dois produtos. Ou seja, não são estáticos em nenhum sentido. Essa denominação soa, portanto, esdrúxula, e por isso a colocamos entre aspas.

Os equipamentos ditos “dinâmicos” usam a turbulência de escoamentos hidráulicos para manter a polpa em suspensão. Melhor seria chamá-los de equipamentos da família dos ciclones: utilizando o princípio do ciclone, com forças centrífugas significativas presentes, obtém-se a separação eficiente de partículas mais finas.

A agitação mecânica nos equipamentos estáticos chega a ser intensa, causando turbulência no banho e prejudicando a separação precisa de partículas finas. São, portanto, utilizados para separar partículas grossas, e muitas das diferenças de projeto entre eles podem ser entendidas como o esforço para estender a sua faixa de atuação para partículas mais finas.

Nos equipamentos dinâmicos, por sua vez, a turbulência do escoamento pode causar intenso desgaste abrasivo de minerais mais moles, e as diferenças de projeto devem ser interpretadas como o esforço para minimizar esse problema.


Para saber mais

Esta matéria foi retirada do livro Separação densitária, de Arthur Pinto Chaves e Rotênio Castelo Chaves Filho, o último volume da coleção Teoria e Prática do Tratamento de Minérios.

Capa de Separação densitária, em que também trata da separação em u

Com abordagem prática didática, o livro apresenta os principais conceitos envolvidos na separação densitária, como jigagem, separação em meio denso, separação em lâmina d’água, separadores centrífugos, partição, separação magnética, entre outros.

Confira outros livros da série!

Adquira os maravilhosos volumes da coleção organizada por Arthur Pinto Chaves:

  1. Bombeamento de polpa e classificação (5ª edição)
  2. Desaguamento, espessamento e filtragem (4ª edição)
  3. Britagem, peneiramento e moagem (5ª edição)
  4. A flotação no Brasil (3ª edição)
  5. Manuseio de sólidos granulados (2ª edição)