Teoria e Prática do Tratamento de Minérios: entrevista com Arthur Pinto Chaves

Confira a segunda parte da entrevista com o autor de Teoria e Prática do Tratamento de Minérios!

A primeira parte da entrevista com Arthur Pinto Chaves repercutiu bastante pelo setor minerador. Ele falou sobre os problemas enfrentados pelo pouco conhecimento da população e da mídia sobre a realidade do setor, comentou sobre a situação do Brasil, sua tecnologia, entre outros. Para ver a primeira parte da entrevista, clique aqui!

Agora Arthur nos traz a realidade sobre o ensino de mineração em nosso País e relata como a carência de obras literárias no assunto, junto a outros motivos, o inspirou a montar sua coleção. Acompanhe a segunda parte e fique à vontade para comentar.

Comunitexto (CT): Os cursos de engenharia de minas atendem efetivamente a demanda do mercado?

Arthur Pinto Chaves (APC): É preciso incluir os cursos de Metalurgia na sua pergunta, uma vez que as especialidades tecnicamente aptas a exercer atividades de Tratamento de Minérios são as duas.

A resposta é não! O número de engenheiros formados em ambos os cursos é muito pequeno. Existe também a concorrência de outras atividades. Como professor, fico muito frustrado quando vejo o enorme esforço para formar um bom engenheiro e vê-lo preferir uma carreira em bancos ou no mercado financeiro. É claro que cada um tem o direito de escolher o que lhe parece melhor, mas que é frustrante, é!

No passado, em São Paulo, havia cursos de Engenharia Metalúrgica na Poli-USP, na Universidade Mackenzie, na FEI, na FAAP e na Mauá. Todos esses cursos foram fechados, restando apenas o da Poli. No Rio de Janeiro havia um excelente curso na Escola de Engenharia da PUC. Também foi fechado.

A escassez de engenheiros de minas e metalurgistas está acontecendo em todo o mundo. Empresas australianas e canadenses oferecem estágios remunerados de férias aos nossos estudantes, que voltam encantados com a vida no primeiro mundo e com o único pensamento de se formarem e irem trabalhar lá.

Nós brasileiros não somos inteligentes o suficiente para fazer o mesmo e recrutar engenheiros indianos, chineses ou “nuestros hermanos” latino-americanos.

CT: Como surgiu a ideia de produzir uma coleção de livros na área?

APC: Eu leciono desde 1976. No começo, apenas na Poli, depois, com o aumento da demanda, em treinamentos in plant ou em empresas especializadas como a TTE, de Belo Horizonte, ou a ABM, em São Paulo. Aí eu me deparei com um público completamente diferente dos meus alunos de universidade, mais interessado, com demandas específicas e motivação diferente. A inexistência de literatura em português sobre o tema me levou a redigir apostilas que foram sendo aprimoradas a cada programa de treinamento, incorporando as questões levantadas, e que acabaram despertando o interesse da Editora Oficina de Textos. E parece que a resposta do público foi boa: dois dos cinco volumes publicados já estão em sua quinta edição!

Capa de Bombeamento de polpa, primeiro volume da coleção Teoria e Prática do Tratamento de Minérios.

A quinta edição do volume 1 da coleção, Bombeamento de polpa e classificação, está à venda em nossa livraria técnica!

CT: O Brasil carece de obras sobre o assunto?

APC: Sim. Existem algumas raras obras em português, a saber, as publicações do Cetem, um excelente livro sobre beneficiamento gravítico dos colegas da UFRGS e um sobre flotação da UFPe. No meu tempo de estudante, a única fonte era a apostila do Prof. Trajano (UFRJ), mimeografada.

CT: Qual o público-alvo das publicações? Apenas graduação?

APC: Os livros foram projetados para serem essencialmente práticos e objetivos. Por isso, interessam em princípio a alunos de graduação e a profissionais da área, que não tiveram formação em Engenharia de Minas ou Metalúrgica.

CT: Qual o diferencial da coleção Teoria e prática do tratamento de minérios?

APC: Os meus livros foram escritos para estudantes e profissionais de engenharia. Eles fogem do tratamento exclusivamente teórico e tentam enfatizar os aspectos técnicos e operacionais. Eles vêm sendo constantemente aprimorados por críticas e sugestões dos leitores e alunos que, sempre que pertinentes, são imediatamente incorporadas. São constantemente atualizados a cada nova edição.


Resultado de mais de 35 anos de ensino na USP, a coleção Teoria e Prática do Tratamento de Minérios amplifica o espectro de conhecimento, fugindo da abordagem exclusivamente teórica. Em mais de 1.600 páginas, divididas em seis volumes, há uma preocupação constante com os aspectos técnicos e operacionais. São apresentadas noções gerais de mineração, além de práticas em desaguamento, espessamento, filtragem, flotação no Brasil, manuseio de sólidos granulados, britagem, peneiramento e moagem.

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