Os tipos de nuvens e sua formação

As nuvens sempre despertaram interesse e curiosidade, já que sem elas não existiriam fenômenos belos como a neve ou o arco-íris e os assustadores trovões e relâmpagos. Essas formações, que por vezes se assemelham a algodões no céu, são um conjunto visível de partículas diminutas de água em estado líquido ou sólido, ou de ambos ao mesmo tempo, que estão em suspensão na atmosfera após terem se condensado ou liquefeito.

Entre as diversas formas que as nuvens podem assumir (as mesmas que inspiram brincadeiras imaginativas entre as crianças), existem basicamente dez tipos. Confira abaixo quais são esses tipos e saiba mais sobre cada nuvem e o que ela indica sobre o tempo.

Diagrama com os tipos de nuvens: estratos, cúmulos, nimbos, estratos-cúmulos, cúmulo-nimbos, altos-cúmulos, altos-estratos, cirros-cúmulos, cirros-estratos.

(Fonte: Blog Trilhas do Mar)

As informações foram extraídas da obra Meteorologia prática, de Artur Gonçalves Ferreira, capitão especialista em Meteorologia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (FAB) e pós-graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB). Foi operador dos centros meteorológicos dos aeródromos de Congonhas (São Paulo) e Galeão (Rio de Janeiro).

Cumuliformes: Formam-se em atmosfera instável, na qual o ar aquecido sobe e o resfriado desce. Elas tendem a uma forma irregular, semelhante a um algodão. Nessas nuvens, o ar é descendente, em razão de sua subsidência. Normalmente estão associadas ao bom tempo.

Cúmulos-nimbos: Possuem formação em atmosfera instável com ar em ascensão, o que provoca nas nuvens um grande desenvolvimento vertical. Em casos extremos, alcançam grandes altitudes e os ventos dos altos níveis provocam um esgarçamento em sua bigorna (topo). São essas nuvens que causam ventos fortes (rajadas), granizo, chuvas intensas e tornados.

Cirriformes: Compostas por cristais de gelo, formam-se nos níveis altos, nos quais as temperaturas são muito frias. Têm uma aparência fibrosa e delgada, delineada pelos fortes ventos em altitude. Estão associadas a regiões onde o escoamento é anticiclônico e indicam tempo agradável.

Cirros-cúmulos: Possuem estruturas celulares tão pequenas que quase não podem ser identificadas por satélites meteorológicos. Indicam base de corrente de jato e turbulência.

Cirros-estratos: São nuvens altas com aparência estratiforme, ou seja, lisas com topos uniformes que formam longas bandas ou lençóis. Esse tipo de nuvens está associado à formação de bigornas nos cúmulos-nimbos.

Altos-cúmulos: Exibem um padrão de onda parecido com as nuvens estratos-cúmulos, embora sejam um pouco mais altas e possuam o topo mais frio. São relativamente brilhantes e lisas e projetam sombras nas nuvens mais baixas. Constituem o chamado “céu encarneirado”. A presença dessas nuvens indica o surgimento posterior de cúmulos-nimbos.

Estratiformes: São formações lisas ou em camadas uniformes e suaves, normalmente de cor cinza-escuro ou cinza-médio. Podem ser acompanhadas de chuva leve e contínua, chuvisco ou pequenos grãos de neve.

Estratos-cúmulos: São nuvens cúmulos com camadas estratificadas. Normalmente aparecem em padrões de escudo, linhas ou ruas, sobretudo sobre as superfícies oceânicas. Têm grande concentração de gotículas de água e, no geral, são responsáveis por turbulências durante os voos de avião.

Estratos-nimbos: Podem chegar a 4 mil metros de altitude. São pesadas e causam até furacões, mas podem ser desfeitas em temporais muito fortes com neve e granizo.

Altos-estratos: São as responsáveis pela maior parte das chuvas contínuas e estão normalmente associadas a sistemas frontais nas latitudes médias. Têm aspecto mais espesso e difuso e suas cores pendem para o cinza-claro.

Para mais sobre outras formas de condensação de água na atmosfera, clique aqui!


Tudo a ver

Se você gostou desta matéria, vai se interessar pela obra Meteorologia prática, de Arthur Gonçalves Ferreira, capitão especialista em Meteorologia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira (FAB) e pós-graduado em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB), primeiro autor brasileiro a publicar nesta área. Entre os temas abordados no livro, estão o estudo da atmosfera e sua dinâmica e outros aspectos da Meteorologia Operacional, campo da Meteorologia que utiliza, atualmente, a interpretação de imagens de satélites para analisar os fenômenos meteorológicos.

Capa de Meteorologia prática.

Com uma linguagem simples e objetiva, o autor elucida a formação e a interpretação das imagens correspondentes aos padrões típicos dos fenômenos atmosféricos: nuvens, ciclones, frentes, entre muitos outros. Também dá ênfase às condições adversas de tempo, significativas para a aviação e para a sociedade de maneira geral. O autor também fornece uma relação dos principais sites nacionais e internacionais que disponibilizam imagens dos vários satélites meteorológicos.

A obra é indicada para profissionais e estudantes de Meteorologia, Oceanografia, Geografia e Agronomia e para todos aqueles que lidam com tempo e clima.