A estratigrafia é o ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas, buscando determinar os processos e eventos que as formaram. Na imagem, a Quebrada de Humahuaca (Fonte: Bachelot Pierre J-P/Wikimedia Commons)
A determinação do tempo geológico e a reconstituição da história do planeta Terra são feitas pela interpretação dos fenômenos geológicos e biológicos gravados nas rochas e nos fósseis, por meio de sinais relacionados a eventos de grandes superfícies geográficas.
A datação relativa permite organizar as estruturas e os eventos geológicos ao relacioná-los no tempo, mas sem uma datação precisa. Esse método baseia-se nos princípios fundamentais da estratigrafia e da cronologia relativa, com os quais se estabelece a escala estratigráfica das eras geológicas a partir dos dados litológicos (litoestratigrafia) e do conteúdo paleontológico (bioestratigrafia) das diferentes camadas do contexto litoestrutural.
Da abordagem geométrica à abordagem cronométrica
A estratégia estratigráfica baseia-se em três fases sucessivas fundamentais:
- Fase 1: a estratigrafia geométrica, que é a análise das relações geométricas dos conjuntos litoestruturais em três dimensões no espaço, sem considerar o tempo, permite estabelecer relações entre sucessões geológicas em dois pontos diferentes (correlações estratigráficas). Eventos peculiares com incidências regionais (erupções vulcânicas) ou planetárias (impactos de meteoritos, mudanças climáticas brutais, brusca abertura de comunicação entre bacias oceânicas) podem levar a correlações precisas entre as unidades que as registram e, assim, definir uma estratigrafia por eventos.
- Fase 2: a estimativa da duração relativa de unidades e fenômenos estudados leva a determinado zoneamento da escala de tempo, o que permite datações relativas de terrenos e correlações simultâneas entre as diferentes unidades geológicas, a chamada estratigrafia cronológica.
- Fase 3: a estratigrafia cronométrica (numérica) dedica-se a medir o tempo das unidades geológicas e abstrai-se de sua natureza, espessura e de suas relações geométricas. Ela permite obter datações numéricas absolutas em uma escala de tempo graduada do milhão ao bilhão de anos.
Os métodos estratigráficos
A abordagem estratigráfica baseia-se em diferentes métodos com distintas abordagens analíticas, entre as quais algumas somente foram desenvolvidas a partir da segunda metade do século XX.
Alguns desses métodos permitem definir unidades descritivas (unidades litoestratigráficas, sequenciais, geoquímicas, bioestratigráficas), nas quais o tempo não é diretamente considerado, ou, então, não é discriminado quantitativamente.
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